O Chamado de Aelmor

1017 Words
Caio ainda estava atordoado, tentando entender o que acabara de acontecer. O que era Aelmor? Como eles tinham saído da caverna e chegado ali? A paisagem ao redor era surreal demais para ser real. O ar parecia vibrar com uma energia desconhecida, e o céu acima de suas cabeças brilhava com estrelas que pareciam muito mais próximas do que o normal. “Isso é... inacreditável”, sussurrou Isadora, com os olhos arregalados enquanto observava os castelos flutuantes ao longe. “Estamos... em outro mundo?” Letícia, mais controlada do que o resto do g***o, respondeu com uma firmeza que surpreendeu Caio. “Sim. Aelmor é um reino antigo, esquecido pelo tempo. Ele existe entre as dimensões. Eu já ouvi histórias, mas nunca imaginei que pudesse ser real.” Tomás, sempre o cético, soltou uma risada nervosa. “Você tá falando sério? Como você pode saber disso? Isso é impossível!” Letícia finalmente revelou um lado de si que ninguém conhecia. “Minha família... tem uma conexão antiga com o mundo sobrenatural. Meu pai estudava dimensões paralelas, e eu cresci ouvindo sobre lendas como Aelmor. Eu só nunca acreditei que fossem reais.” Caio olhou para Letícia com uma nova perspectiva. Até aquele momento, ela era só a garota nova, misteriosa e um pouco distante. Agora, parecia que ela sabia muito mais do que qualquer um deles. “E como saímos daqui?” Caio perguntou, tentando manter a calma. “Ou melhor, como voltamos para casa?” Letícia balançou a cabeça. “Isso... eu não sei. Mas, de acordo com as histórias que eu ouvi, Aelmor nunca deixa ninguém entrar por acaso. Se estamos aqui, deve haver um motivo.” “Então, o espelho nos trouxe aqui por alguma razão?” Isadora perguntou, ainda incrédula. Antes que Letícia pudesse responder, um som distante chamou a atenção de todos. Era um som baixo, como se viesse do vento, mas logo se tornou mais claro – uma espécie de canto, ou talvez uma melodia, vinda da floresta ao redor. “Vocês ouviram isso?” Tomás perguntou, franzindo a testa. Caio assentiu. O som era hipnótico, quase irresistível. “De onde está vindo?” Letícia apontou para a floresta à sua frente. “Devemos ir até lá.” Tomás olhou para ela como se ela estivesse louca. “Você tá falando sério? Entrar em uma floresta desconhecida em um mundo desconhecido?” “Se ficarmos aqui parados, não vamos encontrar nenhuma resposta”, Letícia respondeu com firmeza. “Se Aelmor nos trouxe aqui por algum motivo, precisamos descobrir qual é.” Sem muitas opções, o g***o decidiu seguir o som. Eles entraram na floresta, os galhos altos e escuros formando sombras que se mexiam com o vento, criando uma atmosfera ao mesmo tempo mágica e assustadora. A luz que atravessava as folhas parecia ter um brilho próprio, um reflexo da energia mágica que impregnava o ar. Conforme avançavam, o som ficava mais nítido. Não era apenas uma melodia, mas uma voz, ou talvez várias, cantando em uma língua que nenhum deles conhecia. Caio sentiu um calafrio correr pela espinha, mas ao mesmo tempo, algo naquela música parecia lhe dar forças. Depois de alguns minutos de caminhada, eles chegaram a uma clareira. No centro dela, flutuava uma figura envolta em uma luz dourada. Era uma mulher alta, com longos cabelos prateados que pareciam brilhar como o próprio céu noturno. Ela usava vestes antigas, adornadas com símbolos que Caio não conseguia entender, mas que pareciam ter uma conexão profunda com a própria essência de Aelmor. “Bem-vindos, Guardiões de Aelmor”, disse a mulher com uma voz suave, mas poderosa. Sua presença era quase esmagadora, como se ela carregasse séculos de sabedoria e poder. “Guardiões?” Isadora repetiu, confusa. A mulher sorriu levemente, como se já esperasse a dúvida. “Vocês foram escolhidos. O espelho não os trouxe aqui por acaso. Cada um de vocês carrega dentro de si a linhagem dos antigos guardiões deste reino, e Aelmor precisa de vocês mais uma vez.” Caio deu um passo à frente, tentando entender. “Mas... nós não sabemos nada sobre este lugar. Como podemos ser guardiões?” “A verdade será revelada a vocês no tempo certo”, disse a mulher, com um olhar enigmático. “Mas agora, Aelmor está em perigo. O reino está à beira de ser consumido pela escuridão de Nirath, um m*l antigo que ameaça destruir tudo o que é puro. E somente vocês, com seus corações puros e almas ligadas ao destino de Aelmor, podem salvá-lo.” Tomás balançou a cabeça, incrédulo. “Isso é loucura. Somos só adolescentes. Não podemos lutar contra... sei lá o que você está falando!” A mulher deu um passo à frente, e Caio sentiu o ar ao seu redor vibrar com sua presença. “Vocês são mais do que pensam ser. Dentro de cada um de vocês, há um poder que ainda não foi despertado. Mas ele está lá, esperando o momento certo para ser usado.” Letícia parecia a única que não estava completamente em choque. “E como fazemos para despertar esse poder?” A mulher sorriu novamente, um sorriso enigmático. “O caminho para despertar seu verdadeiro potencial começa com a confiança. Confiança em si mesmos, e confiança uns nos outros. Vocês não estão sozinhos nessa jornada. Aelmor os guiará.” Antes que qualquer um pudesse responder, a luz ao redor da mulher começou a brilhar mais forte, cegando o g***o. Quando finalmente puderam abrir os olhos, ela havia desaparecido. Caio olhou ao redor, tentando processar tudo o que acabara de acontecer. Ele não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era clara: eles estavam presos em Aelmor, e agora tinham um papel a desempenhar em uma guerra que m*l entendiam. Mas, pela primeira vez em muito tempo, Caio sentiu algo além da monotonia e da insegurança. Ele sentiu que, de alguma forma, este mundo – e o papel que ele e seus amigos tinham nele – era o começo de algo muito maior do que qualquer um deles poderia imaginar.
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