NASCIDOS NA MÁFIA - HERDEIROS PARTE 2

Amores, passando para explicar que vocês não precisam necessariamente ler a primeira parte para entender o livro Herdadeiros - Nascidos na Máfia parte 2! Mas é claro que vou indicar a parte um também! É um livro de alto astral! Se prepare para rir muito e se apaixonar por essa família tão linda. *É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou intangível) sem o consentimento escrito da autora. A violação dos direitos autorais, geração de PDF e compartilhamento indevido é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.2018* NARRAÇÃO DO NOAH... SINOPSE: Me chamo Noah. Muitos me conhecem como um rapaz rebelde e sem causa. A ovelha negr@ da fazenda... O que poucos sabem é que sou o herdeiro legítimo de uma das maiores máfias europeias, a máfia alemã. Não me importo com a opinião das pessoas a meu respeito. Só eu sei tudo o que passei até aqui.... Minha revolta não é gratuita e tem nome e sobrenome. No passado briguei com meu pai. Na verdade, foi uma briga bem calorosa que machucou inclusive o meu irmão mais velho... a questão é que hoje entendo que a mágoa e tristeza que carreguei comigo por muito tempo, uma hora teriam que ser extravasadas e isso aconteceu e causou várias consequências. Não fui amado como meu irmão foi, pelo menos sinto que não. Na época meu irmão mais velho sofria uma depressão profunda e eu era um moleque. Meu pai deu toda sua atenção para cuidar do Léo e sua depressão e se esqueceu que tinha outro filho. Cresci em meio a rejeição. Era simplesmente frustrante implorar pelo amor e atenção e receber o contrário disso. Eu só tinha que lidar com cobranças... Perceber meu pai amando meus irmãos e não receber amor da mesma forma, me causou uma grande revolta e eu estava disposto a ser o péssimo exemplo da família. Exatamente para combinar com o meu estilo de vida... O revoltado da máfia! Nessa rebeldia, fui expulso e praticamente exilado de casa para viver um ano na Alemanha. A desculpa de meu pai é que eu precisava aprender a ser homem. Sofri pra caralh0! Mesmo sendo herdeiro legítimo não fui poupado de nada e os soldados pegaram pesado, me maltratando quando tinha apenas 16 anos de idade. E o pior, ninguém sabia o que se passava comigo. No decorrer daquele ano, meu irmão mais velho me encontrou e nos perdoamos, mas ainda carrego mágoa do meu pai. Ele nunca pisou na Alemanha para perguntar se eu estava bem; nunca tive a oportunidade de contar que 4 soldados me maltratavam e agrediam diariamente. Sem ajuda de ninguém tive que agir por conta própria matando os 4 homens enquanto dormiam, em uma noite fria da Alemanha. Eu não tenho medo de mais nada! Não temo nada e estou disposto a sumir da nossa família. Só que a vida é uma caixinha de surpresas e eu fui surpreendido. Por intermédio de minha cunhada, conheci Bianca, sua prima e nos tornamos amigos e confidentes por mensagem..., uma loira linda com um carisma gigante. Assim como eu, Bianca procurava um amigo, um confidente e então nos identificamos de imediato. Éramos como o combustível um do outro. Ela sempre me arrancou gargalhada mesmo quando eu estava no pior dos meus dias. Sempre senti algo diferente pois ela conseguiu em pouco tempo adentrar em sentimentos que eu nunca havia externado para ninguém. Sinto que ela conhecia mais de mim do que meu próprio pai e irmãos. Com sua pureza e sem envolvimento com a máfia, a prima da Clara talvez não conhecesse ainda o pior do ser humano...e foi assim que um dia Bianca foi abusada e eu não pensei duas vezes, me obriguei a voltar naquele que foi o lugar que jurei nunca mais colocar os pés. Eu tinha que vê-la, cuidar dela, mesmo nunca tendo a visto em minha frente. Mas isso teria que lidar