A chave do meu coração (2)

3696 Words
— E então? — Mirajane estava curiosa para saber o que as cartas diziam pela sexta vez, mesmo a premonição não sendo para ela. — Fica tranquila, Mira — pediu, virando mais uma carta para o Dragneel que se mantinha de cara trancada e de braços cruzados. — Aqui diz que terá uma missão. — Uma missão? — Os outros dois pareciam um pouco menos curiosos que antes. Lucy já havia recusado a missão sugerida por ele mais cedo. — Huhum. Uma missão e uma cidade número sete… — explicou, no entanto aquilo era confuso demais para Natsu. Tudo o que ele realmente queria era saber se ele e Lucy ficariam juntos novamente. Embora a morena tenha afirmado que sim nas cinco premonições anteriores. O problema era que as cartas falavam de amor, e não de amizade, por isso ele se recusava a acreditar, Lucy não parecia ter algum sentimento romântico por ele, ao menos por enquanto. — Ei, Natsu… — Os três viraram para encarar a Heartfilia. — Nós… sabe… nós os dois podemos conversar a sós? — Lucy levou a mão esquerda ao braço direito, e quando o olhar do Dragneel permaneceu sobre si, ela desviou seus olhos castanhos para o chão. Estava com medo de ser recusada por ele, especialmente porque não o encarava durante todo aquele tempo, porém, também estava cansada de torturá-lo com sua falta de coragem. — Claro que podemos conversar, Lucy — Levantou feliz e ficou de frente a ela. Sentia que finalmente as coisas mudariam entre eles. — Aonde vamos? — Ele não queria que a amiga desistisse dele novamente, por isso entendia a decisão dela de estarem a sós, estava na hora de resolverem as coisas, sem interrupções ou intromissões. — Porque não entram no depósito? — a albina sugeriu. — Lá ninguém vai incomodar vocês. — Sorriu como sempre, feliz com o avanço das coisas. Natsu não sabia se era uma boa ideia conversar dentro da guilda, principalmente porque todos se intrometiam no que quer que os dois estavam passando, mas a parceira aceitou, então ele a seguiu. No entanto, estarem apenas os dois, sozinhos naquele espaço que parecia pequeno de tão cheio de bebidas e ingredientes que estava, era desconfortável, principalmente porque a loira não dizia nada. — Luce — indagou sem jeito, já estavam lá há dois minutos sem falar nada. — Me perdoe por toda a bobagem que fiz… — Assim que ele recebeu o olhar triste, sentiu como se uma flecha acertasse seu coração. Estava fazendo algo errado? Porquê que a amiga estava triste? O que ele deveria dizer ou fazer? Ajoelhar-se? Sim! Como ele se esqueceu de fazer aquilo em meio a um pedido tão importante? Ele precisava ir para a esquerda primeiro, assim teria mais espaço para… — Não… — Cortou os pensamentos confusos que ele tinha com aquela simples palavra. — Sou eu que deve se desculpar, Natsu… — Os olhos dela encheram-se de lágrimas, e ele não entendia porquê, mas sentia dor por isso. — Eu deixei todos preocupados por culpa de todas as minhas ações idiotas… — Tocou no colar que Wendy a ofertou, afinal, isso era mais uma prova do quanto estava sendo boba e deixando todos infelizes. — S-Sa-be… eu não queria bater em você ou brigar contigo… — esclareceu. — Eu só… não s-sei o que estou sentindo… — seu rosto aquecia a cada palavra proferida, o que fazia as maçãs do rosto femenino ficarem vermelhas. — Q-Quando v-vo-cê i-inva-diu a Fairy Hills e-eu… — Ela falava cada vez mais baixo para a confusão do mago, claro que ele ainda ouvia tudo, era um Dragon Slayer no fim das contas, mas não entendia o porquê dela estar tão tímida ao ponto de falar tão baixo, justamente ela, a mulher mais barulhenta da Fairy Tail. — Eu estava pensando em você… — para a surpresa do mago ela não o repreendeu. — P-Por isso eu não controlei o m-meu corpo e pulei em você… eu sei que dei a entender o sentimento errado por isso você… por isso eu… Eu não… — Não era preciso muito, para ele estava bem claro o quão nervosa ela ficava a cada palavra, e por isso a interrompeu com um abraço carinhoso. — Natsu… — Ela não esperava um abraço, mas deveria, afinal, ainda era o seu melhor amigo a apoiando. As ações dela eram compatíveis com a primeira previsão da Alberona. Ele realmente não queria se deixar levar por