O Ômega Rejeitado e o Rei Lobisomem

Perspectiva de Lindsey São as primeiras horas da manhã quando o sol começa a aparecer no céu e o céu fica daquela linda cor rosa pálida e azul. Meu alarme toca, mas eu já estou acordada, sentada na minha cama e esticando os braços acima da cabeça. Cada músculo do meu corpo dói do dia anterior e eu sei que no final do dia, não há dúvida de que estarei em agonia novamente, como todos os outros dias. Eu saio da cama mancando, me sentindo como uma senhorinha e entro no chuveiro, deixando a água quente cair sobre mim e relaxar meus músculos um pouco. Isso os relaxa o suficiente para que eu possa movê-los livremente com dor mínima, pelo menos, e eles não estão tão rígidos como antes. Permaneço embaixo d'água pelo máximo de tempo possível antes de ser obrigada a desligar e me enrolar em uma toalha. Então escovo os dentes rapidamente e começo a domar meu longo cabelo castanho. Por que domá-lo, você pergunta? Porque meu cabelo é tão selvagem e longo que chega até o meu traseiro e é um verdadeiro incômodo para pentear e prender em um r**o de cavalo, mas eu aguento porque meu cabelo é como o da minha mãe, ou pelo menos gosto de pensar assim, e porque meu pai nunca vai me deixar cortá-lo, não importa quantas vezes eu tenha pedido. Tenho uma foto da minha mãe e ela tem exatamente o mesmo cabelo que o meu, até o traseiro e tão longo quanto o meu. Eu volto para o quarto que é principalmente usado como meu dormitório. Não é muito. Nem mesmo uma cama adequada, apenas um colchão surrado jogado em uma cama improvisada. Minhas roupas ficam em uma gaveta no chão, nem sequer tenho um armário adequado, e há um monte de lixo espalhado em um canto. Acho que devo me considerar sortuda por ter meu próprio banheiro, mesmo que seja apenas uma escova de cabelo e uma escova de dentes. O quarto é pequeno e úmido, com mofo crescendo em um canto. É o porão da casa em que eu moro e significa que estou longe do meu pai e madrasta Beth. Meu nome é Lindsey e sou um ômega na matilha. Isso significa que sou apenas uma empregada. Eu não moro na casa da matilha, moro em uma casa no limite da floresta com meu pai e minha madrasta Beth. Ambos parecem me desprezar e não sei por quê. Dizem, porém, que eu sou a razão pela qual minha mãe fugiu e que sou uma vergonha para a matilha. Eu nunca pensei que ômegas poderiam ser tão humilhados até me tornar uma. Agora sou humilhada todos os dias e isso não acaba na casa da matilha. Sou atormentada tanto na escola. Costumava pensar que a Matilha do Rio Crimson era a mais forte e poderosa do mundo. Agora acho que não passa de uma matilha covarde que se aproveita dos fracos e intimida aqueles que não podem se defender. Um dia, eu teria orgulho de estar em uma matilha tão forte, mas agora só sinto vergonha. Mas não há como mostrar isso ou falar, não sem ser punida. Reviro a pequena pilha escassa de roupas que possuo, a maioria delas de segunda mão, e visto meu suéter e jeans favoritos, antes de sair devagar pela porta da frente. Preciso chegar à casa da matilha e começar o café da manhã antes que mais alguém acorde, e só tenho um tempo limitado para fazer isso. Abro a porta da grande casa da matilha, é tão grande que parece uma mansão para mim. A casa em que moro é bem grande, de dois andares na verdade, mas não se compara a essa casa da matilha, que também tem dois andares, mas com quartos suficientes para abrigar muitos membros da matilha, principalmente os que não estão acasalados. Isso inclui muitos dos membros que me atormentam, infelizmente. Entro rapidamente e vou direto para a cozinha, grata por ver que ninguém acordou ainda, e começo a preparar panquecas, linguiças, bacon e torradas francesas. Faço a mesma coisa todas as manhãs, então já tenho tudo decorado, e é no estilo buffet, então todo mundo serve a si mesmo, já que sou a única cozinheira de manhã, enquanto os outros ômegas ajudam na limpeza depois para que eu possa ir para a escola e também cozinhar e limpar para minha madrasta e meu pai preguiçosos que não fazem nada em casa. Mas essa é uma história completamente diferente. O Alfa Damian e a Luna Chelsea são os primeiros a chegar, sentando-se à mesa com pratos cheios de comida. Eles sempre foram madrugadores. A Luna Chelsea sempre come a mesma coisa todas as manhãs, duas fatias de bacon com uma fatia de torrada francesa, enquanto o Alfa Damian enche o prato dependendo do que está com vontade. Como de costume, a Luna Chelsea parece uma supermodelo com seu cabelo loiro-claro e olhos azuis enormes, sua maquiagem pesada, e sua pele cremosa e suave, perfeitamente complementada por seu vestido pastel azul e leggings pretas com botas. O Alfa Damian estava vestido de forma mais casual, com calças jeans azuis e uma camisa xadrez, sua barba fazendo-o parecer que pertencia à floresta como lenhador. Eles pareciam completos opostos e, não pela primeira vez, me perguntei como eles se tornaram companheiros. Quer dizer, na maior parte do tempo parecia que eles nem mesmo se gostavam. Eles certamente não conversavam um com o outro no café da manhã, era principalmente um silêncio desconfortável. Dava para cortar a tensão com uma faca. Por que eles se envolveram um com o outro desde o início? Era um mistério. Dei-lhe um leve sorriso sombrio para mim mesmo e caminhei até lá. "Alpha Damian, Luna Chelsea", disse respeitosamente enquanto outros membros da alcateia começavam a entrar e se servir