com meus juramentos, e quebrar promessas antes feitas. Precisaria ficar cara a cara com quem eu tanto sinto raiva, MEU PAI! Agora chegou a minha vez de contar um pouco do passado e começar a escrever meu presente. O amor cega. Prometi nunca mais pisar naquele lugar em que cresci, nunca mais pisar na terra da fazenda. Prometi principalmente nunca mais estar em qualquer lugar onde meu pai também pudesse estar, e aqui estou eu. Quando soube que Bianca estava na fazenda, no hospital e toda machucada, eu simplesmente me esqueci da promessa que fiz, passei por cima do meu orgulho pois eu precisava vê-la! Mas nem tudo é como eu desejava. Bisavô Maurício foi o primeiro a me ver e praticamente me prendeu em seu escritório. Todo esperançoso, ele achava que eu iria fazer as pazes com aquele homem que dizia ser meu pai, mas eu fiz um juramento e por mais que as pessoas me critiquem, eu não estou disposto a quebrar essa promessa, e nem mesmo ele, meu biso querido e que tanto amo e tanto respeito, irá conseguir me convencer do contrário. Assim que entramos em seu escritório, me senti como um prisioneiro. O biso saiu às pressas do escritório para chamar meu pai, e eu me senti inquieto e ansioso! Muito ansioso! Não estava preparado para olhar na cara daquele homem que me expulsou da fazenda há um ano, sem nem ao menos se despedir, sem olhar em meus olhos! Olhei pela janela do escritório, fiquei tentado em pular e correr direto para o Hospital improvisado apenas para ver quem eu queria. No mesmo instante ouvi a voz do meu pai se aproximando, e isso me causou um breve calafrio. Agora é tarde demais, eu não tinha mais o que fazer... Me levantei nervoso olhando a maçaneta girar. Vi a porta se abrindo e meu pai entrando e parando. A surpresa em me ver ficou estampada em seu rosto. Ele perdeu a fala e tentou balbuciar palavras que não saíram apesar da movimentação de seus lábios. Meus olhos foram tomados pelas lágrimas...eu não estava preparado para rever a sua imagem; cabelos cumpridos amarrados, barba por fazer, olhos carregando tristeza. Um misto de sentimentos me arrebatou, mágoa e saudade se misturavam me trazendo uma inquietação que não sabia lidar. Recordações da minha infância vieram como um soco com a sua entrada. Minha mente vagava entre os momentos e que fui atacado e expulso e as boas lembranças que eu ainda tinha dele. Lembranças estas que haviam sido guardadas no meu profundo e que agora, com a sua presença, vieram com tudo à tona. - Filho! - Ele se aproximou me tirando dos meus pensamentos, mas me afastei dando passos para atrás não querendo seu toque ou seu contato. - Nicolás, não precisa me tocar. - Meu pedido fez meu pai cair no choro. - Por favor, não me chame assim! - Por que está fazendo isso? - Uni as sobrancelhas enquanto ele me olhava confuso, não conseguindo controlar o choro que o tomava. - Do que você está falando Noah? - Está fingindo! Eu me lembro muito bem de como você não se importava comigo quando vivia com vocês, e tão pouco se importou quando fui morar em outro país! Para de fingir sentimentos cara. Isso não combina com você! – Cuspi essas palavras com tanta raiva que eu mesmo não me reconheci. - Isso me dá nojo! - Passei por ele irritado, mas meu coração também sangrava por sentir raiva do homem que tanto amei quando criança. Era estranho rever meu “pai” depois de tudo que fui obrigado a suportar no tempo que estive na Alemanha. Ao me virar e caminhar em direção a parta, senti ele segurando em meu braço. - TIRE SUA MÃO DE MIM!!! ENQUANTO EU ESTAVA LEVANDO P0RRADA NA P0RRA DA ALEMANHA, VOCÊ NÃO SE IMPORTOU E SE DIVERTIA AQUI COM SEUS OUTROS FILHOS, AMIGOS E FAMÍLIA!!! - Como assim meu filho? Eu nunca tive conhecimento que isso