mais nada nem ninguém, principalmente porque ouvir a opinião dos outros foi o que os levou até ao meio de toda aquela confusão, mas era como Cana leu para ele em suas cartas mágicas, Lucy julgava ser a culpada de tudo e isso não era verdade. — Está tudo bem, Luce — Acalmou-a. — Eu também não estava entendendo nada até aquele momento — Ainda bem que ele não era o único desconsertado em toda a situação. Na verdade, parecia que a Maga Estelar estava com a cabeça bem mais caótica que ele, então a ajudaria com tudo aquilo, como sempre tem sido. — Mas eu te beijei porque senti que era o certo a se fazer — O coração da maga errou uma batida. Ela estava com medo de falar daquele momento, mas aparentemente para seu parceiro era o tema mais fácil do mundo. — E mesmo eu me arrependendo de tudo o que fiz durante esse tempo… — Lucy o abraçou mais forte. Ficou cozinhando sua cabeça todo aquele tempo para no fim ele revelar que estava arrependido? Foi boba demais por pensar que Natsu estava sentindo algo além do que ela sentia por ele. — Luce — Afastou-a devagar e segurou seus ombros com firmeza. — Olha para mim — pediu, e envergonhada, ela o encarou. — Eu não me arrependo de ter te beijado — a confissão fez os olhos castanhos se arregalarem. E isso fazia a loira lembrar de como tudo aconteceu. “Dois dias após o casamento de Gajeel e Levy, Erza, Wendy e Charles foram para uma missão. Lucy estava sentada no balcão do bar olhando para o amigo. Enquanto isso, Natsu parecia brigar com Gildarts que ria de sua cara, por isso ela não poderia evitar e sorriu por conta das expressões que o Mago do Fogo fazia. As bochechas coradas, os olhos em formato de V, típico de quando ficava irritado. Ele apontava para o ruivo como se o estivesse acusando de algo, o que fazia Gildarts rir mais ainda. — Quer saber o que eles estão falando? — Cana a questionou. — Na verdade não, eu apenas estou observando. — Esclareceu. — Que pena — A Alberona bebia diretamente do barril, ou seja, nada surpreendente. — Eles estão falando do buquê que você apanhou. — Mesmo contra a vontade da loira ela falou. — O quê?! — Seu grito saiu estridente. — Não… claro que não! — riu do que a morena contou. — Hum… será? — Fez suspense desnecessário. Obviamente estava bêbada. — É… acho melhor ir para casa. — avisou antes de levantar e sair. Quando Levy atirou o buquê de flores no dia de seu casamento, todos os membros da Fairy Tail surpreenderam-se com a mulher que o apanhou. Vendo toda a aglomeração de mulheres solteiras, e até mesmo alguns homens, Lucy preferiu manter distância e sentou-se à mesa com seu melhor amigo que comia mais do que o costume, ela o apreciava com um sorriso meigo, Natsu realmente gostava de comida apimentada, no entanto, quando menos esperou, o objeto jogado pela noiva veio em sua direção e, sem saber o que fazer, ela o segurou para proteger a cara. Desde então, piadas sobre casamento e bobagens do tipo têm sido direcionadas à ela. E, sinceramente, isso mexia muito com seus sentimentos. Como se não bastasse, quando chegou à casa, a síndica a expulsou. A renda estava em dia, mas as confusões que seus amigos causavam, as entradas e saídas pelas janelas e, principalmente o confronto desnecessário que Natsu tinha com os inquilinos solteiros que elogiavam a loira, eram o suficiente para a mulher que preferiu devolver o dinheiro e expulsá-la. Perdida, e sem saber o que fazer, voltou para a guilda com o objetivo de afogar as mágoas, coincidentemente, Laki e Kinana saíam da guilda e cruzaram com ela que caiu de joelhos no chão totalmente derrotada. Elas ouviram o que a loira tinha a dizer, e sugeriram que fosse com elas para Fairy Hills. Era a melhor ideia que ela não teve no momento, por isso aceitou sem pensar nos poréns. As duas ficaram tão animadas com a ideia de tê-la por lá, que a ajudaram a levantar e a levaram de volta para o apartamento, onde pegaram o máximo de coisas possíveis e levaram para o novo quarto da loira em Fairy Hills. Lucy passou aquela noite, e o dia seguinte organizando suas coisas e acabou não indo para a guilda porque as outras garotas estavam ocupadas mostrando para ela tudo que dava para aproveitar em Fairy Hills, ou