O salão parou. O tempo parou. Por um momento, ninguém respirou. O vestido apertava meu peito, o véu tremulava no ar denso, a mão do Marco congelada na minha, o altar diante de mim como um cadafalso pronto para desabar. Mas meus olhos, meus olhos só viam ele. Salvatore estava ali. Não um sonho, não uma lembrança ou um fantasma de tudo que já foi, mas ele: real, sólido, com aquele olhar de lobo ferido e feroz, cercado pelos próprios irmãos, como uma tempestade de preto entre os anjos dourados dos Ricci. Atrás dele, Lorenzo de terno escuro, olhar calculista; Dante, sorriso torto e arma oculta sob o paletó; Luca, despreocupado, quase rindo, os olhos brilhando de adrenalina. Era impossível não entender a mensagem: os Valentini estavam juntos, estavam ali para mim, para guerra, para destruir

