Vermelho

Capítulo 4

GABRIELA

Abri a porta da casa da Talita, morrendo de raiva de ter passado por aquela humilhação!

Talita- Ué, pegou o meu homem e quer arrebatar a porta do barraco?  - perguntou com a boca cheia de chocolate.

Revirei os olhos.

Gabriela- A culpa não é minha se ele tá querendo a ex dele! Olha não vem com mimimi, tô puta..

Sentei no sofá com tudo.

Talita- Quem irritou a princesa? Cobra te deu esporro?

A imagem dele com a minha irmã, da ânsia de vomito!

Vadia..

Gabriela- Ele me humilhou.. claro tá com raiva porque rebati ele! Usei ele exatamente como ele tava me usando.. p***a ele me deixou ir presa!

Talita- Tô tranquila que tua irmãzinha não quer Coringa. - suspirou tranquilamente.

Gabriela- O problema é outro! Tá louca? - joguei uma almofada na cabeça dela.  - Coringa e o Cobra são mais meus do que de qualquer outra, incluindo tu.

BRUNA

Ju e eu fomos na casa do Moranguinho, ele convidou  nois pra comer lá.

Ju- Amo comer fora, não lavo louça! - comemorou mega animada.

Bruna- Tá esfriando né? Logo hoje, que não peguei moletom! Odeio passar frio.. - abracei meus braços.

Ju- Eu sou de boas, não tô com frio não. - deu de ombros. - Gabriela vai ter que comer miojo hoje.. - sorrimos cúmplices.

Bruna- Ela não pisou mais na casa, tô sentindo cheio de encrenca..

Ju- Ela deve tá socada na casa de uma das falsas das amiguinhas lá. Ela vai fazer de tudo pra aprontar uma..

Olhei para algumas minas de olho na gente.

Bruna- Quero saber de paz morô? Não tô nem aí pra Gabriela, acho que por ela, já estava na rua!

Ju- Na rua, sem comida e abandonada. Gabriela não disfarça o tanto que paga p*u pra ti! O jogo dela com o tal namorado.. só prejudicou a ela mesma. - deu de ombros.

Bruna- O pior é acreditar, que passei um tempo querendo ver ela. Pra acontecer isso, tudo por um caso que ela mesma quis esconder! - neguei frustada.

Ju- Bruna isso é tua cabeça.. querendo te por como culpada! Gabriela não vale um real, é difícil tá ali convivendo com ela, mas a gente tem que engolir alguns sapos na vida né?

Suspirei pesadamente.

Moranguinho- Podem entrar, na laje tá tudo pronto! - abriu a porta da casa toda ajeitada dele.

Ju arregalou os olhos, olhando a casa.

Bruna- Ual, que casa linda! Mais organizada que a nossa.. mico véi! - ri sem aguentar.

Moranguinho- Sou homem de casa! - sorriu todo orgulhoso.

Ju foi andando até a cozinha e abriu o lixinho.

Moranguinho gargalhou.

Ju- A casa  dou minha cara a tapas que se não foi a Fatinha!

Moranguinho- Para de acabar com minha recepção..

Ju foi abrir uma porta do armário, e deu risada.

Ju- Produto que ela usa.. SABIAAA!

Gargalhei.

Moranguinho- Não vai comer da minha comida.. sua bocuda!

Deixei os dois brigando, subi indo pra laje, vendo tudo organizado.

Bandejas com macarrão, arroz, linguiça, bife.

O r**m é esse frio do caramba!

Cobra- FOME! - berrou lá embaixo.

Moranguinho não tem bom gosto.

Olha a amizade..

Ele chegou na laje com um moletom, lindo, super quentinho.

Perfumado.

Só senti a mão dele no meu pulso.

Cobra- Tá fria bebê.

Bruna- Legal. - falei sem encarar ele.

Em segundos, ele arrancou o moletom dando pra mim.

Bruna- Quero essa p***a não! Tá lavado?

Cobra- Moletom meu é meu!

Moranguinho- AJUDA AQUI COBRÃO! - berrou lá da escadinha.

Cobra saiu e eu encarei a blusa.

Tem o cheiro dele.

Ju- Usa! Ou melhor rouba.. - aconselhou, aparecendo.

Coloquei o moletom, enfiando a mão no bolso.

Achei duzentos conto.

Óia, já é meu.

O moletom também.

