Episódio 7

1122 Words
Marco Eu olhei no espelho. M*al reconheci o homem no reflexo. Estava acontecendo. Estava realmente acontecendo. Eu ia me casar. As últimas semanas foram um turbilhão de atividades, tanto que quase esqueci que tudo levava até esse momento: eu me olhando no espelho e me perguntando o que dia*bos eu estava realmente fazendo. Neste momento precioso, a minha futura esposa estava esperando do outro lado de um corredor luxuoso de uma igreja lotada com pelo menos trezentas pessoas. A maioria delas eram aliados de ambas as famílias, que pareciam querer ver se essa aliança estava realmente acontecendo. E era só isso. Uma aliança. Eu tinha que me lembrar de novo e de novo. Pode parecer um casamento para todo mundo, mas eu sabia o que isso realmente representava. Eu só precisava passar por esse dia e tudo isso teria acabado. Eu poderia voltar à minha vida como a conhecia antes. Além da esposa ao meu lado, eu suponho. Me*rda. Aceitei a proposta do meu pai quando ele me disse que ela tinha aceitado a oferta. Demorou muito para ele me convencer, mas no final eu fui convencido de que, no longo prazo, pouca coisa iria mudar. O casamento seria um mero espetáculo, em que ambos viveríamos juntos enquanto levamos vidas totalmente diferentes. Não havia necessidade de pensar muito nisso. Eu duvidava que ela quisesse alguma coisa comigo, se pudesse evitar isso. Claro, eu tinha visto uma foto dela e era linda. O tipo de beleza que fica gravada na mente, na verdade, porque percebi que era a garota do bar que eu estava olhando naquela noite. Parecia um pouco irônico agora, que eu havia colocado os olhos em minha futura esposa pela primeira vez, naquela mesma noite. Nos conhecemos brevemente, mas quase não nos falamos. Eram os nossos pais que falaram mais, fechando o acordo, discutindo os detalhes e certificando-se de que nós dois sabíamos exatamente o que isso iria exigir de nossa parte. Nenhum deles confiava totalmente no outro, pelo menos ainda não, e ambos estabeleceram regras como se tivessem o direito divino de fazê-lo. A tensão entre nós era intensa. Eu a observava o tempo todo como se eu estivesse tentando ver dentro dela. Fentando ler o que estava acontecendo por trás dos seus olhos. Ela não revelou muito, teve o cuidado de manter o rosto inexpressivo na maior parte do tempo, mas eu poderia dizer que sua mente estava circulando. Ela não parecia particularmente interessada em me conhecer, então, achei que ele queria a mesma coisa que eu deste casamento. A conveniência e nada mais. Não teríamos um relacionamento. Nós íamos desempenhar um papel durante o tempo que levasse para convencer as pessoas de que estavamos juntos, na verdade, e então cada um por conta própria. O casamento foi planejado em questão de semanas e, claro, todos com um grande nome foram convidados. Tenho certeza de que pelo menos algumas pessoas pensaram que era uma piada. Eu no lugar deles teria pensado o mesmo. Depois de tanto tempo perseguindo uns aos outros de todas as maneiras possíveis, as nossas famílias se encontrando diante de todas aquelas pessoas para declarar que a guerra entre nós finalmente acabou. E agora, aqui estava eu. A música estava tocando do outro lado da porta, que levava ao salão da igreja onde eu iria me casar com essa mulher que nunca tive a oportunidade de conhecer realmente. Eu não pude acreditar que eu estava fazendo isso. Mas agora eu não poderia desistir. Eu tive que seguir em frente com o que foi acordado. Mesmo que eu sentisse que poderia perder a cabeça antes de sair deste lugar. Inclinei os meus ombros para trás e respirei profundamente. Eu não poderia estar mais preparado. Ajeitei a minha gravata, abri a porta e saí para o corredor. Um milhão de olhos se voltaram para mim. No topo do corredor, ao lado do meu pai e do pai dela estava Kayla. Ela estava linda, com um véu macio branco que caía sobre as suas feições delicadas e os seus cabelos castanhos caindo nas suas costas em ondas. Os seus ombros finos pareciam brilhar, a sua pele macia e atraente. Os seus lábios se separaram ligeiramente quando ela se aproximou de mim, como se tentasse se convencer de que isso estava acontecendo tanto quanto eu. Por um breve momento, lembrei-me de como tinha olhado para ela no bar, aqueles lábios macios que pareciam deliciosos... Peguei a mão dela quando cheguei ao lado dela e ela apoiou os seus dedos nos meus. Foi a primeira vez que nos tocamos. Esfreguei os nós dos dedos dele com o meu polegar e ela me apertou um pouco mais. Foi um movimento mínimo, mas o suficiente para me dizer que ela estava no mesmo lugar que eu. Nós éramos as duas únicas pessoas neste lugar que realmente entendia o que estava acontecendo, e havia uma certa conexão, embora m*al tivéssemos trocado uma palavra. — Queridos irmãos. Começou o oficiante monotonamente. – Nós estamos aqui reunidos hoje para celebrar a união de Kayla Falcone e Marco Volkov... Os votos passaram tão rapidamente que m*al consegui absorvê-las. Quando chegou a hora de dizer “eu aceito”, tive que engolir antes de pronunciar essas palavras. — Sim aceito. Ela repetiu as palavras para mim e os seus olhos se fixaram nos meus. Não sabia como diab*os devo me sentir agora? Esta mulher era agora minha esposa, a pessoa com quem eu deveria passar o resto da minha vida. Eu deslizei o anel em seu dedo e a aliança de ouro brilhava em sua pele. Meus dedos acariciaram a palma da sua mão por um segundo e um choque elétrico me atingiu. Ele correu pela parte interna do braço. A igreja irrompeu em aplausos ensurdecedores. Quase abafou o caos que tinha na minha cabeça. Olhei para ela, para Kayla, que estava com o olhar perdido e a boca dura. Inclinei-me para ela, fingindo beijá-la na bochecha. — Vamos. Eu murmurei. — Vamos fazer com que isso pareça convincente. Ela conseguiu levantar o canto da boca e pegou minha mão, envolvendo os seus dedos em volta dos meus. Forcei um sorriso e nós dois voltamos para enfrentar a multidão entusiasmada. Nós não poderíamos sair sem que todos pensassem que isso era algo menos que real. Qualquer rachadura nessa aliança, e as pessoas reagiriam imediatamente. Caminhamos juntos pelo corredor, recém-casados, de mãos dadas e meus olhos percorreram os rostos da multidão. Procurei dúvidas em alguns deles, tentando identificar essas pessoas. Eles já devem ter nos notado. Não poderíamos permitir que isso acontecesse. Nem em um milhão de anos. Tivemos que manter a compostura e dar a impressão de que tínhamos certeza absoluta do que estávamos fazendo aqui.
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