Chegada a São Paulo

1208 Words
— Teu irmão é do meu time. Não tem por que ficar correndo atrás de vaga'b***a. A mulher brincou contigo e não merece respeito. — ele prontamente falou sentando-se. — Concordo. É o que eu disse. Não a procuro, mas se ela vier atrás de mim, não vou fugir. Não sou do tipo que foge de problemas. Eu os enfrento. — Entendo o que você quer dizer. Mas só queria te alertar, é bem possível que você vai acabar na cama dela. — ele sorriu de forma sugestiva. — Afinal, você mesmo mencionou que ela parece exercer um certo encanto sobre você. — Dro'ga, tenho o meu orgulho, por'ra! — ele ergueu as mãos em sinal de defesa e baixou o tom da voz. O Ítalo ainda não me conhece bem o suficiente; ele não percebeu que o meu jeito de falar soa meio desdenhoso, mesmo quando não estou nervoso. — Abaixa a mão aí, to armado não, to dê boa, mano. — Valeu! — falou tranquilo. — Você é imprevisível, mano. Mas só para constatar, até hoje, seu orgulho não falou mais alto. Por que iria falar agora? — ele argumentou abrindo um grande vácuo nos meus pensamentos. — Vou trabalhar. Fazer o que gosto. E, além disso, a Belly está bem longe, na minha cidade natal. — E as mensagens dela? — Eram fotos do filho dela e ela pedindo para conversar. Disse que era importante, mas não respondi e apaguei. Penso em como sonhei em assumir aquele garoto, estava a fim de verdade de fazer o papel de pai. — falo pensativo, me lembrando de quando conheci o menino. — Coitado, ele não tem culpa de ter uma mãe como ela. — Ítalo sorriu — Esquece mano. Para assumir ele, você tem que assumir ela. E pelo que me disse, o menino está sob a guarda do pai agora. — Sim, pelo que ela me contou, ele conseguiu a guarda do menino. Até tentei ajudá-la da última vez que ela me falou, mas ela nem ouviu o que eu tinha a dizer. — respirei desconfortável. — Nunca fui covar'de, mano. Mas naquele dia, tive tanta vontade de… — falo enfurecido, me lembrando da nossa discussão. — Não adianta, por'ra. Com certeza, ela já está sentindo sua falta. Não é à toa que tinha tantas mensagens e ligações dela na sua caixa de mensagens. — me n**o a acreditar que ela sinta a minha falta, sente falta da grana que eu pagava pelos trabalhos dela, isso sim. — Seria realmente satisfatório se ela sentisse na pele o que eu senti. — falei com um tom vingativo. — Você sabe, ela merece enfrentar as mesmas dificuldades que enfrentei. Fui desiludido, me afundei na bebida e, para piorar, minha rainha teve que me ver nesse estado. Nunca gostei de mostrar fraquezas para ninguém, ainda mais para minha mãe. Ela brincou comigo, manipulou a situação ao seu favor, mas agora as regras do jogo estão diferentes. — Ainda não aconteceu, irmão. Escuta aqui, a oportunidade está nas suas mãos. Você tem o poder de tornar isso realidade. Lembra disso. — ele disse, me incentivando. Assenti, concordando com ele. Tenho a chance de fazer Belly enfrentar as consequências do que ela fez. Mas e depois? Será que serei capaz de fazer isso e, mesmo assim, não desejar mais nada? Ma'ldita mente que não pensa direito. Me achava tão esperto, mas me deixei levar por uma mulher que só tran'sa e nada mais. Ela é desprovida de sentimentos, pelo menos eu acredito nisso. Mesmo eu, que nunca fui de me apaixonar, perdi a cabeça por causa dela. Mas todos têm um ponto fraco, não é mesmo? E ela acertou em cheio o meu, mas estou disposto a dar o troco, e seguir em frente sem o fantasma da Belly em minha mente. Chegada a são paulo Ergui a cabeça ao sair do carro que nos deixava no meu flat. Ao respirar o ar puro de São Paulo, uma sensação singular tomou conta de mim. Era como se cada partícula daquela atmosfera vibrasse de uma maneira diferente, carregada com a energia de uma cidade que pulsa incessantemente. As notas variadas de sons urbanos se misturavam, formando uma sinfonia peculiar: buzinas, vozes, passos apressados, o eco dos prédios imponentes e, especialmente, os carros repletos de música animada que eu tanto aprecio. O ritmo pulsante de São Paulo é administrativo único. Respirar o ar puro de São Paulo era mais do que uma simples inspiração física; era uma conexão com o espírito pulsante da cidade, com sua vitalidade inegável. — Posso contatar seu pai para informar sobre o seu destino? — Willian perguntou ainda dentro do carro com seu aparelho celular de última geração em mãos. — Saia desse carro, seu idi'ota. Finalmente, chegamos. Isso, sim, é viver. — Puxei Willian pelo ombro. — Olhe ali, aqui, lá. Isso, sim, são pessoas que aproveitam a vida, você deveria aprender. — Falei em inglês, sorrindo para duas mulheres que passaram por nós. Ele assentiu como se entendesse, mas sei muito bem que homens como ele não sabem apreciar a vida. Deve ser por isso que é tão amargo. — Isso, sim, é vida, é Brasil, por'ra! — Falei, soltando-o. Ítalo sorriu como se captasse o que eu estava sentindo. Já sinto toda a euforia e energia que estava adormecida em solo americano novamente pulsando em minhas veias. — Vai só deixar suas coisas? — Ítalo perguntou. — Isso. — falei para o Ítalo. — Nos espere aqui. Você nos deixará em uma agência. Preciso de um carro. — Falei em inglês para o William, que assentiu rapidamente. O Ítalo e eu subimos para o apartamento. Ele é pequeno, mas bem aconchegante e luxuoso. Os quartos são espaçosos. Eram dois, mas agora só restou um já que o outro o transformei em uma pequena academia. Ficarei aqui até terminar o trabalho e logo seguirei para o sul. Ao entrarmos no apartamento, senti um perfume diferente, parecido com rosas. — Caramba, mano, que cheiro. — O Ítalo percebeu o mesmo aroma que eu assim que entramos e comentou. Não me lembro de ter sentido esse cheiro aqui antes. — Não tem ninguém morando aqui? — ele perguntou. — Não, mas a minha rainha deve estar pagando alguém para fazer a limpeza. — Isso não é cheiro de limpeza, mano. Isso é aroma de perfume. Tem certeza de que não tem ninguém? — Fui até o único quarto da casa. — Não, esta tudo do mesmo jeito. — Falei, observando a cama arrumada. Foi uma olhada rápida, mas pelo que pude perceber, está tudo como deixei. Apenas o cheiro do perfume é diferente. — Vamos, temos muito a fazer. — Onde deixará suas malas? — Peguei as malas e as joguei no banco da minha mini academia e fechei a porta como já estava. Sou meio desorganizado; logo este lugar estará de pernas para o ar. — Vamos antes que o William saia sem nos deixar na agência. — Vamos lá, mano. — Saímos do apartamento e tranquei a porta. O Ítalo e eu iremos a uma agência para alugar um carro. Ele está disposto a me ajudar na espionagem que farei, já que a recompensa é alta.
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