Quando Ju e eu ajudamos Moranguinho com a louça, a gente foi embora e no caminho Gabriela tava na calçada com umas amigas.

Quando ela viu esse moletom, se levantou.

Gabriela- Esse..

Ju- Nunca te vi usando! - me deixou mais tranquila.

Gabriela- Ele adora.. tem ciúmes de dividir até um alfinete! Roubou não é Bruna? Pai vai amar ver coisa de homem nas suas coisas..

Ri debochada.

Bruna- Não me importo, Cobra ofereceu pra mim. Não vejo etiqueta que é dele, não é único!

Ju- Bruna ganhou o moletom do Cobra  por motivos íntimos. Diegão, não vai brigar, posso falar que é meu!

Gabriela- Só o que falta.. pegar o amigo do meu pai! Vagabunda.. e a v***a!

Bruna- Não cheguei ao seu nível, nem pretendo!

Ju- Teu pai é o único cara que eu dou moral sua vaca, cê como ninguém sabe disso!

COBRA

Dias depois..

Colucci- Finalmente os dois tão aqui! - sorriu satisfeito olhando pra mim e depois pra Coringa.

Coringa- Pai, tava fazendo meu trabalho do jeito que tu gosta.

Revirei os olhos.

Cobra- Pai, aquele lá já era. Tava lá com Limão, e o jeito foi dar o que ele mereceu..

Colucci- Tô sabendo que os dois tão muito focados no trampo e em vagabunda. Quero saber se tem alguma coisa errada, os dois estão se trombando a todo momento! -  a desconfiança tomou conta da sala.

Olhei pra Coringa, a nossa rivalidade enchendo a sala.

Cobra- Negócio é que tem gente de olho em mina que não é pra ele! - sorri divertido.

Coringa- Tá tirando?

Colucci- CHEGA! Criei cês pra serem irmãos e não por v***a nenhuma na frente! - relembrou sem paciência. - Tem boato no meu ouvido que tem uma v***a passando por mão em mão.. mentira?

O clima piorou.

Coringa- Isso não confere pai, deve ser v***a colocando lenha na fogueira.

Colucci olhou pra mim.

Colucci- Cobra?

Cobra- Real, isso não confere pai. A língua desse povo tá grande, em vez de cada um ver tua própria vida. - respirei fundo.

Colucci- Tô de olho, nada de talaricagem! Nada de por mulher no meio.. cês sabem que eu sou o futuro de vocês.

Assentimos.

JU

Bruna tava colocando as roupas no varal, minha parte e jogar na máquina e algumas lavar na mão.

Gosto de ter o que fazer, isso não me deixa num canto, prensando em coisas ruins.

Ju- Dias se passaram e tu tá aí calada..

Olhei pra ela e a mesma bocejou.

Bruna- Não dormi bem, só isso.

Gabriela- Cade a comida? - gritou ganhando atenção.

Ju- Geladeira!

Ela xingou e se afastou da janela com raiva de ter que esquentar.

Olhei pra Bruna.

Bruna- Minha mãe ligou, a coisa não foi boa.

Ju- Bruna cê não pode abraçar as cobras!

Ela prendeu os cabelos em um r**o de cavalo.

Bruna- Tem razão.

Gabriela- Bruna, aniversário do pai é hoje.

Bruna e eu fomos pega de surpresa, caraca.. eu esqueci.

Gabriela- Ju esqueceu? Ué, a única que presta sou eu?

Deu risada, espalhando seu veneno ao sair da janela.

Ju- p**a que pariu! Aniversário dele.. trinta e sete anos.

Bruna- Minha mãe deve ter ligado por isso, mas eu não falei nada, não lembrava.

Ju- Bruna, bora comprar um bolo? Algumas coisas..

Bruna- A gente se divide, cê escolhe o bolo. Confio em ti pra escolher.. - deu uma piscadela.

Ju- Menina óia lá..

Ela deu risada.

Ju- Diegão deve tá com as putas dele.

Cobra- Ciúmes falando Juliana? - provocou rindo.

Dei o dedo pra ele.

Ele entrou e Bruna não o encarou.

Acho que Gabriela amarrou a gente em um barco no meio do nada, longe de cada um.

Ju- Cobra vai com ela comprar uns salgados, refrigerante.

Bruna olhou pra mim como se quisesse me matar.

Bruna- Não preciso..

Cobra- Deixa que eu cuido disso. - garantiu ignorando Bruna.

