Os dias depois daquele último encontro com Bianca foram uma travessia sem luz. Voltei para minha mansão com o corpo exausto, a alma desfeita, e ali fiquei, à deriva, como um náufrago que não sabe mais pedir socorro. Não era só o cansaço físico, era uma fadiga antiga, o peso de todas as decisões erradas, dos silêncios e das palavras nunca ditas, do amor que, mesmo tão forte, nunca foi suficiente para mudar o curso do mundo. Passei horas deitado na cama, encarando o teto, ouvindo o eco dos meus próprios pensamentos. Deixei as luzes apagadas, a comida intocada, o telefone longe do alcance. Ignorava as chamadas do cassino, as mensagens de Dante, os recados secos de Lorenzo. O nome de Bianca não era pronunciado por ninguém, mas estava em todo lugar: no cheiro dos lençóis, no piano mudo da sa

