O Outro Conto da Cinderela - Carter's

MARCELLA Poderia dizer que cai da cama bem cedo, mas ainda nem dormi. Antes deixa eu me apresentar: Meu nome de Marcella Anahi Ferrari Gonzalez, tenho 18 anos, que completei recentemente, me mudei para Nova York para morar com o meu irmão mais velho Thiago, aos 16 depois que meus pais morreram em um acidente de carro, tem algum tempo que eu trabalho no maior conglomerado da cidade, Carter Corp. Sou assistente pessoal do gerente financeiro, Mathew Salvatore e trabalho com a minha melhor amiga Elizabeth Forbes, para mim somente Lisa, ou Liz. Meu horário é diferente dos demais porque eu chego a 6 da manhã para estudar saindo as 4 da tarde. As maravilhas de se depender de um transporte público! Por questão de tempo, e uma agenda um tanto quanto conturbada, falto às aulas nas terças porquê e meu meio de pagar minha faculdade, canto na Atlanta, uma casa de shows de um amigo do meu irmão. Faço isso com uma máscara, meus amigos de banda dizem que é melhor para os negócios, manter o sigilo, instigar a curiosidade, ademais eu prefiro que ninguém me reconheça, as vezes acho que não serei mais capaz de cantar sem ser a Anahí, apenas fica a lembrança vaga de quando cantava na igreja em Guadalajara. Nada é tão r**m que não possa piorar, nasci com um problema de arritmia cardíaca, o que me faz depender de remédios, ou seja, mais um gasto! Mas esse ainda fica mais fácil porque tenho a garantia do plano de saúde da empresa. [...] 9h15 da manhã meu telefone toca com uma mensagem, era meu irmão — Adivinha o que eu trouxe? —Balas de caramelo? —Respondo a mensagem rapidamente, esperava que ele dissesse sim! — Ta pior que formiga hein, maninha! — Já estou descendo. Pego o elevador descendo do decimo sexto andar ate o térreo e vou ate meu irmão, enquanto olho para lado e o todo poderoso tinha chegado, reconheci pela segurança toda envolta, e claro, o elevador executivo, único e exclusivo dele. — O que foi que a comitiva ta toda aqui? — Thiago pergunta, curioso, sobre a movimentação maior na entrada executiva. — Fechamento de mês — Pego a embalagem de balas da mão dele, sem dar muita importância ao assunto — se o saldo for positivo com a margem de lucro maior que 60% a CarterCorp fecha com uma empresa italiana poderosa. — Maninha, obrigada pelo almoço. — Ele sorri da minha pressa pelo doce, mas consegue minha atenção com sua fala — Mas não precisava se incomodar em fazer lasanha... — Você sabe que pode me pedir o que quiser comer, maninho! — Digo, afinal, ele não precisava assumir o compromisso de cuidar de mim, e mesmo assim o fez. — Não quando você tem que fazer isso as 3 horas da manhã. Falando isso, a que horas você dormiu? — Não dormi! — Eu to falhando miseravelmente na promessa que fiz pra mamãe em cuidar de você! — É pra gente cuidar um do outro, maninho! E eu sou bem feliz... aposto que sou mais feliz que o Carter. — Impossível, você tem um império multibilionário que te permite trabalhar o horário que quiser? — Ele tem um ponto, mas tenho o meu. — Não, mas eu tenho o irmão mais lindo do mundo que me trás balas de caramelo, e com certeza nisso eu ganho dele. — Você é impagável, Marcella! — Ele me da um beijo no rosto enquanto olho o meu celular tocando. Era Liz. — Marcella, Sr.Salvatore ta te procurando. — Já vou. — Respondo rápido pois escapadinhas assim não podem se tornar famosas. —Preciso subir, meu chefe ta me chamando. — Falo para meu irmão, me despedindo dele. — Senhorita Gonzalez, sente-se por favor! — Meu chefe me aguardava com uma expressão seria, sisuda, quase assustadora. —-Em que posso ajudar, Sr. Salvatore? — Me sentei a sua frente, nervosa, obvio. — Conseguiu meus relatórios de orçamento dos novos hardwares? — Ele pergunta. — Organizados e listados por preços mais acessíveis de acordo com as marcas