Ela saiu andando e ele atrás.

BRUNA

Ju acha que colocar uma certa cobra perto de mim é bom. Ele ficou sumido esses dias, minha irmã e eu estamos na pior fase da vida..

Tá tudo caindo aos pedaços.

Cobra- Vai fazer jogo do silêncio?

Ignorei novamente.

Senti sua mão na minha cintura.

Fui obrigada a parar.

Bruna- Me solta! Quero saber do aniversário do meu pai..

Quando olhei onde a gente tá, no beco que a gente se encontrava. Ele não podia ter parado em um outro lugar não?

Meus olhos encontraram o seu.

Cobra- Teu pai não vai fugir. Cê tá me evitando.. quero saber por que? - sondou com a boca na minha orelha.

Respirei fundo.

Bruna- Te odeio.

Cobra- Também, e o que mais? - provocou rindo.

Bruna- Cê não vai me ter de volta. - afirmei com todas as letras.

Ele riu debochado.

Cobra- Jura pra mim? - questionou agora com os olhos cheios de luxúria.

Bruna- Juro!

Cobra- Quem se queimar primeiro, vai ter um preço ardido morena, palavra.

Ju escolheu um bolo grande de limão, sabor preferido do meu pai. Os salgados o Cobra deu metade, já que fiquei com o resto.

Estava ajudando Ju a organizar a mesa na laje com tudo, pedi para o Moranguinho e o Limão acharem uma vela e copos descartáveis.

Ju- Olha se não fosse aquela cobrinha.. ele ia ficar meus chateado da gente não ter lembrado.

Realmente, ela ajudou.

Bruna- Realmente, se não fosse ela. Mas, pra mim isso tá estranho, por que ela faria isso? Ela não vai mudar do dia pra noite! - a desconfiança tá gritando dentro de mim.

Gabriela é uma trapaceira que ama jogar muito sujo.

O jogo dela é exatamente esse.

Ju- Tu não é a única que achou estranho. Ela tentando bancar a boa? Tem caroço nesse angu!

Moranguinho- Por que mulher fofoca tanto? Só blá, blá..

Ju- E vocês? Quando se juntam é só pra falar de mulher! E pelas costas..

Cobra- Costas o c****e! Falo na frente da mina, p***a de costas.. - o machão disparou.

Não sei quem ele tá querendo impressionar.

Tá se achando muito..

Bruna- Mulher é mais direta, se ela gosta ela fala. Não engana, não precisa fazer um rodeio todo pra chamar o cara! - provoquei sorrindo.

Ju- Verdade! Nois é foda.. aceitem!

Os dois riram, não aceitando.

Cobra- Mulher provoca muito, sem motivo.

Gargalhei irônica.

É um canalha!

Olhei para a mesa, tudo pronto.

Só falta chamar..

Gabriela- Surpresa pai! Melhor pai do mundo.. fizemos pra ti. - anunciou trazendo meu pai.

Coringa veio com ela e também a tal Talita, claro que Gabriela ia trazer alguém pra provocar!

Diegão- p***a! Tô me sentindo caralho..

Gargalhamos.

Coringa- Diegão, o passa rodo.

Os caras foram abraçar, fazer piadinhas com ele. Ju ficou do meu lado.. percebi ela ficar assim perdida se vai até ele.

Gabriela- Talita, meu pai tá em cima não tá?

Olhei pra ela sem acreditar.

Vai jogar essa daí pro meu pai?

Não..

Peguei ele pela mão.

Bruna- Pai, corta o bolo vem!

Coloquei ele perto de mim e da Ju.

Moranguinho- Primeiro pedaço já sei de quem é.. - cantarolou rindo.

Limão- Será que sou eu?

Gabriela- Palhaços! - riu debochada.

Meu pai cortou o primeiro pedaço, olhou pra Ju.

Diegão- Primeiro pedaço, é dela.

Ju- Aí meu que vergonha! - riu toda vermelha.

Ela abraçou ele, por um tempo e eu senti que rolou ali alguma coisa.

Peguei uma coxinha enquanto olhava a cena.

Cobra- Sabe a nossa conversinha? - disse bem na minha orelha.

Bruna- O que?

Não olhei e nem dei ousadia.

Mas, meus pelos se arrepiaram.

