A chave do meu coração (3)

4489 Words
— Ahhh! Não me sinto nada bem… — Natsu refilou. O trem parou há cinco minutos da estação, então ele precisava se recuperar. Felizmente, seus companheiros não eram tão maus ao ponto de esperarem o trem arrancar mais uma vez, por isso desceram e deixaram ele e Wendy respirarem enquanto Lucy lia aquele livro estranho. — Francamente, até a Wendy já se recuperou. — Gray cruzou os braços vendo o amigo cair ainda “tonto” em cima da Heartfilia. — Gray-san… — Por algum motivo, Wendy interpretou as palavras do moreno como uma crítica. — Não seja duro com ele, Gray — Lucy pediu fechando o livro para acariciar os cabelos róseos do amigo enjoado. — Você sabe que ele não está bem. — Com o rosto escondido nas pernas da loira, Natsu sorriu sem ninguém perceber. O casal estava sentado no chão, e Lucy não se importava de ter o homem de cabelos cor-de-rosa deitado em seu colo, então não havia problema. Obviamente o Dragneel estava apenas aproveitando o momento, mas o Fullbuster não sabia se era uma boa ideia pararem por um capricho do amigo. — Conseguiu descobrir mais alguma coisa, Lucy? — Em resposta, Erza recebeu um aceno negativo. — Tirando o que o Mestre nos contou e o que já contei para vocês antes, até agora o livro não diz nada de jeito… — suspirou lembrando das palavras do Mestre da guilda. “— Lucy, temos uma missão direcionada a ti. — Makarov avisou. — Do que se trata, Mestre? — A mulher perguntou preocupada, geralmente os clientes direcionavam as missões aos membros mais fortes da Fairy Tail, e ela jurava que não era o seu caso. — A chave para o coração perdido. — Mest entregou o cartaz para ela. — De acordo com o cliente, somente uma Maga Estelar habilidosa conseguirá cumprir essa missão. — Erza leu o cartaz que agora estava nas mãos da amiga. — Parece divertido! — Natsu afirmou. — Não vejo nada de divertido nisso… — Gray discordou. O cartaz possuía desenhos medonhos de caveiras e fantasmas, além de um título bem suspeito. — O que foi, Lucy? — Happy se preocupou com a expressão no rosto da loira. — Nada, eu apenas não entendi a necessidade de uma Maga Estelar para essa missão… — indagou. — Nós também não sabemos porquê, mas a missão veio acompanhada desse livro — O Mestre mostrou para ela o livro de dezesseis centímetros de espessura que estava na mesa. — O cliente afirmou que aqui tem tudo que é preciso saber para completar a missão. Natsu pegou no livro e o abriu. — Não conheço essa língua. — Entregou o livro para a Heartfilia, com certeza ela teria mais chances de lê-lo. — Hum… Eu consigo traduzi-lo — esfolhou o livro. — Mas… porquê eu? — Perguntou diretamente ao Mestre. — Mesmo que eu saiba traduzir esse livro, eu não sou a única, além disso, existem outros Magos Estelares experientes por aí… — Os outros olharam para ela preocupados. Geralmente ela ficaria muito mais confiante por ser a única capaz de fazer algo tão importante. — Sim, mesmo após os acontecimentos com o relógio do infinito, ainda existem alguns Magos Estelares experientes — Concordou. — E alguns desses magos falharam nessa missão — A revelação fez todos ao redor se surpreenderem. — Você será a sexta maga a tentar, Lucy — A Heartfilia não sabia se deveria sentir-se sortuda ou azarada com aquela revelação. — Eu confio em você para honrar o nome da guilda cumprindo essa estranha e perigosa missão. — Mestre… — Sua mente pensou nos prós e nos contras por alguns segundos. — Está bem, eu aceito a missão! — E pelo orgulho da Fairy Tail, ela aceitou. — Fico feliz por ouvir isso — O Dreya indagou orgulhoso. — Mais uma coisa, pelo nível de dificuldade da missão, se você falhar ela será encaminhada para a Classe S, por isso estás autorizada a levar alguns magos contigo. — A loira pensou um pouco em quem levaria consigo. — Parece-me um desafio interessante — A Titania tomou a iniciativa. — Como Maga Classe S, eu ofereço a minha ajuda, Lucy. — Propôs, e com um sorriso, a loira aceitou. — Obrigada, Erza! — Segurou firmemente nas mãos da amiga antes de voltar a seriedade de antes. — Se a Levy estivesse aqui, ela