O salão de jantar da mansão Ricci era iluminado por candelabros de cristal, os lustres projetando brilhos dourados sobre as mesas forradas de linho, as taças alinhadas como soldados em parada. O cheiro de comida rica pairava no ar, misturado ao perfume forte das mulheres e ao suor disfarçado dos homens. No centro de tudo, eu a noiva perfeita, sorrindo com os lábios, mantendo a postura, dizendo sempre a palavra certa na hora certa. Marco se sentou ao meu lado, a mão sempre pousada em cima da minha, como um lembrete de posse, de controle. Senti o toque frio dos dedos dele queimando minha pele, mas mantive o sorriso intacto. A sogra, de vestido azul-marinho e joias pesadas, comandava as conversas, elogiando a decoração, os arranjos de flores, a lista de convidados do casamento. Do outro l