Cobra- Topa fazer um acordo? Se tu resistir, não quiser p***a nenhuma, a gente não se vê mais. Agora se eu ganhar, eu quero tu.

Bruna- Uma noite? - sorri divertida.

Cobra- Não, quero que Diegão te dê pra mim.

Eu fiquei sem fala.

A coxinha não desceu pela minha garganta..

Coringa- Tá pálida morena, quer água? - me abanou.

Cobra- Tá feito. - falou sem olhar pro Coringa.

Seu olhar foi para o local onde tem a tatuagem.

Gabriela- Cês não vão comer? Bruna vem cá.. ajudar com a comida! - me pegou pela mão.

Só assenti.

Palavras não saem da minha boca.

Homem é tudo folgado.. deixa as mulheres arrumando as bagunças deles.

Tô na cozinha já pegando um saco preto pra jogar o lixo, porque depois sobra pra gente, Ju e eu limpar a casa.

Ju- Mais lixo, Moranguinho comeu uma caixa de coxinha sozinho p***a! - reclamou jogando a caixa no lixo.

Realmente, vazia.

Bruna- Quantas coxinhas tinha?

Ju- Vinte! Ele comeu tudo..

Bruna- Ele é o palhaço do aniversário.. - neguei rindo.

Ju- Bruna, por que tu desceu sozinha pra cá? Do nada.. Gabriela tá lá se mostrando pro seu pai. - alertou de braços cruzados.

Respirei fundo.

Olhei para os cantos.

Bruna- Cobra fez uma aposta..

Ju- Aí meu Deus! Que p*****a é essa véi?

Bruna- Ele vai continuar dando em cima de mim, se eu cair nas graças dele.. o descarado vai atrás do meu pai!

Ju- p**a que pariu... Bruna! Me diz que tu não prometeu..

Bruna- Eu aceitei, duvido que ele esteja falando sério!

Ju- Bruna, ele fez uma promessa pelo comando vermelho? Se ele olhou pra tatuagem, tocou, a coisa é séria!

Meu coração acelerou desesperadamente.

Bruna- Ele olhou pra minha tatuagem! Ju..

Ju- Tu se ferrou! Quebrar promessa nessa p***a não é bom.. - negou preocupada.

Diegão- As duas tão fazendo o que aqui?

Meu pai chegou olhando pra uma e depois pra outra.

Ju- Arrumando a bagunça..

Ele colocou a mão na cintura da Ju.

Diegão- Depois, agora não. - dispensou na hora a ideia. - Quero ter um particular contigo morena.

Ju- Agora?

Diegão- Meu quarto.

Bruna- Vai Ju, deve ser importante. - dei uma piscadela.

Os dois saíram e eu só ouvi os barulhos dos beijos.

A música ficou alta.

Assim ninguém atrapalha os dois.

Eu shippo os dois pra caramba, Ju gosta do meu pai pra caramba.

Deram algumas batidas na porta de casa, fui abrir e me deparei com Colucci.

Ele me encarou bem.

Logo abriu um sorriso divertido.

Colucci- A filha caçula do Diegão, Bruna.

Bruna- Entre.

Dei espaço e ele entrou, alguns caras provavelmente seus homens de confiança ficaram pra trás.

Colucci se sentou no sofá, sem tirar os olhos de mim.

Colucci- Teu pai tá aqui? Quero ter reunião com ele agora mermo.

Bruna- Vou chamar ele.

Colucci- Agora eu sei o motivo. - ele disse olhando pra mim.

O encarei sem entender.

Fui atrás do meu pai, no corredor eu gritei.

Bruna- PAI! Colucci tá aí.

Em alguns minutos meu pai saiu do quarto as pressas, Ju saiu logo depois.

Toda vermelha.

Ju- Colucci tinha que vir logo agora p***a?

Gargalhamos.

Bruna- Vai me dar um irmão é?

Ju- Bruna!

Bruna- Eu ia gostar! - incentivei sorrindo. - Mas, por que o Colucci tá aqui?

Ju- Diegão disse que ele não tá mais querendo ter tanta responsabilidade. Ele vai escolher o novo dono do morro hoje..

Moranguinho- COBRÃO É O REI! - berrou lá de baixo.

Olhei pra Ju.

Colucci- Esse morro agora é teu, filho.

Ju e eu trocamos olhares.

Colucci veio escolher o Cobra.

GABRIELA

Cobra, dono do morro..