poderia ajudar a decifrar o livro… — Olhou para a Dragon Slayer do ar. — Mas eu terei que fazer isso sozinha, e considerando que precisarei de usar a minha magia para cumprir a missão, o mais provável é acabar me ferindo ou ficando sem energia para isso, uma Encantadora seria muito útil, isso se quiseres ir connosco, Wendy. — A mais nova não pensou duas vezes na resposta. — Claro que eu ajudo, Lucy-san! — falou meiga. — Se a Wendy vai, eu também vou. — Charles avisou. — Bem, acho que é uma missão perigosa demais para quatro madames, então eu vou também, isso se vocês quiserem. — Dando de ombros, o Fullbuster se voluntariou também. — Se o Gray-sama vai, a Juvia também vai! — Juvia se voluntariou também, proteger seu namorado era uma missão vital para ela. — Claro que vai, sua boba. Porque acha que eu disse ‘quatro’? — questionou. — Como sempre, não estão contando os Exceeds… — A Exceed branca reclamou. — E eu não tenho direito de negar? — a pergunta retórica não foi feita com a intenção de negar a ajuda dos dois, principalmente porque a Heartfilia sabia que a força dos dois seria bem útil. — Obviamente não! — Erza e Juvia a atacaram com cócegas ao ponto de fazê-la cair no chão. Lucy não conseguiu evitar e assim como os outros membros da guilda, ela riu. — O que foi, Natsu? — O Exceed azul percebeu o afastamento do amigo. Natsu estava um pouco mais afastado do que antes, e se mantinha observando todos se divertindo. — Nada, Happy… — mentiu. — Estou ficando com pena dessas suas expressões — Cana ficou ao lado dos dois. Ele não se lembrava de vê-la pegar uma garrafa de vinho, mas lá estava ela, bebendo tranquilamente. — Não se esqueça que minhas cartas não erram — Ele tentou, mas não entendia o que ela queria dizer. — Tsc, e eu pensando que você tinha deixado de ser lerdo — Pegou no queixo dele e o obrigou a encarar a Heartfilia que levantou sacudindo o corpo. — Essa missão é a mesma que eu vi nas cartas — Revelou. — Não sei como, nem porquê, mas essa é a oportunidade para você finalmente roubar o coração da minha garota! — O Exceed azul riu. — Sua garota? A Luce? — E não, Natsu não entendia a piada. — Sim — Deu mais um gole na garrafa. — Quando ela entrou na guilda, era uma garota inocente, sem experiência em tudo, até no quesito batalhas, mas agora é uma maga preparada para enfrentar uma missão Classe S — Terminou de beber o líquido amargo da garrafa. — Além disso, se as cartas estiverem certas, em breve você será a razão para ela perder o que sobrou da inocência dela — Piscou para ele, mas ao contrário do Exceed que riu ainda mais alto, o Dragon Slayer não entendeu, o que fez a morena gargalhar. — Sério, Natsu? — Encostou a boca na orelha dele para falar baixo. — Você já roubou o primeiro beijo dela, só falta roubar a virgindade dela também! — Natsu corou da cabeça aos pés. — E não se faça de sonso, pois, você recebeu conselhos do meu pai e eu sei muito bem disso. — Sim, até do Gildarts ele recebeu conselhos de como agir com a mulher que estava mexendo com seu coração, mas não era para ninguém mais saber que tipo de conversa os dois tiveram. Aquele velho i****a pagaria bem caro por contar todas aquelas besteiras para a Alberona. Já não bastava tê-lo traumatizado, também tinha que dar uma arma para a Cana o atacar. — Terminei! — Lucy falou. — E então? — Lisanna questionou. — Aqui diz que Doryan é uma cidade que foi amaldiçoada. — Amaldiçoada? — Wendy parecia surpresa, tanto pelo que a loira descobriu, quanto pelo que o Dragon Slayer do fogo e a Maga das Cartas conversavam, embora ela preferisse esquecer o que ouviu dos outros dois. Enquanto Erza foi atrás de suas malas para a viagem, Lucy pôs os óculos leitores do vento para entender o máximo possível de informações com uma primeira leitura. — Nesse caso, eu vou também — Mest sugeriu. — Aprendi muita coisa quanto a magias e maldições, talvez meus conhecimentos sejam úteis. — Sim, talvez — Tirou os óculos e sorriu gentilmente pela proposta. — Mas não é uma boa ideia levar tanta gente para uma única missão. — Tanta gente, mas vocês são apenas seis — lembrou. — Oito — retificou. — Oito com quem? Ninguém mais se voluntariou. — Ao menos não lembrava. — Claro que não. Julguei que estava óbvio que o Natsu e o Happy iriam comigo. — Mesmo falando baixo, suas palavras foram o suficiente para fazer o Dragon Slayer do fogo ouvir seu próprio coração se alterar. Realmente Gildarts estava certo, ele precisava daquela mulher.” — O que deu em você, Natsu? — Gray questionou ao ver o amigo agindo de forma estranha. — Nada! — respondeu adiantando os passos para ficar ao lado da parceira como sempre. — Luce, precisamos da Levy para o seu plano? — Seu ar inocente fez a loira suspeitar. — Não exatamente, mas seria bom ter a opinião dela — explicou. — Por quê? — Natsu apontou para o outro lado da estação de trem. — Porque eu sinto o cheiro dela e do Gajeel bem ali. — O quê?! — Parando de andar, os oito olharam para onde o Dragneel apontava. — Olha, Charles, é o Gajeel-san e a Levy-san! — Você sabe que eu não tenho uma visão Dragon Slayer, Wendy… — Mas é a presença deles… Gajeel, Levy! — A ruiva fez sinal para eles. Gajeel também percebeu a presença deles, mas quis fugir, assim terminaria sua lua de mel sem se estressar, mas o Salamandra tinha que estragar tudo. *** — Então é aqui? — Happy perguntou. — Não me parece um lugar muito habitado… — Gray observou. A cidade parecia imensa, mas não possuía um único habitante. — A Juvia acha que tem a ver com a maldição. — Expôs. — Sim, no livro dizia “outrora alegre, agora apagada”, acredito que antes a cidade era movimentada, mas por conta da maldição tornou-se deserta. — Pensou no óbvio. — O que foi, Natsu-san? — Wendy não entendia porquê que ele farejava, ou melhor, o que ele farejava. — Sinto um cheiro estranho… — Como assim um cheiro estranho? — Gray questionou. — Não sei… parecem algas… Não! Parece sangue… Ou será que é sal… — Tentou entender o que era e recebeu olhares perdidos. — Já sei! São algas salgadas no sangue! — explicou. — Tens certeza que já recuperaste do enjoo, Natsu? — Preocupado, o Exceed azul perguntou. — Ou talvez ele tenha batido a cabeça? — Charles falou sem pensar. — Não, eu tenho certeza que ele é viajado desde que nasceu. — O Devil Slayer concluiu. — Não estou viajando! — rebateu, contudo, ninguém parecia disposto a acreditar no que ele dizia. — Tudo bem, Natsu, tenta apenas reorganizar as ideias. — A Maga das Armaduras pediu, o que o deixou desconfortável, não tinha nada para reorganizar, era aquilo e ponto! — Eu estou falando sério! — indagou bravo. — Algas salgadas no sangue… — A Maga Estelar pensou por alguns segundos. — Já sei! — Pegou na lacrima de comunicação portátil e ligou para a “nova” senhora Redfox. — Levy, preciso que vás até a página onze e leias o parágrafo que fala sobre uma flor que chora rios vermelhos de cristais. — Pediu. — Tudo bem, Lu-chan! — Com os óculos leitores do vento, Levy fez o que a amiga pediu, porém, nada fazia sentido. — E quando dei um passo, uma flor. Era horrível, mas era o que mais distinguia, uma flor que chorou rios vermelhos de cristais dolorosos. — leu pela terceira vez para que os amigos pudessem ajudar, mas nenhuma ideia vinha. Quando se encontram na estação, Lucy explicou o que estavam fazendo lá para a amiga, coincidentemente, o trem que levava Gajeel e Levy de volta para casa foi obrigado a parar, então decidiram ficar em um hotel próximo até as coisas se resolverem. Mas ao saber o nível de importância da missão, a mulher que ostenta uma barriga de cinco meses de gravidez, quis ajudar. Seguindo a vontade de seu marido e de sua melhor amiga, ela não continuou com o grupo. Mas prometeu que ajudaria analisando o livro e dando opiniões através da lacrima de comunicação. Ao menos assim, Gajeel ficava muito mais tranquilo. — Não consigo ligar os pontos… — A loira reclamou antes de olhar para o homem de cabelos cor-de-rosa que ainda estava de m*l humor pela descrença dos amigos. — É isso! — Uma ideia veio a cabeça. — Natsu, consegues nos levar até a esse cheiro estranho? — Ele fez uma careta como se a resposta fosse óbvia. — Ótimo, então vamos! — Nenhum deles