mais confiáveis. — Apontei na mesa, onde já os tinha deixado previamente organizados. — E os demonstrativos de resultado? — Com um resumo e os principais pontos a serem observados. — Apontei a outra pasta, também encima da mesa — E as copias para a reunião? — Já enviadas para a sala de reunião. Conforme o senhor já havia me solicitado ontem a noite. — Eu nunca vou pegar uma falha sua, senhorita Gonzalez? — Ele sorri amigavelmente. — Espero que não sr. Salvatore! — Preciso mais do plano de saúde do que do emprego, mas como uma coisa leva a outra. — Como você faz isso tudo, leva pra casa? — Nem se eu quisesse... mas não vou importuna-lo com meus problemas. — Imagina, eu quero saber, você já fez todo o trabalho, e eu tenho que esperar o Dr.Carter me chamar para a reunião. — Então, eu chego aqui as 6, pra sair as 4, faço faculdade chego em casa por volta de meia noite o prazo que eu não estou fazendo os trabalhos da faculdade, estou cuidando das coisas de casa. As roupas não se lavam sozinhas... — dou um sorriso amarelo — aí hoje ainda trabalho na Atlanta com meu irmão! — Cada vez mais me surpreendo com a senhorita! Quantas horas dormiu essa noite? — Não dormi, e nem vou, hoje é dia de show na Atlanta e eu preciso receber as bebidas que chegam agora a tarde! Antes que ele respondesse, é chamado na presidência para a tal reunião. — Marcella, tem um sofá ali, pode deitar para dar uma descansada, quando eu chegar te chamo. — Não precisa se incomodar sr. Já fiz virada umas vezes... — Não é um pedido, senhorita Gonzalez. Nem me esforcei para negar muito, estava pra lá de cansada. [...] — Senhorita Gonzalez? — Percebi que dormi mais que deveria quando sou acordada pelo senhor Salvatore. — Já são 16 horas, acredito que já esteja na hora de passar o ponto! — Ele continua e eu morro de vergonha — Me desculpa, Sr.Salvatore, acabei dormindo demais. — Não se preocupa, não tinha trabalho. Fico feliz que tenha descansado! Me levanto, pego minhas coisas e vou para a Atlanta. Gosto de me arrumar ali. Encontro com meus amigos de banda — Tenho ódio de você, nem parece que não dormiu. — Dessa vez eu dormi, acredita que meu chefe me deixou dormindo na sala dele. — Conto da boa ação que recebi — Bora preferidinha. — Minha amiga brinca. MATH Subi para a presidência, Carter já esta ansioso a minha espera. — Me diz que tem uma boa noticia, preciso muito de uma boa noticia hoje, sem a Leticia fica complicado pra eu acompanhar o faturamento. — Azar o seu porque a minha assistente tem uma competência assustadora, ta aqui o relatório com o resumo dos principais tópicos a serem observados na reunião, analise aprecie e manda redigir o contrato, porque, meu amigo o contrato com a Italia vai acontecer. Como dito, a reunião foi um sucesso. — Precisamos comemorar. Faz tempo que você não sai, Carter! — Alem de chefe dos chefes, Ryan é meu melhor amigo. E o fim dessa pressão o clima ficou mais leve. — Tem alguma ideia? — Ele afrouxa a gravata, sorrindo. — Confia em mim? — Não! — Vai se ferrar, te pego na sua casa. A noite, fomos a Atlanta, tinha combinado com o Carter que ele era só o Ryan, alguém normal e não o multibilionário da Carter Corp. RYAN Era dia de show, pelo menos não ficaria entediado no lugar. — Como você descobriu esse lugar. — Pergunto curioso, já que ele possuía o mesmo horário de tempo livre que eu, quase zero. — Minha assistente mencionou, então quis conhecer. Escuto o mestre de cerimonias chamar — Boa noite Atlanta, como estão todos? Eu sei que ninguém veio aqui pra me escutar então já vou chama-los logo... Parece que de repente fui levado a um universo estranho onde só existia a voz daquele anjo, precisava me aproximar, precisava falar com ela, fiquei admirado. Eu estava hipnotizado com aquela sereia... talvez isso fosse o conceito de amor a primeira vista.