Não sou tão desconhecido, mas para você sou inimigo.
Autor desconhecido
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Lux foi jogada no chão do navio e sentiu o aperto do seu pulso se desfazer rápido, livrando-a da corrente fina. Ela se arrastou até sentir a parede atrás de si mesma, enquanto via Bonny se desfazer da capa e xingar uma vasta cartilha de palavrão para ela, de uma forma bruta e descontrolada.
- Você não tem noção do quanto quero machucar você! - Ela não se mexeu. - Se não estivesse comigo, seu pequeno surto seria visto como afronta e agora você estaria em uma vala ou em um quarto s*******o de nada - Lux sentiu seu estômago se revirar, sentiu o cheiro de mofo na sua narina e lembrou do fatídico cheiro da bebida da taverna, sentiu a dor na cabeça e abaixou a cabeça. - Você vai descobrir que longe de casa as coisas são reais e não um conto de fadinhas mimadas e que pulam de galho em galho!
Dessa vez Bonny gritou e se afastou da fada, ela escutou a batida de uma das portas que levava para os aposentos de Bonny, ela respirou fundo e se ergueu, sentiu as náuseas, o enjoou e se apoiou na borda e olhou para a água escura, sentiu as pernas tremerem e a dor na cabeça, a pancada havia sido forte o suficiente para deixar vestígios, ela se apoiou para frente na borda e escutou um xingamento de Bonny, e outro... Até que, por agonia, ela se jogou para frente da borda ficando pendurada e tombando para frente e caindo na água gelada do porto, ela continuou se afundando mais para dentro da água, ficou extasiada pelo gelado e pensou quando iria chegar no fundo ou sentir a terra, o chão.
Quando o estado de anestesia passou, ela sentiu a água invadir suas boca e depois suas narinas, prendendo o ar dentro dela e fazendo ela sufocar dentro da água e bater braços e pernas de forma rápida e agonizante, ela viu a luz de cima e começou a tentar subir, mas era como se a água a puxasse para baixo.
Agora era apavorante a falta do ar.
A água havia vencido dela.
Isso até ela sentir o impulso do corpo para cima e algo apertando ela, quando ela olhou para baixo viu Bonny, viu a peça reluzente e afiada seguida do braço coberto pela camisa escura, ficou pensando qual era o motivo daquele homem não deixar ela morrer, deixar ela se afogar naquela água suja e deixar o corpo vagando pela água até os animais de água pensar em comer a carne. Seria bem mais intenso aquele tipo de morte.
Ela só foi emergida da água, seu peito subia e descia rápido e ela se segurou na pessoa que ajudava seu corpo ficar sobre a água, quando ela oxigênou ela mesma pode olhar para o cabelo molhado envolto do rosto com a barba n***a, ela viu a boca de Bonny em uma linha tensa e reta, ela viu a frustração nele.
- Por que me mantém viva? Tome sua vingança de uma vez Bonny, só faça isso - Lux pensou em se debater, mas ficou entre o aperto que o capitão fazia sobre o corpo para se manter na superfície.
- Lembro de você tão mais nova, com essa mesma braveza - Bonny começou a se mover e ir para uma parte mais firme e segura, até chegar ao pier e erguer a fada, que ficou no chão com as roupas molhadas e um frio r**m. - Lux e suas correrias e suas loucuras juvenis, como e mesmo que sua progenitora falou - Lux viu o homem pular da água e ficar de pé no pier e ficar diante dela, todo molhado e todo zangado. - Ela vai ser uma boa fada, mas teimosa, porque ela vai querer ser livre, sempre.
Aquelas palavras foram como um choque para a fada loira encolhida no chão, que logo foi puxada pelo braço, até ficar de pé.
- Como sabe isso? - A voz dela saiu pesada e lenta na direção de Bonny. - Chega desse teatro, você sabe mais do que diz Bonny, sabe sobre nós como ninguém, como?
Bonny se sentia no alvo, mas não teve muita paciência enquanto arrastava a fada para o navio de volta.
- Da próxima vez deixo você morrer com metade do oceano dentro do seu peito - Foi a única coisa que pode dizer quando soltou ela já dentro do navio, se esquivando e pegando a espada e enfiando a mesma dentro do cavalete do cinto preto. - Melhor ir para o seu canto, você já fez sua bagunça.
Ela olhou para a porta que levava para dentro, mas olhou para Bonny que havia dado às costas para ela. Ela queria respostas.
Desde quando Bonny conhecia ela? Ou porque ele sabia tanto sobre as fadas ou sobre.... Tudo...
- Desde quando me conhece ou minha linhagem? - Bonny parou de andar e se virou, sem um pingo de receio, encarando a fada loira que indagava agora o que ele sabia.
Ela não se lembrar era o mais estranho, porque ele foi importante para ela e todas outras, até um moleque chegar e arruinar tudo.
- Há muito tempo atrás eu protegia vocês, todos daquela maldita terra - Lux escutou as primeiras palavras atentas. - Eu não era temido, mas respeitado por todos. Aquelas terra era meu lar também e eu era como um soldado junto com alguns homens da minha tripulação, éramos fiéis, eu era bem mais novo e talvez ser ingênuo me fez cair em uma cilada com aquele maldito garoto perdido e insuportável, que começou a fazer o papel de guardião das fadas- Bonny deu um sorriso amargo. - Ele me fez ser o errado e o vilão, diante todos dali, até às fadas que tanto ajudei - Lux se lembrou das histórias do começo da briga entre o guardião e Bonny, ela era algumas primaveras mais novas e não se envolvia, mas lembra de cada briga e encontro dos dois e como gerava conversa entre todos. - Não fez diferença nenhuma, Lux o que eu era ou o tempo que eu estava naquele lugar, porque era só um moleque, mas aquele garoto insuportável conseguiu me transformar no vilão desalmado e sujo da historia, ajudou em partes nisso - Bonny ergueu o braço, mostrando o gancho reluzente. - Mas também deixou minha família e eu mesmo sem um lar para cuidar ou para voltar. Os únicos que ficaram do meu lado foi minha tripulação, cada um deles, do meu lado e comigo, até quando fomos embora daquelas terras e águas.
Ela sentiu a mágoa na voz dele, uma mágoa profunda e inabalável.
Era as respostas, mas depois que Lux sentiu a mágoa dele, entendeu, de certo modo, a raiva dele em relação ao guardião, a quase tudo.
- E eu?
- Lux - Ele deu um passo para trás, como se fosse necessário se afastar dela antes de cometer ou ser imprudente. - Eu sou aquele que salvou sua vida quando ninguém mais conseguiu.
Foi aquilo, aquilo que calou a boca e qualquer palavra da boca da fada miúda.
Lux sabia exatamente do que ele falava.
AVISO - Mais um capítulo fresquinho pra vocês (finalmenteeee), para ficar por dentro adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham do livro e deixe o seu voto maravilhoso ou me sigam para receber novidades e atualizações. Até amanhã com mais um capítulo fantástico. Att, Amanda Oliveira, amo-te. Beijinhos. Hehehehe até