O quarto parecia ter encolhido desde que tudo terminou. As paredes apertavam, o teto baixava, e cada cheiro: sangue, suor, desinfetante,era um lembrete c***l da violência que eu não tinha conseguido impedir. O corpo estava fraco, pesado, latejando de dor. Cada movimento era um esforço, como se meus ossos fossem feitos de vidro, prestes a estourar a qualquer momento. Fiquei deitada um tempo que não consegui contar, os olhos abertos fixos na janela, o sangue ainda quente escorrendo entre as pernas, misturando-se ao suor, às lágrimas secas no rosto. Minha mãe não falou mais nada, não tentou consolar, não pediu perdão de novo. Apenas respirou fundo, uma, duas vezes, antes de passar a mão fria e trêmula na minha testa. — Você precisa se limpar, filha. Vem, eu te ajudo — murmurou, com a voz q