como elas batizaram: o paraíso das fadas mais belas do mundo. Por outro lado, Natsu sentia-se um pouco perdido, não adiantava o que fazia ou o que dizia, seus amigos insistiam em perturbá-lo. Pior que isso, eles usam Lucy como desculpa para o fazer, então ele não tinha defesas. Até Gildarts o estava incomodando com aquelas besteiras, por essa razão não ficou na guilda o dia todo. E sem saber das novidades, invadiu o quarto da mais nova na intenção de se aconchegar na poltrona enquanto ela escrevia. Ele estava decidido a não incomodá-la por enquanto, ou fazê-lo para confirmar que seu interesse por ela não era com segundas intenções. Até parecia errado pensar que ele tinha outras intenções além de estar sempre com ela, mas afinal, o que exatamente significava ter segundas intenções? Habilmente ele pulou para alcançar a janela do apartamento dela e abrindo-a, entrou. — Yo, Luce! — O quarto estava escuro, mais que isso, o cheiro dela diminui consideravelmente, mas ela não estava na guilda, e ele tinha plena certeza que a ouviu dizer que voltaria para casa. Acendendo as lâmpadas do quarto, ele percebeu as diferenças óbvias. Todos os mobiliários e decorações que ela comprou com o tempo haviam sumido. Não existia poltrona, não existia mesa de estudo, nem lençois. Abriu a gaveta de roupas íntimas dela e não existia nada, nem uma calcinha sequer. Entrou na cozinha e não tinha nada na geladeira, entrou no banheiro com o mínimo de esperança de encontrá-la lá e ser atingido por um frasco de champô, mas ela não estava, nem sua escova ou seu secador, nem seu sabonete ou sua toalha. Entrou em pânico, precisava encontrá-la o mais rápido possível ou acordar daquele pesadelo. Voltou para a guilda, e desesperado explicou tudo para o Gray que também não tinha uma resposta para dar a ele. — Natsuuuuuuuuuu — Happy entrou chorando na guilda até alcançar o amigo. — É horrível, muito horrível! — Tentou explicar. — O que aconteceu, Happy? — Natsu não sabia se o que o Exceed contaria era tão horrível assim, principalmente se comparado ao que ele estava vivendo, mas o ouviria. — Aquela mulher gorda e feia expulsou a Luce de casa!!! — O QUÊ?! — Tão desacreditado quanto o próprio Exceed azul, Natsu gritou, a informação tinha pegado de surpresa até mesmo o Fullbuster. — Mas ela está com a renda em dia! — lembrou. — Sim, mas aquela bruxa não a quer mais lá! — Chorou ainda mais. Tinha seguido Evergreen apenas para a perturbar porque Elfman a convidou para um encontro no fim de semana, mas cruzou com a loira justamente lá, e não gostou nem um pouco de saber daquilo. — Eu vou conversar com a síndica! — Não! — O Mago do Gelo o impediu, sabia que aquela conversa não poderia terminar bem. — Então o que eu faço? — questionou com olhos tristes. Gray jurava que ele choraria, mas isso não aconteceu. — Espera por ela, amanhã ela vem para a guilda. — Deu de ombros, não era o mais lógico? E assim o homem dos cabelos róseos fez. Já era tarde, então torceu para que, no dia seguinte, ela aparecesse na guilda, o que não aconteceu. Esperou no dia após aquele também, mas de igual modo, ela não foi para a guilda. Quando perguntou para Kinana se tudo estava bem, a maga afirmou que a Heartfilia apenas estava aproveitando o prazer de viver em Fairy Hills. Natsu até sentiu-se m*l, saber que a amiga se divertia sem ele o deixava estranhamente desconfortável. Será que ela não sentia sua falta? Até mesmo quando ficou um ano longe da guilda a pessoa de quem mais sentiu falta foi ela, mas o contrário não acontecia? Tais pensamentos o torturavam, e isso o machucava imenso. Com pena de vê-lo naquele estado, Gray decidiu que o ajudaria, estava tarde, então nem mesmo Juvia o poderia auxiliar no momento, por isso sugeriu mandarem uma mensagem com Happy como intermediário. Mas o Dragneel estava bravo. Ele queria vê-la naquele exato momento! Estava disposto a invadir Fairy Hills para isso, e vendo que não conseguiriam impedi-lo, o ajudaram a entrar silenciosamente no espaço. Happy descobriu qual era o quarto da loira quando a encontrou lá, por isso indicou qual era a janela que o amigo invadiria. Enquanto isso, o Fullbuster criou a distração perfeita. Fingindo