" Quando a alma encontra sua chama ela nunca mais trilha o caminho da eternidade sozinha, o amor é eterno."
Por: Larissa.
Embora eu esteja irritada com a audácia de Pietro de me roubar um beijo, sinto tudo fora de lugar no meu peito. Ele tirou todo o meu ar, e até agora sinto dificuldades para respirar.
Fiquei hipnotizada pelas sensações, tão imersa naquele momento que era como se o tempo estivesse parado para nós dois, e a natureza ficou em silêncio.
"O beijo dele é doce, doce como mel", sussurro tocando meus lábios.
Sacudo a cabeça para espantar os pensamentos dos lábios do homem grudados nos meus. Chego perto da varanda da minha casa e vejo meus pais conversando com o senhor Laurentino.
As três cabeças viram-se em minha direção.
_ Bah! Guria, tu tá pálida que nem palmito!- o senhor baixinho, vestindo uma bombacha bege, botas e segurando a sua inseparável cuia de chimarrão diz me fitando.
Meu pais levantam-se do banco de madeira e fixam os olhos em meu rosto.
_ O que houve, Larissa?- pergunta minha mãe descendo seu olhar pelo meu corpo.
"Ah, caramba! Está tão na cara assim que aconteceu alguma coisa!"- penso, descendo da água.
_ Cobra, uma cobra atravessou na frente da Roseta quando eu retornava para casa e por pouco ela não me jogou no chão!- invento uma mentira cabeluda.
Meus pais arregalam os olhos.
_ Tchê! Que baita susto tu deves ter levado guria!- fala o bom senhor, ajeitando em sua cabeça o chapéu Pralana.
_ Foi, mas estou bem.- digo, levando a égua até o seu deono- Muito obrigada, senhor Laurentino. - aproveito para entregar os exames do animal.
_ Essa menina, vive enfiada naquela cachoeira, menos dias mais dias ela iria dar de frente com uma serpente!- meu pai ralha.
Era verdade, aquele quantinho é o meu paraiso particular, normalmente vou caminhando, no entanto hoje o sol não me permitiu esse feito e acabei por pedir a égua do amigo dos meus pais, emprestada.
_ Não se atucanes, Fernando! A guria está bem!- Laurentino manifesta-se.
_ Sim, estou bem. Agora com licença que preciso tomar uma banho e comer alguma coisa que meu estômago está protestando.- falo, adentrando em casa.
Corro para meu quarto, pego um vestido de estampa floral e uma calcinha de algodão.
Rumo ao banheiro, louca para me livrar do cheiro do homem que parece ter penetrado na minha pele, temi que meus pais sentissem o odor da fragrância masculina.
Imagina a confusão que seria explicar como adquiri aquele perfume. Meus pais deduziram que eu estava me esfregando nos matos com algum rapaz de boas condições financeiras, porque o raio do perfume é muito bom e não me parece ser barato.
Me despi e entrei debaixo da água, aproveitando para lavar meus fios que estão um caos.
Após terminar, me troquei, penteei meu cabelo e saí do diminuto cômodo.
Quando saí no corredor, ouvi a voz de Rodrigo, fiquei intrigada e segui para a sala.
Presencio meu pai e ele batendo o na maior conversa.
Olho para o loiro que está bem vestido, usando roupas novas.
Estranho sua presença em minha casa ele raramente aparece por aqui.
_ Me dá licença, Larissa.- a voz da minha mãe soa atrás de mim, levo um susto danado que chega levo a mão ao peito tentando controla as batidas céleres do órgão que se encontra em seu interior.
_ Nossa! Que susto a senhora me deu mãe!- falo baixinho.
_ Você vai com essa roupa?- pergunta me lançando um olhar reprovador.
Como é??
Vou pra onde??
_ Do que a senhora est....
Não consigo completar a frase, a voz do meu pai chega aos meus ouvidos.
_ Visita para você, filha!- diz sustentando no rosto um sorriso iluminado.
Olho para Rodrigo sem entender nada.
_ Aqui, um cafezinho, tá fresquinho acabei de passar.- minha mãe diz, depositando a bandeja que trás em mãos, na mesinha de centro.
_ Muito obrigada, dona Luzia. - o rapaz agradece e pega uma das xícaras.
Ando até o centro do cômodo e me sento numa poltrona.
Meus pais dão um olhar cúmplice e os dois saem, me deixando sozinha com o loiro.
_ Pronta para pagar a aposta?- ele pergunta enquanto bebe um gole da bebida rica em cafeina.
_ Calma, você me falou que só aceitaria a apostar comigo se eu fosse na expor-agro com você, e para a festa acontecer ainda dois meses.- esclareço .
O loiro sorrir e me olha com um brilho no olhar que me preocupa.
_ Eu sei, Lari. Mas, podemos adiantar esse apagamento o quê acha? Um sorvete e uma conversa na praça ou um lanche no trailer do senhor Sebastião, eu sei que você gosta do cachorro-quente que ele faz.
Olhei para Rodrigo, pensando em declinar do convite, melhor dizendo, da cobrança de última hora. No entanto, achei melhor aceitar, até porque acho que vai ser bom eu sair um pouco de casa.
_ Tudo bem, preciso apenas comer alguma coisa e me trocar. Você tem pressa?
_ Não, Lari, pode fazer tudo com tranquilidade. - diz com excitação na voz.
Deixo a sala e sigo para a cozinha, pego um pouco do macarrão com molho vermelho e coloco no microondas para aquecer.
Assim que sento à mesa, dona Luzia surge pela porta e senta-se bem na minha frente.
_ Está acontecendo alguma coisa entre vocês que seu pai e eu devemos saber?- pergunta me fitando com intrresse.
Me espanto com a sua indagação.
_ Óbvio que não, mãe! Somos apenas amigos!
_ Você não é boba, Larissa, sabem muito bem que o rapaz quer ter mais do que uma terna amizade com você.- Ela dá uma olhadinha furtiva para o correrdor- Seu pai, falou que se você tiver interesse no rapaz e firmar compromisso com ele, Fernando disse que aprova.
Me engasgo com a comida ao ouvir a revelação da minha mãe.
_ Eita, menina! Mastiga direito!- diz levantando-se para dar tapas em minhas costas, tentando me desentalar.
Pensei que iria morrer, até que o bolo alimentar desce pelo tubo digestivo.
Dou algumas tossidas, sem querer acreditar no que acabei de ouvir.
Mais calma, depois de ter passado o susto inicial tento ser pragmática.
_ Somos apenas amigos, mãe. Não gosto do Rodrigo para ter um relacionamento além deste que temos.
_Você sim, mas ele não. Está estampado no rosto do rapaz que ele quer algo além da amizade.
Eu já tinha minhas suspeitas, no entanto, ouvir alguém de fora falar causa um impacto maior.
_ Eu sei que vocês são amigos, filha. No entanto, a amizade pode anuviar outros sentimentos que podem estar contidos aqui dentro. - dona Luzia aponta para o meu coração.
_ Não sei, mãe. Se for o caso, um dia descobrirei. Bom, deixa eu ir me arrumar que o Rodrigo está me esperando.
_ Claro, filha! Divirtam-se.
Ouço conforme me afasto, indo pelo corredor.
☆ Continua.......