Capítulo 1
Prólogo
Mayara Narrando..
Sinto a brisa fria bater no meu rosto, eu apoio meu antebraço na grade da varanda, são três anos vivendo a mesma coisa, uma situação deplorável e angustiante, perto das pessoas eu tento me mostrar forte, mas aqui dentro dessa casa é o lugar que eu vivi os meus piores pesadelos, não teve um ano bom, teve dias que Leo decidia dar uma trégua e não saia, mas no outro dia, ele voltava a ser o responsável pelos meus pesadelos, não sei como eu fui permitir chegar a esse ponto, sinceramente, eu o amava tanto que chegava a doer no peito, um amor que eu achei que superaria todos os obstáculos, mas foi a maior mentira da vida, porque aos poucos ele estava matando a mayara mulher que existia em mim e eu não estava querendo aceitar isso, aceitar que eu mereço muito mais que migalhas, eu mereço ser feliz e não é ao lado do Léo que isso ira acontecer.
Saio dos meus pensamentos quando ouço meu celular tocando, volto pro quarto e atendo a chamada da Tamara, uma amiga minha.
Ligação On
— Oi tamara... __ digo colocando a chamada no viva voz
Tamara — Oi amiga, como você tá? __ pergunta e eu sinto meus olhos marejar e fico em silêncio — De novo o Leonardo? Vai, me conta o que tá pegando!
— Amiga... Eu tô cansada, eu tô muito cansada mesmo __ confesso sentando na cama e permitindo as lágrimas molharem meu rosto — Eu faço de tudo por ele .. faço de tudo e mais um pouco, mesmo assim não adianta, ele insiste em agir da mesma forma... Eu não sei mais o que fazer
Tamara — Olha May, você sabe que eu sou sua amiga e eu te amo muito, mas fala pra mim, quando você vai começar a se amar? Dar valor a si mesma? Larga esse escroto e vem morar comigo na Alemanha, garanto que é muito melhor... ___ fala e eu sinto um nó na garganta, acabo soltando um soluço dolorido, passo a mão na garganta e suspiro fundo — Ei... Não chora, poxa, eu vou ser obrigada a ir aí e tacar fogo no Léo? É isso?
— Não amiga... fica tranquila, eu não posso ir pra Alemanha porque aí seria o primeiro lugar que ele me procuraria... Eu agradeço muito pela oferta, mas não posso aceitar... Juro que não amiga ___ digo com a voz embargada — Eu prometo que vou ficar bem..
Tamara — Você é teimosa cara... Mas se você não quer, eu respeito sua decisão, porém pede ajuda pro comando, tenho certeza que o Lobo não vai permitir ele nem se aproximar de você...
— Se fosse fácil assim amiga... É complicado, eles nunca querem se envolver em assuntos de casal, mas eu vou pensar direitinho... ___ digo e eu ouço o barulho da moto do Leozinho — amiga eu vou desligar, ele chegou.. te amo beijos.. ___ nem espero ela responder e já desligo a chamada.
Ligação Off
Limpo o meu rosto molhado com as costas das mãos, mas as lágrimas são tão teimosas que não param de descer. Ouço barulho na escada e a cada passo, meu coração dispara e parece que vai sair pela boca, até que ele entra no quarto e me olha, seus olhos estão vermelhos, com certeza se entupiu de drogas.
Leozinho — Qualé.. tá chorando por que mano? Tá com dor? ___ pergunta ignorante e eu negö, levanto da cama sem dizer nada, dou as costas pra ele e tento ir pro banheiro, mas sou parada no mesmo momento em que ele segura o meu pulso com força e bate meu corpo na parede — Quando eu falar contigo, tu responde filha da putä... Tá perdendo o respeito comigo porrä ___ vocifera contra o meu rosto, ainda apertando meu pulso.
Suspiro fundo, sentindo meu coração estremecer e uma vontade imensa de desabar na frente dele, porém não faço isso.
— Me solta... Meu pulso tá doendo ___ digo quase em um sussurro e ele não solta, pelo contrário, ele aperta ainda mais — Leonardo... Por favor, você está me machucando...
Leozinho — Quando eu falar contigo, cê desenrola comigo, agora me responde, por que cê tava chorando? ___ repete a mesma pergunta, chega a ser irônico da parte dele perguntar o porque eu estou chorando.
— Está tudo bem, eu só estava com saudades do meu cachorrinho Bob, era só isso, a saudade bateu e eu acabei chorando... ___ minto e ele rola os olhos, e solta o meu pulso.
Leozinho — Tu quer outro? Eu mando os moleque trazer aí, só tu falar qual raça cê quer... ___ pergunta se afastando e eu esfrego a mão no meu pulso, ficou até sinal do aperto dele, esse cara é muito filho da putä.