que estava bêbado, ele se aproximava do recinto com a desculpa de que queria ver sua namorada, sendo que eles tinham se despedido duas horas antes. Evergreen o impedia de pisar em solo sagrado afirmando que Juvia já estava dormindo, mas já que estava lá, porque não aproveitar para ver sua amada de pijama? Ele somente precisava dar tempo para o amigo, então, com toda a certeza, alguém acordaria Juvia por ele. Mais tarde pediria desculpas para ela com direito a flores, chocolates e um pouco de amassos, mas, por hora, se fosse preciso, a acordaria do seu sonho de beleza. Alheia a toda a peça, Lucy finalmente estava deitando na cama, suas amigas não tinham limites quando se animavam e ocuparam mais um dia seu. Mais um dia de diversão com as garotas, mais um dia sem escrever, mais um dia sem ir para a guilda, mais um dia sem ver seus amigos da Fairy Tail… Pois é, ela sentia falta deles. — Natsu… — sussurrou exausta até ouvir movimentos perto da janela. A mulher levantou e devagar foi até ao interruptor para acender a lâmpada na intenção de perceber o que acontecia, e ao virar-se seu coração errou uma batida. — Yo, Luce! — cumprimentou. Ele estava bravo, mas ao ouvi-la suspirar seu nome enquanto subia, toda a raiva que sentia por ter sido abandonado se esvaiu. — Ai!… — Natsu! — Ela pulou no colo dele de repente e isso o fez cair no chão, principalmente porque não esperava aquela reação. — Eu senti tanto sua falta… — Lucy o abraçava com tanta força, parecia que era vital para ela estar grudada a ele, e isso o encantou. — Eu estou aqui ao seu lado, Luce… — Levantou o tronco com ela ainda em cima dele. Ambos estavam sentados no chão, com seus corações batendo de forma diferente ao que era normal. Natsu se atreveu a cheirar o cabelo dela, estava há horas demais sem fazer aquilo. Sua mão direita acariciava os cabelos loiros, uma vez que sua mão esquerda os impedia de ficarem deitados no chão. Lucy se deixou levar pelo carinho e relaxou no peito dele, ela nem conseguia lembrar que estava em Fairy Hills ou que rapazes não poderiam entrar ali. Mas estava nos braços dele, então do que adiantaria pensar em tudo aquilo? — Senti sua falta… — Admitiu e isso fez o mago se esquecer de tudo, até de onde estava. Lucy levantou levemente para o encarar, os olhos castanhos brilhavam de alegria e seus rostos estavam bem próximos, até demais, no entanto, eles não se importavam, naquele momento, só uma coisa importava. Estarem juntos. Nada mais. Lembrando do que Mirajane o explicou antes, Natsu sentiu seu corpo agindo de forma estranha e seguindo seus instintos, moveu sua mão direita de forma a aproximar os lábios da amiga aos seus. Apesar do susto inicial, Lucy se deixou levar. O toque foi sutil, mas era o suficiente para fazê-los sentir uma descarga elétrica completa. Seu corpo tremeu como nunca, decidiu então que deveria seguir seus instintos e a puxou para mais perto. Ele sentia que precisava beijá-la, e agora sentia que deveria tê-la beijado há muito tempo. Suas bocas se chocavam desajeitadamente por inexperiência, ainda assim, eles não conseguiam se separar. Natsu empurrou seus corpos um pouco mais para frente, assim não precisava mais de apoiar-se com o braço esquerdo que agora procurava caminho para acariciar a cintura feminina por debaixo daquela camisa que Lucy usava como pijama, e quando conseguiu, sentiu uma nova necessidade, mais do que tocar em seus s***s como ocasionalmente acontecia, ele queria tocá-la em mais algum lugar. Os lábios dela não eram suficientes. A boca dela era doce, o que o obrigava a sugá-la, mas também não era o suficiente. Acariciar a cintura dela e subir até bem perto dos s***s também parecia insuficiente até senti-la tremer pelo carinho que fez na barriga coberta com aquele tecido. Gildarts o irritou quando mencionou o interesse carnal que ele sentia pela loira, mas agora, com aquela simples reação, ele percebeu que realmente queria bem mais dela, por isso, com a mão direita, soltou os fios loiros e investiu as carícias na cintura torneada. Lucy sentiu um frio gostoso no estômago, infelizmente para o Dragneel, isso a trouxe de volta para a realidade e ela o empurrou. — O que você