Colucci finalmente fez algo que preste, colocou o meu ex como o dono da p***a toda.

A notícia correu pelo morro em minutos, minhas amigas mandando mensagens.

Todas curiosas.

Algumas assanhadas.

Cobra já é um galinha, canalha, cafajeste que tem várias listas com várias minas.

Agora é dono do morro, um império.

Sempre tive essa desconfiança, pra mim Colucci tem alguma coisa a esconder. Porque Cobra pra ele vem sempre na frente do Coringa, é isso tem que ter explicação.

Falando no Coringa, ele vai me acompanhar no baile hoje. Colucci não mudou seu cargo, ele colocou meu pai como Sub do nosso morro.

Arrumei minha saia deixando visível a poupa da minha b***a, enquanto ganhei o olhar do meu bandido.

Coringa- Vai assim mermo?

Gabriela- Eu tenho que causar. - sorri animada. - Afinal, vou com tu.

Coringa- Não vai se arrepender gostosa, dá uma rodadinha.

Virei e fui até ele sentando em seu colo, com as mãos em volta do seu pescoço.

Gabriela- Temos que tá em cima do Cobra, bajular.. ele tem o poder agora.

Coringa- Não vou beijar o saco daquele merda! Ele não é p***a nenhuma.. nada! - cuspiu as palavras como ódio mortal.

Gabriela- A diversão só tá começando bebê, não vai bancar o invejoso, recalcado. Hoje a noite promete..

A maioria parou pra me ver com Coringa, de mãos dadas indo para o galpão.

A maioria tá de casal hoje.

Meu lugar é no camarote, ganhando a atenção que eu mereço só por respirar.

Talita logo apareceu com algumas amigas minhas, que convidei pra ficar aqui.

Olhei para a entrada do galpão onde Ju e a minha irmã entraram sozinhas, sem casal.

Talita- Então elas vieram? Milagre..

Ri debochada.

Gabriela- Isso é pra aparecer! Estão sem ninguém.. que pena.

Talita- Aquele vestido da Bruna é lindo. Ju ficou bem com o crooped que a gente viu..

Revirei os olhos.

Talita tá me provocando.

Gabriela- Duas barangas, logo vão cansar e vazar daqui!

Talita- Dono do morro. - sussurrou no meu ouvido.

Cobra chegou com Moranguinho, meu pai do lado, Limão. Falando com os caras, Cobra sem camisa, com suas tatuagens aparecendo..

Ele não vai aguentar ficar tão longe do meu corpo.

Ia até ele.. quando vi Ju e Bruna subirem no camarote.

Começou uma música e o baile começou daquele jeitinho.

Meu pai pegou Ju pela cintura colando ela ao seu corpo..

Achei que tinha cortado isso pela raiz.

Talita- Lá vai a v***a pro seu pai de novo..

Gabriela - Ela tá se jogando pelo cargo novo dele!

A raiva me consumiu.

Mas a pior coisa veio agora..

Cobra ignorou muitas minas e se aproximou da Bruna, com uma mão na b***a dela.

Marcada pelo vestido vermelho que ela tá usando.

Ele agarrou sua cintura com a outra mão dizendo algo no ouvido dela.

Eu me aproximei como quem não quer nada, dançando com Talita para ouvir melhor.

Bruna- Para de apertar.. - reclamou e ele riu.

Cobra- Por que? Tu gosta.. é como gosta.

Bruna- Não vou te beijar. - falou olhando nos olhos dele.

Cobra- Não sou trapaceiro. - disse com aquele sorriso debochado.

Ela bateu no ombro dele.

Cobra tentou beijar ela duas vezes e ela não deixou.

Aquilo tava me irritando.. e tinha coisa por trás.

Cobra- Minha palavra vale muito mais agora p***a. Quero tu, só pra mim.. só pra mim. - falou olhando nos olhos dela.

Bruna- Tão olhando pra cá.

Cobra- É pra olhar, ninguém mexe contigo Bruna. Tu é minha.. É PRA OUVIREM..

Infelizmente deu pra bastante gente escutar.

O pessoal começou a falar, os olhos ali nos dois.

Meu pai tá bem aí,  dando chupão na v***a da Juliana.

Claro as duas estão armando!

Bruna- Não sou tua.

Cobra- É.

Ele beijou ela.. e a mesma não pensou duas vezes.

Retribuiu ao beijo dele de língua ainda mais ali, na frente de todo mundo.

