Episódio 13

1543 Words
Ele tinha sido tão... cuidadoso comigo, como se eu fosse algo precioso que ele queria cuidar com cada parte do seu ser. A maneira como ele me tocou, o jeito que ele se movia dentro de mim, o jeito que ele me beijava, tudo. Isso parecia estar gravado no meu corpo, e eu não tinha certeza se conseguiria algum dia esquecer o quão bom ele tinha sido. Algumas noites quando eu estava lá deitada sozinha, pensei em me levantar e ir até o quarto dele para ver se ele gostaria de outra rodada, mas imaginei que se ele estivesse interessado, ele já teria feito isso. Ele provavelmente tinha outras mulheres. Quero dizer, basta olhar como ele havia se aproximado de mim no bar. Não havia dúvida de que ele sabia o que estava fazendo quando se tratava de conquistar mulheres. Por que eu deveria pensar que sou especial? Por que eu acreditaria que teria alguma chance de manter a sua atenção quando ele teve tantas mulheres na sua cama e eu não era mais do que uma dentre tantas? O fato de sermos casados ​​não significava que de repente esse lado dele retornaria, e eu teria ficado ingênua se eu tivesse pensado que faria. Mas a ideia de ele estar com outra mulher me atingiu no peito: ciúme, ciúme real. O que era ridículo, e eu sabia disso, porque, na verdade nem estamos envolvidos. Casados, sim, mas é tudo para mostrar. Só consumamos porque era preciso, ou pelo menos foi o que tive que acreditar agora. Eu só... eu quero isso. Eu quero isso para mim, e a ideia de ter que compartilhar isso com aquelas outras mulheres me irritou um pouco. É algo para a qual eu não estava preparada. É assim que era ter um relacionamento se*xual com alguém? Você fica tão apegado a essa pessoa que não consegue suportar a ideia de que ele está com outra? Eu não fazia ideia. Eu não tinha um quadro de referência para nada disso, e quase me pareceu injusto que eles tivessem me colocado no meio de tudo isso, quase sem nenhum aviso, quu as coisas poderiam ficar complicadas assim. Saí da cama com a intenção de tomar banho e relaxar na linda banheira no meu banheiro privativo. Ao menos, havia paz aqui. Isso tinha que ser de alguma utilidade. Mesmo que eu preferisse estar no meio de um caos sobre o qual tinha algum controle do que no meio de uma paz em que eu parecia não ter nada a dizer. Quando eu estava prestes a ligar a banheira, ouvi alguém chamando na porta. Os meus ouvidos se aguçaram. Era outro mem*bro da sua família? Achei que não era da minha conta, mas parte de mim queria ter certeza. Eles precisam saber qu eu seria um elemento permanente por aqui. Sai do quarto enrolada no roupão e desci as escadas correndo. Aproximei-me da porta antes que ele a alcançasse e abri. Do outro lado havia uma mulher com um vestido preto curto e saltos tão altos que parecia um milagre que ela não tivesse caído ali mesmo. — Olá. Ela me cumprimentou, me dando um amplo sorriso. Ela tinha os olhos um tanto turvos, como se tivesse bebido, e cambaleava ligeiramente. — Marco está? Ela perguntou, olhando para além de mim para ver melhor dentro da casa. Fiquei na frente dela, impedindo-a de ver. — Por que você quer vê-lo? Eu respondi com uma voz afiada. Não sabia por que infer*no, ela estava aqui, mas senti uma necessidade repentina de proteger a minha casa. Pode não ter sido a que eu escolhi, mas pertencia a este lugar e eu não deixaria qualquer mulher entrar sem um bom motivo. — Oh, diga a ele que Monica está aqui para vê-lo. Ela respondeu, estreitando os olhos como se estivesse satisfeita por ter deixado o seu ponto claro. — Ele saberá por que estou aqui. A minha pele se arrepiou de raiva. Quem dia*bos ela pensava que era? E o que ela estava fazendo aqui? Ela não sabia que ele era casado? Ela era uma ex-amante dele? Ele tinha enviado uma mensagem para convidá-la sabendo que eu estava aqui? Sabendo como isso me faria sentir? Bem, algo mais aguardava os dois. No mínimo, eles pensaram que iriam se sair bem. — Sabe quem eu sou? Eu perguntei a ele, estreitando os olhos. Ela parou por momento e me olhou de cima a baixo. — Você é a nova governanta, certo? Apesar de eu achar que não é ético você abrir a porta para os convidados apenas enrolada num roupão, vou me queixar com o seu patrão. Eu