está fazendo?! — seus olhos estavam arregalados, sua respiração descompassada e mais do que nunca, sentiu-se exposta a ele, mesmo estando de pijama. — Eu… eu não sei… Respondeu atordoado, não queria parar de tocá-la, não queria parar de beijá-la, não queria parar de senti-la, na verdade, queria continuar tudo o que fazia, e fazê-lo de outras formas. Entretanto, tal resposta lhe proporcionou um belo tapa na cara. Atônito, o Dragon Slayer olhou para ela. Talvez ele merecesse aquilo mais do que nunca, mesmo assim, a loira parecia assustada com o que fez, o rosto dele estava marcado com a forma dos seus dedos... — S-Sai daqui! — ordenou confusa. — Luce, eu não… — foi interrompido. — SAI DAQUI! — Gritou insistente. E sem saber o que fazer, ele saiu. Após isso, foi detectado pela lacrima de proteção contra homens, e mesmo estando brava com ele, ela fez com que não o descobrissem.” — Muita gente tem me incomodado, principalmente após você apanhar o buquê — Continuou. — E isso me deixou confuso — Para quem admitia o próprio caos, Natsu estava muito sorridente. — Mas quando segui os meus instintos e te beijei — Levou as mãos para as bochechas da Heartfilia. — Eu soube que gosto de você — Aproximou seu rosto do dela. — E gosto de você muito mais do que um amigo, Luce… — Natsu… — Lucy sentia seu coração pular de um lado para o outro mesmo seu peito sendo tão pequeno para isso. O homem dos cabelos róseos percebeu que nada nela estava normal, tinha certeza que ela não percebia o quanto seus olhos brilhavam por encará-lo, ou como seu sangue circulava rápido, como seu peito subia e descia, ou pior, como ela estava linda com o cabelo preso em dois coques, blusa regata acima do umbigo e um short que cobria apenas seu quadril. Talvez ele só percebeu por ser um Dragon Slayer, sim, seus instintos estavam aguçados por isso; ou como Gildarts disse, seus instintos estavam reagindo à paixão que ele sentia por ela. Lucy Heartfilia. Sua primeira paixão. Natsu se aproximou ainda mais dela, seus rostos estavam bem perto um do outro. Provavelmente, agir daquele jeito na primeira vez foi o que causou todo o drama inicial, e mesmo Lucy não se mexendo dessa vez, mesmo ela estando muito mais parecida com uma mulher apaixonada como descrito por Mirajane, ele tinha medo de afastá-la novamente, porém, dessa vez estavam na guilda, então não a deixaria escapar. Não até a maga admitir que também estava gostando dele da mesma forma. Admitia que a princípio não queria acreditar, no entanto, Lucy reagia exatamente como Cana leu em suas cartas, desde o momento em que pediu para conversarem a sós, até àquele pequeno momento de tensão, então ela teria que estar apaixonada, não é mesmo? Ele poderia beijá-la novamente, não é verdade? Eles poderiam ficar juntos, como Elfman e Evergreen ou como Gray e Juvia, certo? A previsão de um casamento estava correta, eles dois poderiam tornar-se uma família também? Já tinham Happy, mas poderiam ter um bebê-ovo também? Eles realmente poderiam casar como Gajeel e Levy tal como Macao insinuou? Só havia um jeito de descobrir. Seus lábios se tocaram ternamente, eles sentiram a mesma corrente eléctrica resultante do primeiro beijo percorrê-los, mas diferente da primeira vez, Natsu não teve tempo de a puxar para mais perto, ele nem mesmo teve tempo de sentir o gosto da boca da loira que o empurrou rapidamente. — Oi, Natsu! Oi, Lucy! — O Dragneel fuzilou Mest com os olhos. O moreno havia se teleportado para lá tão de repente que Natsu não entendia como Lucy percebeu antes. — O Mestre precisa falar com você sobre uma missão importante, Lucy. — Alheio a raiva do Dragon Slayer e a vergonha da Maga Estelar, Mest, que apenas se teleportou para perto da loira deu o recado. — T-Tudo bem… — Ela foi até a porta da despensa, e ao abri-la viu Mirajane caindo com Cana, Kinana, Erza, Lisanna, Lily e Happy em cima dela, Laxus, Wendy, Charles, Gray e Juvia também estavam lá, a diferença era que eles não se aproximaram da porta para tentar ouvir, e sinceramente, Natsu preferia ser interrompido por um de seus amigos curiosos, do que ser interrompido por causa de uma missão.
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