entendia o que estava acontecendo na cabeça da loira, mas todos seguiram o Dragon Slayer sem hesitar. — Aqui! — Natsu parou em cima de uma pintura antiga de uma alga verde. — Também sinto o cheiro estranho que o Natsu-san descreveu antes, mas… — Tirando a pintura, não existe alga ou coisa do tipo. — A Titania agachou para tocar o desenho. — Sete chaves, sete passagens, milhares de corações… — Lucy tentava encontrar uma solução. — Espera, Erza! E antes que ela pudesse dizer alguma coisa, um feixe de luz os atingiu e encadeou. — Você está bem, Luce? — Instintivamente o Dragneel pulou em cima dela para protegê-la. — S-Sim… — Sem jeito ela olhou para o lado. A mão direita dele impediu que ela batesse com a cabeça no chão, enquanto a mão esquerda protegia as costas dela. Tudo bem que o Dragon Slayer queria protegê-la, mas acabou colando seus corpos, e isso deixava a maga desconfortável. Enquanto isso, Gray protegeu Juvia, Wendy, Charles e Happy com um escudo de gelo por pura precaução. — Eu estou bem, obrigada por perguntar… — A ruiva falou um pouco enciumada, ninguém tentou protegê-la, mesmo que não fosse necessário. — I-Isso é… — Juvia tentava entender. — Uma fechadura! — Charles percebeu. — Uma fechadura, será que eu… — Tentou levantar, mas Natsu ainda estava sobre ela. — Hum… Natsu… — O quê? — Olhou para ela e percebeu que seus rostos estavam bem próximos. — D-Desculpa… — Soltou-a e saiu de cima dela, agora teria que tentar concentrar-se em outra coisa. — Talvez se eu fizer isso… — Levantando e indo até a fechadura que se formou no meio da luz incandescente, a Heartfilia tocou com uma determinação estranha e seu corpo brilhou como se ela fosse uma luz pura. — Lucy? — O moreno ficou preocupado com o símbolo estranho que se formou assim que ela tocou, mas parecia que ela não o ouvia. — Luce… AI! — Happy! — O Exceed azul tentou tocá-la, mas em troca recebeu uma espécie de choque feito de água. — O que está!... — Espera, Natsu-san! — Wendy o impossibilitou de fazer o que quer que fosse, para que a loira continuasse o que fazia. — Uma Maga Estelar… — sussurrou um pouco fora de si, era como se respondesse a uma pergunta, na verdade, ela parecia um pouco hipnotizada, agora ela entendia o porquê de sua presença ser necessária. — Abre-te, portão para o Mar Canonizado, Heiliger! — Lucy proferiu. Uma nuvem enorme se formou no céu e então ela voltou ao normal. — Consegui! — A luz intensa transformou-se em uma espécie de corrente de água. — Incrível… — Levy falou assim que a maga mostrou para ela o que fez. — Sim, mas não está terminado — analisou. — Se o livro estiver certo, temos que encontrar uma flor que chorou rios vermelhos de cristais. — analisou. — Nesse caso, vocês precisam entrar lá para encontrá-la. — deu de ombros, para ela estava bem claro como tudo deveria funcionar. — É claro, a Lucy abriu a porta, agora podemos encontrar! — O Fullbuster percebeu o que a Redfox pensava. — Certo — Natsu concordou animado. — Vamos lá, Happy! — Aye! — Esperem! — Antes de perceberem o que ela disse, os dois tentaram entrar e foram repelidos com aquele estranho choque. — Mais que mer… — Natsu pegou na própria cabeça que agora parecia cheia de água. — Vocês estão bem? — Lucy agachou para verificar se o Dragneel estava bem. — Porquê que eu fui atacado da mesma forma duas vezes?... — O Exceed azul reclamou, mas Wendy já o ajudava com sua magia. — É o que eu iria dizer — Levy não acreditava no nível de estupidez dos dois, não tinham lido o livro? — Na página noventa e nove deixa bem claro que somente quem invocou ou abriu o portão pode entrar. — explicou. — Nesse caso, só a Lucy pode entrar? — Juvia estava preocupada com o rumo da conversa. — Não necessariamente. Foi a Lucy que abriu a porta, mas quem a invocou foi a Erza. — Lembrou. — Então eu e a Lucy podemos fazer isso? — Pôs a armadura Imperatriz dos Mares. — É o que parece. — concordou. — Então eu… — Natsu a impediu de levantar. — Não sei se é uma boa ideia… — Seu olhar sério fazia a loira se preocupar. — Natsu-san, nós precisamos que a Erza-san e a Lucy-san cumpram essa missão. — pediu calmamente para o convencer. — Mas… — Ele olhou para a Heartfilia que continuava sem entender o porquê de não poder ir. O problema era que somente o Dragneel sabia o motivo. — Eu sei, Natsu-san, mas vai correr tudo bem. — Ele olhou para a garota, provavelmente ela também sabia, afinal, era uma Dragon Slayer e ouvia quase tudo o que acontecia na guilda. — Tem cuidado, Luce. — Olhando bem nos olhos dela, ele pediu ainda preocupado antes de deixá-la ir. — Eu vou sim — Um pouco abalada pelo olhar sério, a loira manteve a concentração. — Star Dress: Aquarius Form! — Transformou-se antes de entrar lá com a Titania. — Vamos, Lucy! — Sim! As duas magas começaram sua exploração marinha enquanto os outros as observavam. Natsu ainda estava sentado e de braços cruzados. Ninguém mais sabia, mas Cana o avisou sobre um enorme risco para a vida da loira durante a missão, então ele sabia que, mesmo com a presença de Erza, Lucy poderia correr perigo e com aquela barreira estranha atrapalhando, ele ficava ainda mais preocupado. Juvia desviou os olhos para o Dragneel e percebeu que ele não estava tão barulhento como nos outros dias, mas acreditava que era a hora certa para que seu amado Gray fizesse seu trabalho de cupido, por isso chamou a sua atenção e apontou para o outro. — Certo! — entendeu sem precisar de muitos esforços e foi até ao amigo. — Está preocupado com a Lucy? — Tudo o que recebeu foi um simples murmúrio para confirmar. — Eu acho que você não deveria se preocupar tanto. — Sentou ao lado dele. — A Erza está com ela, além disso, olha bem para ela — Natsu focou na figura feminina que saltava agilmente pelas rochas que se formaram atrás da enorme parede de água. — Ela agora é forte e independente, não precisa da sua ajuda para continuar em frente — Isso já estava bem claro desde o dia em que a mulher passou a evitá-lo, Gray não precisava lembrá-lo disso. — No entanto, isso não é motivo suficiente para não a protegeres, afinal, você a ama mais que tudo, não é mesmo? — Natsu sorriu com seus próprios pensamentos, todos passaram por muitas coisas e todos cresceram e ficaram mais fortes. Cada um estava realizando seu próprio sonho e construindo suas próprias famílias, Alzack e Bisca, Levy e Gajeel, Gray e Juvia, até mesmo Elfman estava avançando com a Evergreen, isso para não falar dos encontros secretos que Erza tinha com Jellal ou das chances que Happy tinha com Charles. Somente ele e Lucy não estavam avançando, e isso porque, no passado, ele não entendia que o amor que ele sente por sua parceira é muito maior e muito mais complexo do que ele poderia entender. Agora, o problema era a mulher que ele tanto desejava. Lucy parecia não entender como ela mesma o amava, e ninguém poderia dizer o contrário, principalmente porque ela reagia tal como ele quando estavam em um momento especial, íntimo e intenso como foi no dia do primeiro beijo deles, tudo bem que após isso ela parecia muito surtada. Mas ele a faria entender tal sentimento, mesmo sendo igualmente inexperiente. — Sim… — Olhou para o amigo. — Eu vou proteger a mulher que amo! — Agora ele entendia como Gray se sentia quando afirmou que queria ser mais forte para poder proteger a mulher que amava, era estranhamente diferente de querer proteger um familiar ou um amigo, mas era importante demais. E mesmo a loira sendo tão forte, ele a protegeria acima de tudo. — Cadê as suas roupas? — questionou. — Mas quando é que! — Admirou com a ausência das peças que cobriam seu corpo. Wendy olhou para o lado e fechou os olhos, estava tão sonhadora com o discurso sobre amor e proteção que os dois faziam, que acabou não percebendo o que o Fullbuster vestia, ou melhor, o que ele não vestia… Juvia o repreendeu, tinham combinado que mais ninguém o veria despido por aí e ele estava se esforçando para comprir a promessa, mas no fundo, ela sabia que era impossível para ele então apenas se divertia com as reações de seu amado. Já Charles o acusava de ser um pervertido. Repentinamente Natsu levantou assustado, seu olhar se direcionou a maga que agora segurava um objeto estranho, parecia uma alga vermelha-sangue. — Cuidado, Lucy-san! — Wendy também sentiu o perigo. O objeto que a loira segurou começou a brilhar antes de empurrá-la, o que a fez cair do topo da montanha. — LUCE! — Natsu correu para impedir que ela caísse, mas a barreira o repeliu como na primeira vez. — ARGH!... — Ele levou a mão à cabeça. — Natsu, você está bem? — Happy ficou preocupado. Felizmente, apesar do susto inicial, Erza impediu a queda da amiga e agora as duas estavam prontas para encarar o que vinha. — S-Sangue… — Sem tirar os olhos das amigas, a Dragon Slayer do ar assustou-se. Da alga jorrava sangue, e o sangue manchou a água que antes surgiu. Agora, até as montanhas estavam cheias de sangue e tanto a Maga das Armaduras quanto a Maga Estelar, teriam que respirar no meio de todo aquele sangue. — Merda! — Natsu levantou novamente para tentar entrar, e de novo foi repelido. — Argh! — Não — Juvia prestou mais atenção em tudo aquilo. — Está vermelho, mas ainda é água… — informou. — M-Mas… cheira a sangue… — E foi por isso que o Dragneel levantou novamente para atacar a barreira com seu Punho de Ferro do Rei Dragão de fogo. E, novamente, foi repelido. — Para, Natsu! — o moreno ordenou, mas ele não deu a mínima e foi contra a barreira outra vez. — Já chega! — Assim que ele foi ao chão, Gray o segurou pelo cachecol para que ele parasse com aquela besteira. — Você ainda não entendeu que não podemos fazer nada?! — gritou sobre o olhar atento dos outros. Enfurecido, o Dragon Slayer o empurrou ficando assim livre dele. — Eu tenho que salvar a Lucy e a Erza! — afirmou. — P-Por favor, se acalmem… — Juvia e Wendy estavam assustadas com o rumo da discussão entre os dois amigos. — Olhem! — Charles pediu ao perceber que a Scarlet usava a Armadura Planadora com duas espadas e Lucy estava na Virgo Form. As duas não podiam falar debaixo de toda aquela água, mas o olhar que trocaram dizia tudo. A Heartfilia começou a escavação de um grande buraco e a água começou a diminuir, mas a alga não parava de jorrar, então invocou Virgo, juntas elas conseguiram reduzir a água mais rápido do que a planta marinha poderia acrescentar. Assim que teve a oportunidade, e ficou livre de uma boa camada de água, a Titania acelerou, e com suas duas lâminas esfatiou a alga chorosa. Onde era o desenho de uma alga verde formou-se uma enorme montanha como cascatas e uma boa diversidade de fauna e flora marinha. Agora, Erza e Lucy estavam bem. — Fechar o portão para a Proteção de Sangue, Heiliger! — E com essas palavras a barreira finalmente desapareceu. — Luceeee! — Happy foi de encontro aos s***s da loira. — Tive tanto medo… — Com um sorriso meigo, a maga o abraçou. — Já passou, Happy! — Os outros também se aproximaram delas. — Não me assustem assim! — Gray repreendeu as amigas. — Eu fiquei com tanto medo… — a Dragon Slayer tentava não chorar. — Juvia acha que vocês foram incríveis! — Abraçou as duas. — As coisas se complicaram um pouco, mas graças a Lucy deu tudo certo! — Sem pensar duas vezes, a ruiva acariciou os cabelos da loira. Poder-se-ia dizer que tudo estava bem, não estava? — Luce… — Natsu chamou a atenção de todos sem querer. — Eu sei — Happy saltou do colo da maga para dar espaço ao amigo que a abraçou com força. — Está tudo bem por agora, Natsu. — O Dragneel escondeu o rosto na curva do pescoço da mulher ainda atordoado. Talvez todos os golpes que recebeu ao atacar a barreira fossem os culpados de seu estado, mas, ao inspirar o ar que vinha mesclado com o doce e incomparável cheiro de sua amada, sentiu-se muito mais relaxado, e de igual modo, muito mais feliz. Parecia um pouco irreal passar por aquele tipo de situação em que ele teria que se concentrar em apenas observar sem puder ajudá-la enquanto todo o seu corpo se alertava do perigo que ela corria. Mas teria que acostumar-se com aquilo. Um pouco mais calmo e com Lucy em seus braços, ele finalmente suspirou aliviado. Ficaria tudo bem, no entanto, ainda faltavam seis obstáculos, então a jornada ainda era longa.
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