" Entre o céu e o inferno, existe um espaço reservado para os loucos que amam."
Por:Pietro.
O Brasil é o meu inferno na Terra, estou atormentado, subsistindo a cada dia que passa. Antes, era somente a dor da perda que me consumia, agora um t***o louco por uma menina treze anos mais nova do que eu vem me colocando fora do eixo.
A vontade que tenho dela me sufoca, fico inflamado toda vez que seu rosto angelical se faz presente em meus pensamentos.
_ Eu preciso acabar com isso, trepar de uma vez com a garota e pôr um fim nesse desejo. Ela não deve ser mais nenhuma virgenzinha, pudica e recatada. Apesar de viver socada dentro dos matos, a caipira é bonita e deve ter tido suas aventuras nos braços dos homens dessa região.-murmuro, dobrando as mangas da minha camisa na altura dos meus cotovelos.
Na semana passada, fui a uma "casa de massagem" em Rosário do Sul. Antes eu não fosse , saí mais frustrado do que quando cheguei. As garotas, três que eu pedi, todas loiras e de olhos claros, não conseguiram me excitar. Elas esfregaram seus p****s siliconados no meu rosto, suas bucetas depiladas e seus corpos esculturais não provocaram nem faíscas em mim. E tudo ficou pior quando recebi um oral de uma delas. Fechei meus olhos buscando me concentrar no momento, e minha imaginação fez troça comigo. Pensei ser a garota que vem ruindo com minha sanidade, ali com sua boca rosada engolindo meu p*u, meu órgão despertou, e me deixei levar.
_ Isso garota, safada, engole tudo! Que boca deliciosa você tem, Larissa!- falei, tomado pelo prazer.
_ Me chamo Raquel!- a loira falou interrompendo o oral.
Abri meus olhos e ela me fitava com uma rusga na testa.
_ Como?
_ Você me chamou de Larissa, esse não é meu nome. Me chamo Raquel!- exclaresceu vindo com a boca no meu c****e que tinha perdido o viço e começava a ficar mole.
_ Sai, p***a! - berrei me erguendo, levei a minha mão ao meu pênis, guardando-o na cueca e fechei o zíper.
Olhei para as meninas que me miravam com receio, peguei minha carteira e joguei algumas notas de duzentos reais para elas.
Uma coisa assim nunca aconteceu antes comigo, nunca saí pra trepar e não consumar o ato e muito menos pensar em outra mulher que não fosse a minha esposa.
Lembro que entrei no meu carro, possesso. esfregando minhas mãos no rosto.
" c*****o mas que p***a está acontecendo comigo?"- pensei tomado pela raiva.
Aquela noite foi péssima.
Solto uma respiração insatisfeita. Olho para as chaves do chalé que mandei construir há anos. A casa de modelo campestre suíço, com paredes de vidro e madeira, fica dentro da floresta, erguida sobre uma pequena elevação. Aquele lugar era para ser o nosso refúgio da paz, da minha esposa e meu, no entanto, sequer chegamos a inaugurá-lo. Pâmela faleceu antes que eu pudesse levá-la para conhecer o cantinho aconchegante.
Quando volto a prestar atenção na estrada, vejo emergir dos matos uma silhueta que faz minha boca ficar seca, meu pé ganha vida própria e gruda no acelerador.
Paro o carro de forma que tranque a passagem. Se ela tentar fugir de mim, terá que passar por cima do veículo.
Desço sentindo meu corpo acender, meu sangue circula mais rápido quando reparo que o tecido transparente de cor branca da sua roupa, revela o pequeno biquíni vermelho que quase não cobre o que deveria esconder.
Reparo nos cabelos longos úmidos, com alguns fios fora do lugar, emaranhados no topo da cabeça e sua franja grudada na testa .