de comida. "Posso buscar algo para beber para vocês?" "Eu vou querer um café preto", solicitou a Luna, como sempre. Ela olhou para mim com desdém enquanto eu fingia não perceber o ódio em seus olhos. Deus sabe o que eu havia feito para merecer o desprezo dela, mas eu certamente tinha feito algo. Ela não tratava todos os ômegas assim, apenas eu. O Alpha Damian considerou minha solicitação por um momento, seus olhos castanhos-esverdeados brilhando de alegria. Ele sempre parecia estar de bom humor. Ao contrário da Luna. "Eu vou querer um capuccino", decidiu ele, e eu assenti, desaparecendo de volta para a cozinha para atender aos seus pedidos. Em pouco tempo, fiz as bebidas deles e rapidamente as coloquei na frente do Alpha e da Luna, antes de começar os numerosos pratos que eu havia preparado na cozinha. "Ei, cara de porco", ouvi Tiffany zombar enquanto seus amigos riam abertamente. Eu não disse nada, sabendo que ela estava me insultando e que eu não podia responder sem deixar a Luna irritada. Isso irritou Tiffany, pois ela estava tentando me provocar. Ouvi o som de um prato quebrando e olhei para ver um prato quebrado no chão. Tiffany riu da expressão em meu rosto, colocando a mão na boca enquanto sorria para mim. "Ops!", ela riu, "acho melhor você limpar isso". Eu a encarei com raiva. Tiffany era uma das garotas mais cruéis e populares da escola. Ela se parecia muito com a Luna Chelsea, com seu cabelo loiro dourado e olhos azuis brilhantes. Sua pele, no entanto, era pálida e enquanto a Luna era alta, Tiffany era delicada e pequena em estatura. Ela também estava namorando o garoto mais popular da escola, Derek, que também seria o futuro Alpha, já que a Luna Chelsea e o Alpha Damian não têm filhos. Como o guerreiro mais forte da alcateia e um líder nato, era justo que Derek fosse escolhido para assumir a alcateia quando a Luna e o Alpha decidissem se aposentar. Relutantemente, peguei uma pá e uma vassoura e comecei a varrer os pedaços quebrados enquanto a Luna se levantava de sua cadeira e caminhava até lá. "Você precisa ter mais cuidado", exclamou ela enquanto Tiffany sorria atrás dela, "esses pratos não são baratos", ela retrucou. "Sim, Luna Chelsea", murmurei baixinho. Eu queria gritar que foi a Tiffany quem fez isso, mas sabia que seria inútil. Então, em vez disso, esperei para ver se haveria alguma punição. No entanto, a Luna devia estar de bom humor dessa vez, porque não houve. Em vez disso, ela apenas saiu pisando duro e o Alpha Damian a seguiu de perto, me lançando um olhar de desculpas. O Alpha Damian sempre foi gentil comigo, enquanto a Luna sempre demonstrava apenas desgosto e desprezo por mim. Tiffany parecia decepcionada. Aposto que ela estava esperando que eu fosse punido pela Luna. Ela parecia estar pensando em algo, mas uma de suas amigas puxou sua manga e mostrou o relógio. Era hora de começar a se arrumar para ir à escola. Suspirei aliviado quando Tiffany e suas amigas deixaram a sala de jantar, assim como a maioria das pessoas. Terminei o que pude dos pratos e deixei o restante para os outros ômegas, voltando para casa. Entrei pela porta e encontrei meu pai esperando impacientemente. Eu ainda tinha que fazer o café da manhã para ele e para a Beth antes de ir para a escola. "Você está atrasado", ele rosnou e eu me encolhi. Eu tinha demorado mais do que esperava para lavar a louça nesta manhã. Deveria ter prestado mais atenção ao tempo, mas então a Tiffany quebrou aquele prato e me deixou irritado. "Desculpe", me desculpei, sabendo que era inútil. "Você é inútil. Se você não se apressar, vai se atrasar para a escola", rosna meu pai, voltando-se para minha madrasta que balançou a cabeça desapontada. Uma vez eu cometi o erro de perguntar por que eles não podiam se virar sozinhos, considerando que eu tinha que lidar com o café da manhã da casa da alcateia e tinha sido espancado até ficar cheio de hematomas por isso. Nunca mais cometi esse erro. O pior é que a Beth nunca interveio ou tentou impedir, ela simplesmente assistia meu pai fazer isso diante de seus olhos. Lembro-me de implorar para que ela o fizesse parar e observá-la balançar a cabeça negativamente para mim. Agora eu sabia melhor do que tentar envolvê-la. Beth pode não me bater ou me agredir, mas ela compensa chamando-me de nomes e insultos vis. Ela é tão r**m quanto meu pai. Muitas vezes me pergunto como minha mãe era, mas ela fugiu quando eu era criança pequena e nunca mais voltou. Tudo o que sei sobre ela é o que ouvi de outras pessoas, o que não é muito, e o que vi em uma única fotografia. Sei que me pareço com ela, com o mesmo cabelo castanho e olhos castanhos. Sinto-me grato por não ser parecido com meu pai, considerando que ele é um babaca abusivo. Às vezes, tarde da noite, sonho que minha mãe voltou para me salvar, mas isso nunca acontece e a realidade sempre retorna. m*l posso esperar para ir para a faculdade e me afastar dessa alcateia. Eu rapidamente preparei o café da manhã e servi na mesa de jantar, pegando minha bolsa e livros às pressas. "Eu vou diretamente para a casa do bando depois da escola", lembrei-lhes, como todos os dias "e não estarei em casa até tarde para cuidar do jantar", acrescentei. Eles apenas assentiram, comendo a comida enquanto eu saía correndo pela porta e começava a correr em direção à escola, de olho no meu relógio. Se tivesse sorte, pensei sombriamente, só conseguiria chegar à escola a tempo. Apenas.