Capítulo 27

1035 Words
Klaus não sabia o que dizer após a revelação de Síria. Ele a olhava com intensidade, tentando desvendar o que ela estava pensando. — Eu lamento, não devia ter perguntado. — Não se preocupe, não tinha como você saber — ela termina de fazer o café e coloca um copo na frente de Klaus. — Eu fui muito insensível — diz, se desculpando mais uma vez. — Como disse, não tem problema, isso é passado — apesar das suas palavras, Klaus tinha a sensação de que não era bem o que ela dizia. — Você o amava? — Muito — diz ela, tomando um gole de café. — Ele era muito bom comigo. — Então deve sentir muita falta dele. — Já tem mais de três anos, então acho que já me acostumei com a sua ausência. — É por isso que você não quer se envolver comigo? — Apesar da situação ser difícil, Klaus não podia deixar de perguntar. Ele não via mais nenhuma razão para ela o recusar, a não ser isso. Síria olha para Klaus e vê o medo em seus olhos, e por algum motivo isso a incomoda. Ela não queria que ele sentisse medo. — Não, tenho outro motivo — diz, olhando para ele. Klaus relaxa um pouco. Ele sabia que, se tivesse que lutar com a memória do falecido marido dela, não teria chance. — Então fica comigo. — Quando vai entender que sou um risco para você? — Você não é um risco para mim. Eu te amo e vou cuidar de você — um sorriso triste surge no rosto de Síria. Ela não acreditava nisso. Afinal, no mundo dela, coisas improváveis aconteciam, e eles nunca estavam seguros. — Você desistiria da sua profissão por mim? — Klaus fica em silêncio por um tempo, pensando em uma boa resposta. — Se isso significar que vou ter você, então sim, eu desistiria. A surpresa toma o rosto de Síria. Ela havia dito isso justamente por pensar que ele jamais faria algo assim. — Por quê? — Assim como você, eu não tenho família. A pessoa que me criou se foi há alguns anos, então não há nada que me prenda. — Às vezes você me surpreende. — Não sou diferente de você, Síria. Ultimamente, o meu trabalho tem me decepcionado. Saber que estão envolvidos em tanta sujeira me fez pensar que talvez tudo o que estou fazendo seja um erro. — Não pense muito nisso — diz Síria, se levantando e saindo para fora. Klaus a segue e se senta ao seu lado em um banco na área. — Você tem arrependimento pelo que faz? — A pergunta de Klaus era interessante. Arrependimento, pensa Síria. Ela sempre pensou que essa palavra não existia em sua profissão. — Não. Tudo o que fiz e faço não me causa arrependimento. No começo, me incomodava. Agora, já não incomoda mais. Para Síria, a primeira vez que matou foi a mais difícil. Ela passou semanas se lembrando daquilo até ver a ficha da pessoa que tinha matado. Ele era um estuprador em série, que havia tirado a vida de uma criança de três anos. Então, ela passou a bloquear esses sentimentos de culpa ou arrependimento. Passou apenas a matar, sem se preocupar com nome ou gênero. Se recebia o seu pagamento, ela matava. Com o tempo, além de se tornar uma mulher muito rica, havia perdido sua sensibilidade. Ela encarava tudo apenas como um trabalho. Klaus observa o rosto de Síria. Ele vê como a mente dela está longe, vagando talvez por lembranças dolorosas. Então, com um forte barulho, começa a chover. O céu havia se escurecido, e a chuva caía como se fossem lágrimas vindas do céu. Então, Klaus pega a xícara de café das mãos de Síria e a puxa para a chuva. — Para! — diz ela, rindo. — Ficou louco! — Sim, louco por uma bela assassina — Klaus a prende em seus braços enquanto a chuva os molha. Os seus olhos procuram os dela e, num impulso, os seus lábios reivindicam os dela com ímpeto. A sua mão segura a sua nuca, puxando-a para mais perto, enquanto a sua língua invade a sua boca com desejo. Aquele beijo tinha gosto de chuva, de aconchego e uma promessa de felicidade. Os braços de Síria se fecham no pescoço de Klaus enquanto ela corresponde ao beijo com desespero, a sua língua travando um delicioso duelo com a dele, enquanto o céu desabava acima deles. Klaus pega Síria pela cintura e a ergue do chão. Ela se prende à sua cintura com as pernas, enquanto ele a sustenta com as suas fortes mãos. — Você me tenta, sabia? — diz ele, a encarando com desejo. — Até onde eu sei, quem tem me seduzido é você — diz ela, o encarando. — Que se f**a — diz ele, a puxando novamente para um beijo. Síria se perdia na sensação de estar nos braços de Klaus. O seu corpo se grudava ao dele com desejo, enquanto ela soltava pequenos gemidos nos lábios dele. As mãos de Klaus acariciavam as suas costas em meio ao melhor beijo da vida de Síria. Depois de um tempo, eles se separam e voltam para a área, encharcados da chuva que ainda caía. Síria tira a sua roupa, ficando apenas de peça íntima. Klaus olha para o seu corpo com desejo e, quando toca a sua cintura, leva um tapa na mão. — Nem pense nisso — diz ela, ainda de costas. — Vou tomar banho e depois te arrumo algo para vestir — dizendo isso, ela entra na cabana, deixando Klaus na área. Ele olha para baixo, vendo o tamanho da sua ereção, e suspira com um sorriso no rosto. Se pensava que seria fácil fazer amor com Síria, estava redondamente enganado. Após alguns minutos, Síria volta vestindo um conjunto de moletom e chinelos. — Aqui — diz, entregando algumas roupas e uma toalha a Klaus. — Pode tomar um banho se quiser. Klaus pega as roupas de Síria e, antes de ir tomar banho, a puxa e lhe dá um beijo rápido. Agora, ele se sentia em casa. Sorrindo, ele vai tomar o seu banho.
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