Larissa me fita com seus olhos ariscos, o verde de suas íris está mais intenso e penetrante. Eu conheço bem esse tipo de olhar, próprio de pessoas que estão preparadas para guerrear. Já estive diante de muitos. Embora a linguagem corporal da garota mostre a insegurança que a permeia, leves tremedeiras em suas mãos que seguram a rédea do cavalo revelam isso.
E como eu previa, a garota me enfrentou. Quis gargalhar da sua audácia, no entanto o que fiz foi agarra-la e tomar para mim os seus lábios.
Devorei sua boca, bebi do seu gosto doce, me embriagando cada vez mais. No início, por ser pega de surpresa, Larissa demorou para retribuir ao contato desesperado. No entanto, quando o fez, me perdi no t***o que sentia. Estava sendo fácil, era só o tempo de começar a acariciar seu corpo e tomá-la aqui mesmo, dentro do carro ou fora dele.
Mas algo aconteceu e meu corpo foi empurrado pela menina que se esgueirou pela lateral e fugiu.
O rosto da garota ganhou feições de asco, repulsa. Ela limpou meu beijo, cuspiu fora o meu gosto de sua boca.
Aquela atitude não deveria me incomodar, porém incomodou pra caramba. Meu sangue que fervia doido para possuí-la, agora está ácido, minhas mãos coçam querendo descontar essa desfeita que faz de mim.
Larissa berra que me quer longe dela. Vocifera bravia e com o dedo em riste apontado para mim. Me seguro para não cortá-lo fora.
A menina monta na égua e se evade do local, como se fugisse do próprio demônio.
Entro dentro da caminhonete, minhas mãos tremem, minha respiração está descompassada, estou prestes a perder o controle e fazer uma besteira.
É apenas isso, desejo carnal e nada mais. Capricho de um ego masculino que adora um bom desafio.- penso enquanto passo a mão pelo meu cabelo, estou nervoso, diante de tudo que venho vivendo.
Seguro firme o volante entre as mãos.
"Eu vou fazer você se arrepender de rejeitar meu beijo, garota! Quando eu a tiver em minhas mãos, irei marcá-la de uma forma que jamais irá esquecer", falo mentalmente.
Giro a chave na ignição e sigo até o final da estrada de chão. Em seguida, desembarco do veículo e sigo por dentro da floresta, munido de um facão e uma lanterna. As copas das árvores daqui são altas e se fecham, dando um ar sombrio ao lugar. Caminho em meio à vegetação e, depois de vinte minutos, avisto o chalé. Me aproximo do cercado galvanizado que o cerca, pego as chaves do meu bolso, abro o portão e entro. No jardim, poucas flores restaram e as madeiras estão com aspecto envelhecido, precisando de uma boa mão de verniz. Ando pelo caminho de pedras Goiás que me leva para a porta principal, insiro a chave e giro a maçaneta, acendendo a lâmpada.
Meu peito aperta ao ver o porta retrato com a foto da minha esposa pousado em cima da cômoda, dou passos apressados até o objeto.
Corro a ponta do meu indicador pela lembrança que ficou perdida por anos aqui.
_ Você fugiu das minhas mãos e mergulhou no escuro da morte, deixou pra mim a solidão e mesmo assim meu coração ainda te quer. Eu te amo, Pâmela. - confesso.
Olho para o lado e vejo a cesta de frutas que eu trouxe no dia em que organizei uma surpresa para minha mulher, surpresa que sua partida não deixou acontecer. Meus olhos percorrem a decoração carcomida pelo tempo, os balões em formato de coração murchos, nossas fotografias cobertas por poeira e teias de aranha, as pétalas de rosas espalhadas pelo chão e pela cama estão secas.
Pego a garrafa de champanhe francesa, coberta de poeira, que está perto das taças de cristal que também estão num estado deplorável.
Sento na cama admirando a fotografia da minha esposa, uma lágrima furtiva escorre por minha face.
" Só restaram as lembranças, querida."- sibilo, sentindo a ferida dentro do meu peito sangrar.