Os dois se agarrando.

Talita- Sua irmã passou na sua frente.. - zombou rindo.

Gabriela- Não tô acreditando nisso.. que piada!

Talita- Ele é o dono agora, a Bruna é a droga dele agora, a protegida.

Fechei o punho tomada pela raiva.

O beijo terminou com Cobra ganhando a atenção do meu pai.

Cobra- Diegão, eu quero tua cria. Quero ela no meu barraco, o que ela quiser eu vou dar.

Coringa- Tua irmã é mais esperta do que pensei. - disse na minha orelha.

Meu pai foi até Cobra..

Ju foi falar com Bruna.

Talita- Ele quer levar ela pra casa dele p***a! Essa ninguém tava esperando.. a Bruna agora tem dono.

BRUNA

Ju- Tu entregou sua própria cabeça! - me balançou várias vezes.

Bruna- Foi a bebida!

Ela me encarou com uma cara de deboche.

Ju- Sempre é ela né?  Bruna tu tá ficando uma perfeita mentirosa.. só que comigo não funciona. Cê beijou ele! Com vontade..

Neguei com a cabeça.

Bruna- Um beijo não significa que quero morar com ele ou ser nada dele! Foi.. um beijo.  - dei de ombros.

Ju- p***a tu hoje cedo fez um acordo com ele.. cê tá tendo esquecimento?

Bruna- Juliana, ajuda aqui!

Ju- Nem você se entende.. olha é triste! - fez bico.

Bruna- Cobra é dono do morro agora, mais um motivo pra não cair nesse papinho dele.

Ju- Realmente Bruna, ele é dono e tu agora tá sendo vista como a mina dele.

Arregalei os olhos.

Onde eu tava com a cabeça pra beijar ele?

Diegão- Minha cria tá nova pra sair de casa.  - apareceu falando com Cobra. - Sou ciumento mermo.

Moranguinho- Bruna beijou o Cobra, ela não tá querendo tá longe dele.

Esse i****a em vez de ajudar, jogou mais lenha na fogueira!

Bruna- p***a! - gritei ganhando a atenção deles. - Não é porque beijei ele, que quero morar junto ou tá do lado dele..

Cobra riu debochado.

Cobra- É atriz como o pai, de família isso né? - se aproximou de mim olhando bem nos meus olhos. - Cê me beijou por pura vontade. Agora vai voltar a trás por medo? - provocou rindo.

Canalha..

Ju- Diegão, a gente pode se mudar pra perto do Cobra? - sugeriu me afundando na lama de vez.

Diegão- É uma ótima ideia morena. Tava pensando nisso mermo..

Olhei pra Cobra.

Cobra- Vamo ser vizinhos. - falou num tom tão rouco.

Graças ao Cobra, meu nome tá junto com o dele. Umas fofoqueiras que não tem o que fazer.. falando que abri as pernas pra ele.

Agora meu pai conseguiu uma casa ao lado da dele, não tô crendo nisso. Eu estava completamente bêbada..

Quando beijei ele no baile de ontem.

Gabriela- Sabe o que tá rodando por aí? - ficou do meu lado com um sorriso debochado.

Bruna- Tu ou os outros que tão falando?

Gabriela- Que a cagona aqui deu pra trás! Tu é sonsa ou se finge? Pra sentar pra ele quando tava comprometido não foi assim..

Bruna- Olha a sua boca! Ele que não te deu valor,ok?

Gabriela- Para de se fingir. Todo mundo sabe que você quer ser o lanchinho dele.. otária! - me empurrou.

Diegão- QUE p***a É ESSA? - berrou aparecendo na porta.

Gabriela- Sua filha não sabe ouvir a verdade! - cuspiu isso e saiu andando.

Neguei rindo.

Bruna - Ela é louca! Simplesmente não sei o que aconteceu com ela..

Diegão- O que eu faço com vocês? Defendo com unhas e dentes! Mas nenhuma das duas colabora comigo p***a!

Bruna- Pai..

Diegão- Tu beijou ele, tô tentando livrar sua barra.. - avisou com o dedo na minha cara. - Não te cuida não, ele vai te prender Bruna é não é por falta de aviso!

Ju- Diegão..

Diegão- Não se mete Juliana!

Ele saiu e foi pra sua moto.

Acelerando e deixando a gente ali.

Ju- Ele é um ogro quando quer!