tinha que me impedir de empurrá-la e fechar a porta na cara dela naquele momento. Respirei fundo e olhei para ela. — Eu sou a esposa dele. Ela parecia não conseguia acreditar no que acabou de ouvir. Ficou claro que ela não tinha ouvido falar do seu casamento e me perguntei se ele havia evitado dizer deliberadamente a ela. Provavelmente porque ele não queria estragar o que eles tinham. Estava claro que eu não passava de um inconveniente para ele, se as mulheres continuassem a aparecer na sua porta em busca de diversão. — Você é esposa dele? Ela deixou escapar. — Ah, eu não sabia. Eu deveria... — Mônica? Me virei e vi Marco se aproximando da porta, com uma cara surpresa quando ele viu quem estava do outro lado da porta. Ah, agora ele queria fingir-se de bobo? Não podia acreditar. — O que você está fazendo aqui? Ele perguntou, e ela balançou a cabeça. — E-eu estou indo embora, sinto muito. Ela disse a nós dois, e se virou e foi embora. Ele desceu as escadas mais uma vez, deixando-nos em silêncio enquanto eu me virei para olhar para ele. Cruzando os braços sobre o peito, olhei para ele com expectativa, esperando para ouvir que tipo de mentiras ele iria me contar agora. — Você quer explicar o que ela estava fazendo aqui? Eu perguntei para ele. — Ela, a propósito, pensou que eu era sua governanta. Eu acho que você não mencionou o fato de você ter se casado. — Não tenho ideia de por que ela apareceu aqui. Ele respondeu, negando com a cabeça. — Estivemos juntos por alguns meses no ano passado, nada sério, mas eu... — Sério o suficiente para ela estar aqui na sua nova casa. Eu apontei. — Como ele descobriu onde você morava agora? — Alguém deve ter informado a ela o meu novo endereço. Ele respondeu. — Eu só não sei quem. — Ah, sim, claro. Respondi, bufando e balançando a cabeça. Se ele acreditasse que ele poderia me enganar com isso, ele merecia outra coisa. Eu não era a garota adequada para engolir tudo isso. Eu não era ingênua, não acreditaria nele quando ele começasse a contar histórias ridículas sobre por que elas apareceram na porta dele vestidas como se estivessem prontas para flertar. Não funcionaria assim comigo. — O quê? Ele perguntou. — Você acha que eu mesmo a convidei para vir aqui? — Você não precisa mentir para mim sobre isso. Eu disse. — Você não precisa fazer isso. Prefiro que você me trate como alguém com um cérebro de verdade na cabeça. Agora não me subestime e me faça passar por isso. Apontei para a porta. — Como se fosse uma coincidência. E você não sabe porque ela estava aqui. — Eu não convidei ela para vir aqui, Kayla. Ele me disse com firmeza. — Eu não faria isso. — Você espera que eu acredite? Eu respondi, exasperado. — Eu vi como você flertou no bar quando nos conhecemos... — Você lembra daquilo? Ele comentou, com um sorriso se espalhando por seu rosto. Ele parecia tão arrogante que fiquei ainda mais irritada, mas tentei me controlar, — Estou dizendo que sei que você não tem dificuldade em conquistar mulheres. Só quero que você faça isso aqui. Quero que elas fiquem longe desse lugar. Eu disse a ele. — Estamos destinados a ficar casados, caso você tenha esquecido, e eu não quero ter que aturar as suas amigas desfilando, entrando e saindo daqui como... — Kayla, não vou repetir isso para você. Ele me avisou. — Eu não a convidei para vir aqui. Eu nunca convidaria uma mulher para vir aqui. — Então você só os vê nas suas casas? Eu perguntei sem que eu pudesse controlar a minha raiva. — Não estou namorando mais ninguém, Kayla. Ele retrucou. Eu não o vi irritado desde que o conheço, e havia algo quase… gratificante fazê-lo reagir assim. Talvez tenha sido infantil da minha parte, mas eu queria ver se ele tinha algum nível de emoção ligado a tudo isso, mesmo que ele fosse difícil dizer isso em voz alta. — Acho que não é verdade, pelo que estou vendo. Respondi simplesmente. — Então não sei o que posso fazer para que você acredite em mim. Ele respondeu. — E, porque você odeia tanto, e se importa se eu estou saindo com outra pessoa? O silêncio caiu entre nós. Eu não sabia o que responder. E tenho certeza de que ele já sabia qual era a resposta, mas iria me forçar a dizer isso.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD