O silêncio que ficou depois era quase um alívio. Senti vontade de agradecer, de chorar, de sumir de vez. Mas só consegui levantar, ir até o banheiro, jogar água fria no rosto. Quando voltei, Luca já estava abrindo todas as janelas, botando música, reclamando do cheiro de mofo, como se o simples ato de abrir a casa pudesse varrer o luto do coração. Ele me lançou um olhar cúmplice, erguendo o copo em um brinde improvável. — Ao amor, irmão. Mesmo quando ele parece a pior ideia do mundo. Bebi junto, sentindo, pela primeira vez em dias, um pouco de ar voltando aos pulmões. Sabia que não era o fim da dor. Mas, com Luca ali, pelo menos, eu não estava completamente sozinho. E, no fundo, era isso que me mantinha de pé: a certeza de que, apesar de tudo, sempre haveria alguém disposto a me lemb