Assenti, rindo irônica.

Bruna- Ele simplesmente coloca o amiguinho na frente, por ser dono de morro agora! Acho que ninguém da minha família vale um real..

Ju- Vou fazer ele mudar de ideia, tentar.

Bruna- Não vai sujar teu relacionamento por mim, Ju.

Ju- Bruna, Diegão e eu brigamos sempre porque tem muitas atitudes dele que não descem. - jogou a real dando de ombros. - A gente nem tá junto, ele só queria t*****r é só.

Cobra-t*****r é gostoso,não julgo ele. - apareceu quem não devia.

Tirou os óculos escuros e veio pra perto.

Ju- Cês pensam apenas com amiguinho não com o cérebro! Porra..

Entrou irritada.

Bruna - Ju, espera..

Ele pegou na minha mão, impedindo.

Cobra- Teu pai tá sabendo que cê tomou o acordo tando sóbria. - riu perto da minha orelha.

Bruna- Um beijo, não significa p***a nenhuma! - rosnei entre dentes.

Cobra-Pra mim não é assim. - beijou minha orelha. - Tu vai pro meu barraco, morar comigo.

Entrei na casa dele, dando uma boa olhada, é linda.. enorme.

O negócio é morar com ele.

Cobra- Vem cá. - pegou na minha cintura.

Ele colou nossos corpos.

Bruna- Vai ser a gente aqui?  - perguntei e ele sorriu divertido.

Cobra- Por enquanto, os cuzão do Limão e o Moranguinho querem vir. E tem a Ju, se ela quiser.. mas sou egoísta com minhas coisas.

Bruna- Não sou tua.

Cobra- É sim, não vou te deixar voltar pro Diegão.

Carine- Dessa eu gosto..

Uma mina dos cabelos cacheados apareceu na casa.

Cobra- Carine, p***a!

Carine- Quero saber quem é a mina do meu irmão. A outra não durou nada, metida..

Cobra- Bruna vai morar comigo, minha mulher agora. - declarou pegando a irmã de surpresa.

Carine- Eita então a coisa é séria. Bruna, já sabe né? Sem saída..

Cobra- Vou voltar pra boca, Carine vai ficar vendo minha nova casa.

Carine- Prefiro a minha. - implicou sorrindo.

Bruna- Cobra, não quero que fique falando de mim pro meu pai, se ele perguntar..

Cobra- Peguei a visão. - piscou pra mim.

Ele saiu e eu olhei pra irmã, que nem sonhava que ele tinha.

Carine- Finalmente sozinhas cunhada, fala aí por que essa cara?

Bruna- Seu irmão já me machucou, ele e a minha irmã. Escondendo..

Carine- Eu sei, sabe aquele aviso que tu recebeu? Fui euzinha que mandei pra ti. - piscou sorrindo.

A encarei surpresa.

Bruna- Véi.. jamais pensei que fosse tu.

Carine- Ela já foi lá em casa, a gente brigou e logo foi presa. Cobra adora ostentar mina, grana.. agora então. Mas olha.. ele nunca surtou de pegar a mina e colocar pra fiel.

Bruna- Ele e eu fizemos um acordo. Se eu caísse na lábia.. ele ia ficar comigo. - respirei fundo.

Carine- Ele tá de quatro por ti. Acho que tá pagando o que fez.. porque ele viu quem é aquela vagabunda! Pra brincar contigo, própria irmã.

Bruna- Ju, minha melhor amiga aqui do lado fala que tenho que tirar Gabriela do meio entre ele e eu.

Carine- Óbvio! Menina.. acho que tu não pode nem falar que é irmã mais não. Ela deve tá morrendo de raiva de raiva, requalque porque ela sempre foi interesseira.

Bruna- Percebi isso tarde. - comentei frustada.

Carine- Não gosto dela. Nem do Colucci, essa p***a dele colocar meu irmão como dono.. tenho medo sabe? Dele colocar ambições na frente.. odeio o Colucci! - jogou essa pra mim. - Tu gosta mermo dele? Bruna queria que tu ficasse com ele, pra colocar juízo naquela cabeça.

Bruna- Eu gosto dele, acho que ele pode me tirar pra fora da zona de conforto que tinha em sampa sabe?

Carine-Cê vai morar com ele, só os dois.  Sem teu pai, Gabriela.. você e ele vão saber o que de passa aqui dentro.