LUX - LIVRO 1

CAPÍTULO 5

O disfarce mostra a verdade escondida.

Autor desconhecido.

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Toda a tripulação do capitão estava no convés do navio, olhando para Bonny e esperando as últimas ordens.

- Vocês se espalhem e arrumem no mercado o que precisamos, nada a mais e nem a menos, fui claro ou terei que usar a prancha? - Ele ergueu os braços e soltou uma risada. - Que o senhor esteja com vocês.

Todos se mexeram, ao canto do convés Sininho olhou para a Ilha, minutos, minutos era o que ela precisava para colocar os pés na terra e dar um jeito de fugir e pedir por ajuda.

- De olho? - O capitão parou e passou a capa escura pelos ombros, ficando encostado na beira, olhando para a mesma direção que Lux. - Linda a vista, não é? - Dessa vez Lux olhou para o rosto dele. - Você vai vir comigo - Bonny se virou ergueu a mão, recebendo a capa arremessada por um dos seus homens. - Mas não com esses trajes.

Ele sorriu, movendo-se sobre ela é colocando a capa escura e grande pelos ombros dela.

- Você é louco Bonny, louco a ponto de achar que isso vai continuar - Ele sorriu, erguendo o gancho gelado e tocando o rosto dela, fazendo uma pressão com a ponta.

- Dessa vez nada vai dar errado - Numa distração cega de Lux, por um segundo, ela sentiu o quente no seu pulso e ergueu a mão. - Surpresa.

- O que você - Ela parou de falar quando tentou puxar a corrente fina de ouro branco, notando que o ponto de início dela era no pulso de Bonny, ela ergueu o olhar indignada pra ela, aquilo não saia, era um maldito laço de feiticeiro. - Eu não sou seu bichinho de estimação para você me levar em uma corrente.

- Eu odeio animais Lux, você devia saber- Ele deu as costas para ela, começando a andar pelo convés do navio, Lux foi acompanhando com desgosto, aquilo eliminava uma porcentagem da chance dela sair daquele navio e voltar para casa, agora presa a Bonny, em terras desconhecidas, era quase difícil saber o que iria acontecer. - Você parece que ficou pra baixo com nosso laço recente, não fique assim lindinha, vai gostar de andar lado a lado comigo. Tenho coisas para mostrar para você.

- Vai me expor como um troféu Bonny, isso é que quer fazer? Mostrar que você conseguiu?

- Não, poderia fazer isso matando você e entregando algo seu para sua família e o garoto insolente que guarda vocês, mas não fiz isso - Nesse momento o navio parou e Bonny pegou a espada, colocando no cinto e se movendo para a saída, que dava para o porto da Ilha, Lux ficou atrás dele. - Quero apenas que você respire um pouco de ar e pise em terra firme.

- Você - Ela parou de falar quando seus pés descalços pisaram no chão do porto, era úmido e firme, nada balançava e ela sentiu o vento, sentiu vontade de ir para o alto, mas se lembrou das asas e quis voltar para o navio, mesmo que fosse ficar presa. - Quero ficar no navio.

Bonny se virou, olhou para ela é sorriu.

- Não, não vai, está sentindo o vento? O ar. O céu. Tudo é bom, mas você vai ficar no chão, do meu lado, vai pra onde eu for, fazer o que eu mandar, não grite, porque eu vou tampar sua boca de uma forma que você nunca mais vai esquecer, fui claro Lux?

- Como um vidro - E ela se calou, colocando a toca da capa, fechando-a e fazendo ela se esconder por baixo de uma capa, com um sol alto e uma dor imensa dentro do peito.

Agonia.

Desespero.

Dor.

Mas, mesmo sentindo aquilo, ela andou ao lado de Bonny, não foi para parte boa do vilarejo da Ilha, mas foi para parte afastada e logo pesada, com tudo e ao mesmo tempo nada.

- Tenho um ótimo lugar pra mostrar para você - Bonny disse.

A primeira parada e única era do estaleiro, que dava de frente para duas lojas e um restaurante com cheiro de enxofre. Lux sentiu seu estômago se embrulhar, mas quando entrou na estalagem, seu estômago, definitivamente, se embrulhou.

- Mas o que - Ela virou o rosto assustada, ignorando a imagem patética e sádica de uma mulher dependurada encima de um palco, sem nada, nua, com homens de todos os tipos, tamanhos e personalidades olhando para ela, em volta, mesas, cadeiras, cheiro de cerveja, pinga e logo cigarro, charutos e ervas afrodisíacas.

- Não faça essa cara, ainda são dez da manhã lindinha - Bonny se moveu pelo lugar, por alguns instantes, Lux viu a maioria o prestigiando, quando não fazia ficavam calados e de cabeça baixa, tudo em sinal de reverência para ele. - Uma mesa - Lux foi tomada por um pânico.

- Por favor, aqui não - Ela pediu, mas foi ignorada, acompanhando Bonny até uma mesa na parte lateral, de frente ao bar, afastada e maior que as outras, uma mesa de madeira pura e sem nada. - O de sempre - Falou para um homem barbudo. - O que achou daqui?

Ela ergueu o olhar, olhando apenas para o rosto dele.

- Isso aqui é indecente, imoral, impróprio. Nunca - Bonny soltou uma risada.

- Te assusta o fato dela - Bonny apontou para a mulher nua no palco. - Estar sem roupa e os homens olharem com malícia. Ah, como sou esquecido, fadas são puras!

E o tom mais debochado surgiu, enquanto serviram dois copos de cerveja na mesa, Sininho ficou olhando para o capitão virar um com tudo, sem pensar.

- O que você - A fada parou de falar, literalmente, abriu e fechou a boca quando no palco a luz foi apagada e teve um brilho. - O que é aquilo?

- Olhe - O Capitão precisou se virar, o palco ganhou o embalo do pianista e de repente, tudo ficou uma confusão para Lux, quando viu o corpo e a asa de algo e alguém parecido com ela.

Era uma fada.

Ela abriu e fechou a boca.

A fada no palco sorria e tinha uma expressão feliz no rosto, ela começou a dançar e se despir, os longos cabelos pretos caindo e a pouca altura fez a missão de tirar o vestido curto e fino fácil e sem dificuldade, ficando totalmente pelada, sem nada, s***s pequeno, tudo... Tudo o que Lux pensou nunca ver na vida de alguém da sua espécie.

- Viu? O que está achando da sua colega, daquela fada lá em cima - Lux sentiu raiva.

- O que quer provar com isso? Por que me trouxe aqui? - Ela começou a sentir raiva, sentir o coração bater rápido.

- Por nada, aqui tem uma ótima cerveja - A fada se levantou, pegou o copo e jogou na cara de Bonny, o líquido molhou o rosto e a camisa, ele levantou irado, olhando pra a fada com raiva.

Ela se afastou, até que se aproximou do palco, sem que Bonny pudesse fazer nada rápido, mesmo presa nele, ela avançou.

- Para! - O grito rompeu a garganta dela, enquanto olhava para a garota no palco, que parou os movimentos e foi a vez da música e o silêncio do lugar. - Você envergonha a sua linhagem, você não tem respeito pelas suas asas? - Lux abaixou o capuz da capa e encarou o rosto com traços delicados, assim como os dela.

- Quem é você? - A garota do palco perguntou, fazendo uma careta. - Quem deixou essa fada insolente entrar? - De repente, Lux escutou risadas, ela deu um passo para trás, trombando em um homem que fumava e se moveu de novo. - Temos carne nova no pedaço, meus rapazes, uma fada pura! - Ela arregalou os olhos e olhou são seu redor, vendo todos os olhos em sua direção. - Aqui não é o céu fadinha, aqui e onde você chama é ninguém te escuta.

Ela balançou a cabeça e sentiu um aperto no seu braço, sentiu o corpo quente e sentiu o medo.

- Você desonra sua família! - Lux não falou aquilo, gritou, gritou alto e depois tudo ficou claro, muito claro, claro como a luz do sol, mas essa luz não queimava, apenas saia dela.

Ela sentiu um alívio.

Mas sentiu algo apertar ainda mais seu braço, ela abriu os olhos, foi quando olhou para o rosto com barba e os cabelos na altura do ombro, viu o sorriso diabólico conhecido.

Então, ela sentiu uma pancada forte na cabeça enquanto olhava para o rosto sorridente de Bonny, mas, por algum motivo, ela se sentiu zonza e o corpo foi para o chão.

E o rosto, a expressão que Bonny carregava sumiu, dando lugar para uma expressão assassina.

AVISO - Mais um capítulo fresquinho pra vocês (finalmenteeee), para ficar por dentro adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham do livro e deixe o seu voto maravilhoso ou me sigam para receber novidades e atualizações. Até amanhã com mais um capítulo fantástico. Att, Amanda Oliveira, amo-te. Beijinhos. Hehehehe até