Síria chegou ao hotel em um Porsche n***o. As pessoas pararam para observar a linda mulher que descia do carro, muitas se perguntando quem ela era. Ela entrou sem falar com ninguém; tinha um objetivo a cumprir e seria rápida. Servindo-se de uma taça de champanhe, passeou pelo salão em busca do seu alvo.
— Gostaria de uma dança, senhorita? — perguntou um homem que se aproximava, sorrindo, talvez nutrindo o pensamento de ter aquela bela mulher em sua cama.
— Não — respondeu ela, curta e grossa, dando-lhe as costas.
Após algumas voltas, encontrou o seu alvo conversando com outro homem. Discretamente, aproximou-se e esbarrou nele, derrubando um pouco de champanhe no seu terno. O homem fechou a cara e, quando estava prestes a repreender quem havia feito aquilo, calou-se diante da beldade à sua frente.
— Me perdoe, senhor, estava distraída — disse ela, tentando limpar o seu terno com um lenço.
— Não se preocupe, senhorita, foi um acidente — respondeu ele, segurando as suas mãos. — Gostaria de uma taça de champanhe para esquecermos esse m*l-entendido?
— Não quero incomodá-lo. Estou tão constrangida — disse ela, levando as mãos ao rosto.
— Não precisa. Venha, eu insisto.
Ela o seguiu até o bar e aceitou a bebida. Passaram um tempo conversando. Para Síria, era entediante dar atenção a um velho asqueroso como aquele. Após um tempo, ele fez a pergunta que ela tanto desejava ouvir:
— O que acha de continuarmos esta conversa em um local mais reservado? — perguntou ele, com esperança nos olhos.
Quando ela concordou, ele não cabia em si de alegria. m*l sabia que aquela seria a última noite da sua vida.
Das sombras, alguém observava Síria com interesse e curiosidade.
Ela entrou no elevador com o homem, e subiram até o sétimo andar. A cada passo que dava em direção ao quarto, o sorriso do homem crescia. Ele abriu a porta e entrou. Quando tentou agarrar Síria por trás, ela desferiu um chute no seu peito, fazendo-o cair no chão.
— Sua c****a! Ficou louca?
— Não, mas parece que você ficou.
— Do que está falando?
— Ricardo mandou lembranças — disse ela, retirando a pistola com silenciador de dentro da bolsa.
— Espere! Isso é um engano.
— Não existem enganos neste ramo, Rils.
Ao terminar de falar, disparou um único tiro no meio da sua testa. O corpo dele caiu flácido no chão. Ela pegou o celular e ligou para a equipe de limpeza.
— Tudo certo — confirmou, informando que eles poderiam subir. — Quarto 414.
Ao desligar, a porta do quarto se abriu, e alguém que ela não esperava entrou.
— Você — disse, encarando Klaus parado à porta.
— Você ficou louca, Síria! — disse ele, sério.
Ela apenas o ignorou, passando por ele.
— Está querendo ser presa?
— E quem vai me prender? Você?
— Poderia, já que acabei de te pegar em flagrante.
— Não se preocupe. Daqui a quinze minutos tudo estará limpo — disse, entrando no elevador. Ele a seguiu, ainda bravo.
— Há câmeras de segurança, testemunhas.
— Já está tudo limpo, e a única testemunha aqui é você. — Ela virou-se para ele, passou a mão no seu peito, inclinou-se e sussurrou ao seu ouvido: — Mas ainda tenho munição.
Klaus não sabia se o arrepio que percorreu o seu corpo era de prazer ou de medo. Ele a olhou intensamente, tentando entender a mulher à sua frente. O elevador parou, e ela se afastou dele, saindo.
— Tenha uma boa noite, agente — disse, piscando na sua direção.
— Espere! — gritou, correndo até ela. — Vamos conversar.
— Não tenho nada para falar com você. Já disse para ficar longe de mim. — Ele segurou a sua mão, impedindo-a de se afastar.
— Por favor, é importante. — Ela o olhou, chateada.
— Tudo bem, mas se não for, eu juro que coloco uma bala no meio da sua cabeça.
Klaus começou a pensar que havia algo muito errado com ele. Estava interessado em uma mulher que vivia o ameaçando. Mas, f**a-se, se isso não o excitava. Na verdade, isso a tornava ainda mais interessante. O manobrista trouxe o carro, e Klaus olhou encantado para o Porsche. Ela entrou e esperou.
— Vai entrar ou vai ficar olhando? — perguntou, impaciente.
Ele entrou, e ela dirigiu até o parque da cidade. A essa hora, o lugar estaria silencioso, perfeito para conversarem. Ela estacionou, desceu e sentou-se em um banco, seguida por Klaus.
— Por que matou aquele homem?
— Porque sou paga para isso.
— Não foi o que quis dizer.
— Nem sempre há uma linda história para justificar as coisas, agente. Se está preocupado, não devia me seguir pelos cantos.
— Sei quem aquele homem é. Estava o investigando esta noite, mas você o matou.
— Se não fosse eu, seria outro. Os dias dele estavam contados de qualquer forma.
— Você fala como se a vida dele não fosse nada.
— E não é. Não me prendo a essas coisas. Ele já fez muitas atrocidades e, por último, era um X9. Então só havia um jeito para ele.
Virando-se para Klaus, perguntou:
— Por que se importa?
— Não me importo com ele. Me importo com você.
— Você sabe que isso é maluquice, certo?
— Sei, mas não consigo mudar isso. — Ele a olhou com carinho, e Síria viu algo nele que não via há muito tempo: esperança.
— Meu mundo não é para alguém como você.
— Mas eu o aceitaria se isso me aproximasse de você. — Síria levantou-se, colocando alguma distância entre eles.
— Não sei que tipo de sentimento você acha que tem por mim, mas é melhor você ficar longe. — Ele se levantou e foi na sua direção. Ela recuou até a suas costas encostarem no carro.
— Quer saber? — perguntou ele, colando o seu corpo ao dela.
A suas mãos seguraram a cintura dela, enquanto os seus olhos se tornaram prisioneiros dos dela. Ela colocou a mão no seu peito, tentando afastá-lo. Ele tirou uma das mãos da cintura dela e começou a acariciar a sua bochecha. Síria estava chocada. Os seus olhos estavam arregalados e a sua boca, levemente aberta. A sua respiração tornou-se irregular enquanto tentava processar o que estava acontecendo.