O apartamento do Luca era o esconderijo ideal para arquitetar planos proibidos. As janelas altas traziam a luz pálida da tarde, a mesa da sala estava coberta de papéis, mapas, celulares descartáveis, endereços e horários anotados à mão. Entre uma dose de café forte e outra, nossos olhos se encontravam sempre com a mesma pergunta: "É agora ou nunca?" O silêncio era só aparente. No fundo, tudo pulsava: a tensão de fazer algo irreversível, o medo do fracasso, a ansiedade de que a qualquer minuto alguém pudesse invadir o apartamento e desmascarar tudo. Mas era também uma corrida contra o tempo, o único tempo que Bianca ainda tinha. Luca era eficiente em sua desorganização. Espalhava os papéis, rabiscava rotas de fuga, nomes de pilotos, fornecedores de barcos, endereços de casas seguras na co

