Capítulo 22

1036 Words
Klaus estava exausto, mas precisava ir até a casa da Fênix. As dúvidas sobre os eventos daquele dia não o deixariam em paz. Só de imaginar os relatórios que teria que fazer no dia seguinte já se sentia desanimado. Minutos depois, ele parou em frente à mansão da Fênix, tocou a campainha e foi atendido por um Nico claramente irritado. — Tá pensando que aqui é um abrigo, é?! — Klaus revirou os olhos com o comentário. — Pelo menos eu bato antes de entrar — respondeu ele, sério. — Preciso falar com o Aurélio. Nico ficou surpreso por um instante, mas logo escondeu a emoção. — Tá querendo uma repetição da noite passada? — disse, caindo na risada. A paciência de Klaus estava por um fio. Ele fulminou Nico com os olhos. — Deixe ele entrar — disse Xavier, aproximando-se. — Tenho algo pra contar a ele. Nico deu passagem, e Klaus entrou, sentando-se em uma das poltronas. — O Ricardo já volta — disse Xavier, acomodando-se em um canto do sofá. — Você é muito chato — disse Nico a Xavier. Xavier não rebateu. Nico era como uma criança, mas uma criança extremamente perigosa. Apesar do seu jeito descontraído, ele era mortal: um excelente lutador e um perito em tortura. Quem via o seu lado brincalhão não imaginava a personalidade sombria que ele escondia. — Primeiro as damas — disse Aurélio ao entrar na sala acompanhado de Síria. Ela parou ao ver Klaus sentado ali. — Olá, agente. Sentiu saudades? — disse, jogando-se ao lado de Xavier. — Também — respondeu ele, com um meio sorriso. — Vou arrancar esse sorriso do seu rosto no tapa! — disse Nico, bravo. — Não estou fazendo nada de mais. — Para de dar em cima da minha irmã! — Essa sua coragem um dia vai te matar — disse Xavier, encarando Klaus com seriedade. De todos os presentes, Xavier era quem mais deixava Klaus desconfortável. Pessoas quietas eram imprevisíveis, e na sua profissão, eram as mais perigosas. — Espero que ninguém morra na minha casa — disse Ricardo, descendo as escadas acompanhado de Charles. — Não se preocupe, Ricardo. Estou aqui para proteger o nosso amigo — disse Aurélio, dando um tapa no ombro de Klaus. — Isso é o que me assusta. — Eu não preciso da sua proteção. E tira as mãos de mim. — Chega! Vocês parecem crianças! — Ricardo se sentou, encarando os dois. — Resolva os seus assuntos longe daqui. Aurélio riu das palavras de Ricardo. Ele tinha planos para lidar com Klaus, só estava esperando o momento certo. — O que você deseja, agente? Não pode ficar vindo aqui quando bem entender. — Me desculpe, tomei cuidado ao vir. — Isso não resolve o problema. Já pensou que o seu carro pode estar grampeado? Isso coloca a nossa organização em risco. Na próxima vez, ligue antes. — Tudo bem. Não tinha pensado nisso. — O que deseja? — Quero saber se vocês têm algo a ver com os dois massacres de hoje. O jeito como as pessoas foram mortas chamou muita atenção. A sala ficou em silêncio enquanto todos encaravam Aurélio. — O que foi?! — esbravejou ele. — Me diz que você não levou ela pra caçar, Aurélio — disse Ricardo, claramente furioso. A sua mandíbula estava travada, e ele apertava os punhos no braço da poltrona. — Bem, nem dá pra chamar aquilo de caça — respondeu Aurélio, coçando a cabeça. — p***a, Aurélio! O que foi que eu te disse hoje? — Qual é, Ricardo, nem foi tudo isso que ele tá falando. — Quer ver as fotos? — provocou Klaus. — Cala a boca — disse Aurélio, irritado. — Eu te conheço, Aurélio. Sei muito bem o seu estilo. — Ela fica muito sexy segurando uma bazuca — disse Aurélio, rindo. — Deixou ela usar uma bazuca?! — Klaus segurou Aurélio pela gola da camisa. — Ficou louco?! — Louco está você de me segurar assim — respondeu Aurélio, encarando-o. — Solta, a menos que queira perder as mãos. A cena seria cômica, se não fosse séria. Os dois se encaravam como se a suas vidas dependessem disso. — CHEGA! — gritou Ricardo. Klaus soltou Aurélio e se afastou. — Você se machucou? — perguntou Xavier, examinando os braços de Síria. — Eu tô bem — disse ela, apoiando-se nele. — Minha vontade é arrancar a sua cabeça, Aurélio. Sabe que não podemos chamar atenção. — Eu queria estar lá pra ver isso — disse Nico, segurando o riso ao olhar para Síria. — Foi m*l, tá bom — disse Aurélio, erguendo as mãos em sinal de rendição. Ele sabia que Ricardo estava certo, mas fazia tempo que não se divertia tanto. — Você devia ter me ligado, Síria. — Eu sei, Ricardo. Desculpe. Klaus observou Xavier acariciar o braço de Síria, tentando confortá-la. Sentiu o ciúme queimá-lo por dentro. A vontade de tirá-la dos braços de Xavier era quase incontrolável. — Algum problema? — perguntou Xavier, encarando Klaus. — Talvez — respondeu Klaus, sério. — Chega dessa merda! Parece que hoje vocês decidiram me irritar — disse Ricardo. — Xavier, conte o que descobriu. — Consegui invadir o computador do chefe da agência. Descobri que ele está trabalhando com a Yakuza. — Mas que merda! — exclamou Charles. — Tinha que ser os malditos j*******s. — Não é só isso. Encontrei um documento que cita o seu primo, Aurélio. Eles estão tentando fechar um acordo de colaboração. — Eu vou matar aquele desgraçado! — Havia várias informações sobre outras organizações também. Pelo que entendi, eles querem montar o seu próprio quartel de drogas. — Isso não é bom — disse Klaus. — Vou dar uma olhada em alguns arquivos na agência. Acredito que deve haver alguma informação oculta por lá. — Faça isso e me avise. Depois, o Charles te passa o meu número — disse Ricardo. — Investigue o seu primo, Aurélio. Precisamos de mais informações. Se eles conseguirem se unir, teremos problemas. — Mas vocês não conseguem lidar com isso? — perguntou Klaus. Ricardo sorriu. — Vai por mim, quando eu tiver que lidar com isso, você não vai querer estar por perto.
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