Vamos começar uma história que contém cenas explícitas e por isso é para maiores de 18 anos.
Como é atualização diária não passa por uma revisão gramatical formal e é escrito respeitando a forma coloquial e usa-se algumas gírias.
Como a plataforma censura algumas palavras, pode estar com * ou com alguns caracteres colocados por mim.
Divulguem e coloquem nos favoritos.
É uma história completamente de ficção, tendo alguns fatos pesquisados, por isso se assemelha a realidade e em outras situações criadas para dar mais fluidez ao enredo.
O livro é registrado e com direitos autorais.
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Helena
Aí que bom, que meu pai viajou e eu pude vir para o chalé que temos na serra, sem precisar do consentimento dele. Desde que minha mãe morreu que ele nunca mais veio aqui e por ele eu também não viria… mas eu amo esse lugar… aqui tem as minhas melhores recordações da minha infância e da minha mãe.
Vim passar esse dias aqui porque preciso estudar para as provas da faculdade em paz e principalmente por estar fazendo mais um ano que ela nos deixou… e esse dia é sempre muito complicado pra mim.
Estou olhando a chuva cair fininha pela janela e pensando em como eu sinto falta dela… parece que foi ontem que ela morreu.
“— Oh filha, pare de tristeza e volte a estudar… Odeio ver seu lindo rostinho triste…” — Juro que fechei os olhos e tive certeza que ela estava me dizendo isso.
— Tá certa mamãe… — Disse a mim mesma, em voz alta, como se ela estivesse me ouvindo e olhei para os livros de direito constitucional espalhados na mesinha e respirei cansada.
— Primeiro uma corridinha, pra animar… — Decidi dar uma pausa e sair para correr um pouco pela trilha que é mais distante do chalé e que tem uma vista linda, é mais deserta e o oxigênio parece ser ainda mais limpo.
Como passei toda minha infância vindo pra cá, eu conheço esse lugar como a palma da minha mão.
No meio do percurso parei para tomar água e respirar um pouco, no meio daquelas árvores altas que pareciam dançar com o vento.
De repente ouvi barulho de galhos quebrando, passos e sussurros… Me senti dentro de um filme de suspense e resolvi me esconder atrás de uma árvore enorme.
Foi quando ouviu um barulho forte, e uma fumaça branca apareceu no ar, um pouco mais distante, igual aquelas bombas que vemos pela TV… Depois ouvi barulho de tiros…
O meu coração disparou.
— Meu Deus, o que eu estou fazendo aqui? — Perguntei em pensamento.
Agora era muito tarde para sair dali… é melhor aguardar, eles irem embora ou me matarem.
— Mãe, eu sou nova demais pra morrer… — Falei com minha mãe em pensamento. — Meu Deus, quando esse lugar deixou de ser seguro?
***
Gabriel
O silêncio do galpão abandonado no meio daquela floresta estava muito estranho.
— Sophia, vamos sair daqui, agora… — Ela vira em minha direção e aponta a arma pra mim, e atira…
Mas não era pra mim… Olhei atrás e vi que era um dos nossos que por milagre não me matou.
Sophia, salvou minha vida!
— É cilada, Sophia! Vamos dar o fora daqui. — gritei, mas já era tarde.
As balas cortavam o ar como facas invisíveis.
Puxei Sophia pelo braço e corremos pela mata, atirando e tentando nos proteger…
— Enganaram o Matheus também, Gabriel….
Agora não é hora Sophia, porr@! Vamos sair dessa merd@!
Um clarão de repente… e mais tiros…
Olhei… e ela tava no chão do meu lado… Nós dois fomos atingidos pela bomba e os tiros, mas ela tinha ficado realmente ferida…
— Sophia! — Tentei puxá-la para protegê-la, mas os tiros continuavam. Uma emboscada perfeita.
— Olha pra mim, gaviota… fala comigo…
Silêncio absoluto!
Senti o impacto de uma bala entrando em mim, por trás da clavícula. Fingi desfalecer e me agarrei à raiva para sobreviver. E ouvi:
— Acabamos com os dois…
— Tem certeza?
— Sim, o falcão e a gaivota já eram. Tão perfeitos agora vão voar no inferno.
— No céu, porque no inferno vai a gente… — Mendonça… um policial antigo e respeitado fala se aproximando e quando ele me vira… O próprio d***o apareceu pra ele.
O ódio que eu senti de ver aquele miserável, que Sophia o chamava de anjo é na verdade um traira dos infernos, tomou conta de mim… Minha arma que tava na minha mão estava apontada e…
— Você vai pro inferno e é agora, seu filho da put@! — Falei e atirei na testa dele… o outro cara se assusta pela rapidez e quando puxa a arma, eu atiro na cara dele… Pra ele não ser reconhecido nem pelo filho.
Encosto meu rosto no rosto de Sophia e falo: — Aguenta gaivota, você é forte… eu vou te tirar daqui… — Ouvi vozes e passos… — “Falcão, vá embora, cuide do Matheus e vá fazer justiça, por mim e por você…” — Foi a única coisa que ela falou e morreu.
Sai dali urgente… Precisa tentar me salvar. Cambaleei, fugi por entre a lama e a vegetação e fiquei num buraco, tendo a certeza que eles iam conseguir me pegar e me matar.
— Isso não é justo… E o que é justo, em? Falei e perguntei olhando pro céu…
Helena
Depois dos tiros, um silêncio de alguns segundos tomou conta…
— Não é possível, que eu vou morrer?
Um barulho de bomba, e um clarão se mostrou perto de onde eu estava.
— Estou ferrada!
Me abaixei e fiquei quieta por alguns minutos e quando parou os barulhos, resolvi sair dali e corri… esbarrei em algo e era uma mulher morta… De colete tático da polícia, com os olhos abertos. Coloquei as mãos tapando minha boca para não gritar.
Olhei ao redor e tinha mais dois corpos do lado dela… Sai andando de costas, tentando controlar o desespero que tava querendo tomar conta de mim. Me encostei numa árvore e foi então que ouvi um gemido. Baixo. Fraco.
Olhei ao redor e vi que tinha um buraco ali do lado, entre arbustos e folhas, um homem semi-consciente, coberto de sangue e lama, estava agachado e tentando se esconder ali com a força de um suspiro.
Ele levantou um pouco o rosto e me encarou… mesmo naquele estado, o olhar dele me prendeu… Porque era de um verde intenso.
Mesmo ferido, ele parecia indomável.
— Por favor… — ele sussurrou, num fio de voz rouca — não me deixe morrer aqui… Me ajude…
— Como é o seu nome? — Perguntei, enquanto ele puxava a respiração.
— Gabriel…
***
Preparados para um romance intenso?