A vontade de Síria era esfolar Klaus vivo. Ele estava claramente tentando seduzi-la, e isso era evidente no seu rosto. Ele tinha um olhar penetrante e um sorriso safado no rosto.
Ela continuou andando sem dizer nada. Tinha ido até aquele lugar para espairecer, mas um dos motivos do seu estresse estava bem ali, à sua frente, com um sorriso de "molhar calcinhas". Será que ele sabia o poder que o seu sorriso tinha? Pensava Síria, enquanto seguia de volta para a cabana.
Klaus observava a confusão de Síria com um largo sorriso. Ela não era indiferente a ele, e isso havia ficado claro minutos atrás. Ele só precisava fazê-la enxergar que estar ao lado dele era bom. Os seus sentimentos por Síria só cresciam, como um trem desgovernado vindo na sua direção. Enquanto ela caminhava de volta para a cabana, Klaus seguia quieto, mas animado.
— Você gosta de esportes radicais? — perguntou Klaus, pensando em levá-la a uma cachoeira incrível para praticar rapel.
— Prefiro tiro ao alvo — respondeu ela, murchando a sua animação. — De preferência, vivo.
Aquele sorriso sinistro estava novamente no seu rosto, mas já não assustava Klaus. Pelo contrário, fazia-o ter algumas ideias pecaminosas envolvendo Síria. Ainda não era o momento de ela saber disso, mas algo na forma que ela o encarava o deixava louco.
— Devia tentar outros hobbies. Talvez algo que envolva o meu corpo grudado no seu, por exemplo.
Ele sabia que estava indo longe demais, mas precisava arriscar. Síria era muito arisca. Ela parou no caminho e se voltou para ele, arqueando uma sobrancelha.
— De onde saiu isso? — perguntou, segurando o riso. Kluas nunca falava besteiraa perto dela, então ela achava estranho ele estar fazendo aquilo.
Klaus se aproximou, desfazendo com um dedo uma pequena ruga que se formava na testa dela.
— Isso depende. Você gostou?
Klaus era bonito, e Síria não tinha dúvidas disso. Ele era um homem viril, e, no momento, aqueles olhos castanhos a observavam com intensidade.
— Não sabia que você era tão descarado.
Ela voltou a caminhar, dando-lhe as costas, e os olhos de Klaus se fixaram na b***a dela.
"Deus! Estou virando um tarado!" — pensou, passando as mãos pelo rosto.
— Com você posso ser qualquer coisa. Só precisa me dar uma chance. — Ele passou um braço pelos ombros dela.
— Já disse para ficar longe de mim.
— E eu já te disse que não vou fazer isso.
— Daqui a algum tempo, quando descobrirem com quem você está envolvido, não será isso que você vai dizer.
A expressão de Klaus ficou séria.
— Você acha que, quando as coisas ficarem feias, eu vou te abandonar?
Ele não acreditava que ela pudesse estar falando sério. Nunca a deixaria, não importava o que acontecesse.
— Não te culparia se fizesse isso.
Klaus segurou os ombros de Síria e a fez se voltar para ele. A suas mãos tocaram delicadamente o rosto dela.
— Você acha que eu quero algo passageiro com você?
A intensidade no olhar de Klaus a desarmou. Por um momento, Síria duvidou da sua própria convicção ao olhar nos olhos dele.
— Sim — respondeu apenas.
Ela o viu soltar um suspiro angustiado e desviar o olhar por alguns instantes. Então, Klaus voltou a encará-la, e ela percebeu a determinação no seu rosto.
— Síria, eu te amo. Você é a primeira pessoa por quem me apaixonei de verdade. Não quero algo passageiro com você. Quero acordar ao seu lado todos os dias. Quero estar com você nos dias bons e nos ruins. Quero dividir a minha vida com você. Ainda não percebeu?
Síria olhou para ele, chocada. Mil pensamentos passaram por sua cabeça. Talvez tivesse interpretado m*l o homem à sua frente. Saber a intensidade dos sentimentos dele por ela era assustador. Algo que ela imaginava nunca mais viver na sua vida.
Klaus a puxou para seus braços. Com movimentos suaves, acariciou as suas costas enquanto descansava o queixo na sua cabeça.
Os braços dele formavam uma barreira segura ao seu redor, e ela se viu retribuindo o carinho. Estar nos seus braços era tão bom que, por um momento, Síria se permitiu relaxar ali. Klaus tinha o dom de derrubar as suas barreiras. Não importava o quanto ela tentasse erguer muros entre eles, ele sempre os derrubava.
— Não me afaste de você.
O sussurro dele no seu ouvido fez arrepios subirem pelo corpo dela. Ainda assim, a sua mente estava clara o suficiente para saber que poderia causar a destruição dele. Com esse pensamento, ela se afastou sem dizer nada.
Klaus ficou parado, observando-a se afastar. Por um momento, havia acreditado que alcançara o coração dela. Mas parecia que estava errado. Os seus ombros caíram em decepção.
— Você não queria um café? — disse ela, sem olhar para trás.
Um sorriso se abriu no rosto de Klaus, e ele a alcançou com passos largos. Alguns minutos depois, Síria chegou à cabana. Entrou e deixou a porta aberta. Foi até o fogão e colocou água para fazer café. Quando se virou novamente, Klaus estava sentado em uma cadeira, observando-a.
— O que foi?
— Você tem cara de dona de casa — disse ele, sorrindo.
Ela se surpreendeu, mas deixou escapar um sorriso.
— Deve ser porque já fui dona de casa.
Isso pegou Klaus de surpresa. Não era sempre que ela revelava algo sobre o seu passado.
— Você já foi casada?
Enquanto fazia a pergunta, o seu coração disparava no peito. Ele podia ser muitas coisas, mas fura-olho não era uma delas. Em sua mente, formulava mil respostas caso ela dissesse que sim.
— Já — respondeu ela, com uma voz triste.
Klaus a olhou curioso. Havia muito da vida de Síria que ele não conhecia, e, por mais que quisesse saber, não queria deixá-la constrangida.
— O que houve?
Síria o encarou, tentando não deixar transparecer emoção. A última coisa que precisava era de pena.
— Ele morreu.