O silêncio após o êxtase parecia mais alto do que antes. O quarto, agora apenas iluminado pela penumbra suave que vinha da janela, carregava um ar denso, quase solene. O lençol cobria os corpos ainda quentes, os corações desacelerando em sincronia. Bruna estava deitada de lado, o rosto quase encostado no peito nu de Lorenzo. A respiração dele era ritmada, tranquila, como se aquele instante, aquele raro instante de paz, fosse suficiente para dissolver o caos dos dois. Ele envolvia a cintura dela com um dos braços, os dedos traçando círculos preguiçosos nas suas costas. Como se quisesse mantê-la ali, ancorada. Como se, ao soltar, ela fosse evaporar. Mas nenhum dos dois dizia nada. Eles sabiam. Sabiam que aquele momento carregava mais do que apenas desejo. Sabiam que aquilo precisava ser