— Eu não quero mais nenhum cachorro... Vou tomar um banho pra gente ir na Rocinha... ___ digo e ele dá uma risada irônica
Leozinho — Tu vai querer ir pra lá mermo? Depois não vai reclamar né... Fala tu, cê tá ligada que as piranhas vão cair matando pra cima do pai aqui, e cê tá ciente disso, não vem bronca pro meu lado... Se eu fosse tu, ficava aqui ___ fala rude tirando a camiseta e eu vejo vários arranhões recentes na barriga dele, uns chupões também, sinto meu coração sendo atingido em cheio, mas engulo o choro, ele percebe o meu olhar e segue pro banheiro, resmungando.
Me jogo na cama com o rosto enfiado no travesseiro, libero todo o choro que estava entalado na garganta, mas abafo o som com o travesseiro, eu nunca senti tanta dor na minha vida, parece que eu levei diversas facadas no peito, no mesmo lugar e cada vez mais forte. Não sei por quantos minutos que eu fico ali, mas quando ouço o barulho do chuveiro desligando, eu me levanto da cama, espero ele sair do banheiro e quando ele saí, eu passo por ele e nem olho na sua cara e entro tomar banho.
[...]
Depois de tomar banho, eu enrolo uma toalha no meu corpo e uma nos meus cabelos ruivos, eles são longos, batem pra baixo da b***a. Saio do banheiro e encontro ele passando perfume, sigo pro meu lado do guarda roupa e pego uma lingerie vermelha, coloco em cima da cama junto com um shorts jeans e uma regatinha preta com um desenho de uma garota com o globo nas mãos. Aproveito e pego meu creme da Boticário, um cheirinho de chiclete, eu sou apaixonada. Quando eu apoio meus pés na cama e coloco o creme na coxa, eu deslizo a mão e começo passar. Estava tão distraída cantando que nem tinha percebido a presença do Léo atrás de mim.
Leozinho — Vamo füde gostosa? Fala tu, deixa eu meter minha p**a dentro da tua bocetinha, hum? ___ fala mordendo o lóbulo da minha orelha, e eu não sinto nada... faz muito tempo que eu deixei de sentir t***o por ele.
— Saí de perto Leonardo, eu não quero... ___ digo me afastando e ele já me encara com raiva — Não adianta me olhar assim... Você acha mesmo que eu vou me entregar a você, sendo que minutos antes de você chegar em casa, tu estava com p*****a na rua? Nem em sonho Léo... Se você quiser alguma coisa comigo, vai ter que me forçar, porque por vontade própria você não toca no meu corpo... ___ falo convicta e ele gargalha alto e volta a me encarar
Leozinho — Tu é minha mulher porrä... Cê abre as pernas pra mim, quando eu quiser, morô ? ___ brada altivo, vindo na minha direção e eu dou passos pra trás, segurando a toalha que está no meu corpo
— Não... Sabe por que não? Porque você já tem as suas putäs na rua que estão satisfazendo você, não precisa de mim e eu também não preciso de você... Agora me dá licença, eu quero me trocar porque eu também vou na Rocinha... Tô morrendo de saudades da Malu, então deixa eu terminar de me arrumar, porque depois tu fica na minha orelha, reclamando a demora... ___ digo desviando dele e termino de passar o creme no corpo, ele não tira os olhos de mim. Troco de roupa, tiro a toalha do cabelo e dou uma secada rápida, volto ao banheiro e escovo os dentes, logo após saio novamente e passo perfume, Léo continua parado como uma estátua na porta, e eu nem consigo decifrar o seu olhar, ele está com a glock na mão, confesso que isso nem me assusta mais. — Tô pronta, vamos... ___ falo jogando o cabelo pra trás, quando vou passar por ele, o mesmo me pressiona na porta e coloca a glock na minha garganta.
Leozinho — Quando eu quiser comer tua bocetinha, cê não tem que questionar, pegou a visão, e só me dá e acabou... ___ fala entre os dentes e eu engulo seco, sentindo seu apertão. — Responde caralhoo...
— Tudo bem Léo... ___ digo com a voz trêmula e ele sorri
Leozinho — Amo tu gostosa... ___ fala em um tom psicopata e eu concordo — Não vai dizer nada? ___ fala esfregando a glock na minha garganta.
— Também amo você... ___ falo forçado e ele ataca minha boca, me beijando com voracidade e pressionando a Glock na minha garganta. Sei que essa é uma forma dele para me ameaçar a corresponder seu beijo, e assim eu faço, mesmo sentindo nojo da sua boca, eu correspondo, até que o ar falta e ele se afasta.
Leozinho — Bora lá... e sem showzinho... ___ fala segurando a minha mão com força e saímos do quarto juntos. Que inferno, até quando eu vou viver isso, eu só quero que um dia esse pesadelo acabe, só isso.
Saímos de casa, ele subiu na moto e eu em sua garupa, o mesmo arrancou com a moto dali e desceu cantando pneu, agarro sua cintura só por medo de cair, porque ele faz umas gracinhas que eu não sei como ainda não se estabacou no chão, sinceramente...
Contínua...
( ATUALIZAÇÕES DIÁRIAS A PARTIR DO DIA 22 )