estava acontecendo Noah! Meu filho me perdoa! - Não sabia por que você nunca se importou e simplesmente me descartou por lá! - Enxuguei as lágrimas e saí do casarão quase que correndo. Eu podia escutar me chamando em desespero, mas eu ignorei e fui para o hospital improvisado. Ao menos a minha vinda na fazenda tinha que ter um bom motivo e eu ansiava por ver Bianca. Era só isso que eu queria! Assim que pisei no deque na frente do hospital percebi tio Gabriel conversando com minha mãe, os dois se calaram surpresos com a minha chegada. - Noah? - Minha mãe falou espantada enquanto tio Gabriel perdeu a fala. - Preciso ver Bianca! – Passei pelos dois sem permitir reação e já fui abrindo a porta do hospital. Calei meus pensamentos quando vi Bianca deitada, com soro em sua veia e com um semblante tão triste que era angustiante. Ela me olhou assustada e puxou o lençol se encolhendo debaixo. O trauma foi tanto que era visível o medo e a dor estampados em seus olhos! Já tínhamos trocado várias mensagens e fotos, mas vê-la pessoalmente foi surpreendente. Ela é muito mais bonita pessoalmente do que nas fotos. Seu sorriso e alegria sempre presentes nos seus registros, agora foram substituídos pela melancolia e amargor. Ela parecia me olhar em pânico. - Por favor sai daqui! - Bianca chorou e no mesmo instante senti tio Gabriel me puxando pelo braço e me arrastando para fora. - Noah! Bianca não está bem! Ela não quer nenhum rapaz perto dela! - Tio Gabriel falou com calma, tocando em meu ombro e forçando um sorriso em complacência. - É bom te ver de volta garoto! Você mudou muito, está quase maior do que eu. Por mais que amasse tio Gabriel, eu me sentia bloqueado em interagir com as pessoas da fazenda e só conseguia pensar no quanto Bianca sofreu e o quanto eu gostaria de estar bem longe desse lugar. Olhei novamente e impaciente para a porta do hospital fechada, mas tio Gabriel puxou meu rosto para voltar à olhar em seus olhos e com um simples movimento de negação entendi que o melhor seria respeitar e ir embora. - Ela precisa de espaço, tenha paciência! Soltei o ar sem conseguir dizer uma só palavra. Avistei de longe meu pai na varanda, me olhando abatido, mas ao mesmo tempo parecia muito apreensivo. Pisquei algumas vezes saindo do transe que me encontrava e olhei para tio Gabriel e compreendi que Bianca não confiava em mim. - V-vou sair. - Disse me afastando, sentindo uma dor inexplicável por dentro. Bianca foi minha melhor amiga nos últimos dias, nós conversávamos tanto! Doeu conhecer ela pessoalmente justamente nesse momento que ela mais precisava de apoio, e o pior foi perceber que ela me olhava como se eu fosse um monstro. Segui para a minha moto, peguei o capacete pronto para sumir da fazenda, mas novamente meu pai se aproximou, tocou em meu ombro, o olhei irritado sem nenhuma paciência! - Noah, eu sei que você sente muita raiva, sei que falhei como pai, mas eu prometo que vou reconquistar o seu amor meu filho. Eu te amo tanto, não suma novamente! Irei te dar o espaço, mas não suma Noah. - Era uma confusão dentro de mim! O nó na garganta não me permitia falar nada! Coloquei o capacete para esconder o meu choro e subi na moto, dando a partida e saindo. Precisava ir embora da fazenda sem olhar para atrás! Acelerei a moto fugindo como um alucinado e chorei como se minha alma estivesse sendo rasgada. Como posso odiar e amar tanto meu pai ao mesmo tempo?! Isso dói. Dói muito! Parei em um bar próximo da praia e liguei para Alexander. Só ele é capaz de distrair minha cabeça. - Diga viadinh0! - Não estou bem. Estou em um bar. - Me manda a localização e chego logo! E para de show caralh0! Você precisa comer alguém! - Ri mesmo abatido ansioso para Alexander chegar.