Latet - Livro 1

Capítulo 2

Kayly narrando...

-Era tão bom estar ao lado do meu noivo, ele me fazia sorrir, mesmo as vezes tendo que ficar sério para mim, muito carinhoso, e estava preparando tudo sozinho para nosso casamento, me orgulhava por estar com ele, sei que seremos uma família muito feliz, e tenho certeza que ele me ama, não sei muito bem como o amor funciona, acho que algo que surge do nada, algo que te faz sorrir todo o momento, algo que em meio a tantas dificuldades ele permanece.

Ainda que sua mãe fizesse de tudo para nós afastar estávamos cada vez mais apegados um ao outro, acho que essa seria a palavra certa para o que eu sentia por ele, não sei o que é amor, ou o que é amar, então entendo que o que eu sinto por ele é um apego, talvez amor seja algo que só se forma com convivência, talvez o amor seja algo que traga a sentença a sua alma, se meus pais me amavam eu não sei que tipo de amor foi capaz de permiti-los me deixar, mas eu tinha medo de amar, e ao mesmo tempo medo de nunca amar...

Faltava uma semana para meu casamento, Eu estava muito nervosa e Nadja estava feliz da vida, fazendo meu vestido que a propósito era perfeito com rendas em lilás e muito armado.

De repente ouvimos o telefone tocar..

-Quem será ?. - Perguntou Nadja, E logo atendendo-o. Me disse...

-Kayly seu noivo quer te ver no salão de reuniões hoje à noite e quer que eu também esteja presente.

-Por quer será que meu noivo não quer me ver sozinha? E por que no salão de reuniões?- me espantei...

Mesmo assim Eu estava ansiosa para que chegasse a noite.

Mas ao contrário de mim Nadja estava preocupada.

Eu n consegui exitar em perguntar .

- Nadja por que estás tão preocupada?

Ela me fitando os olhos respondeu.

- Minha querida, ouve boatos que caçadores estão rondando por aqui, e com certeza n é procurando uma noiva para seus filhos, e você saindo a noite está muito exposta, apenas eu sei de seu segredo, quem mais a protegeria?

Eu fiquei um pouco assustada confesso, mas queria acreditar que se algo acontecesse Mat me protegeria afinal todas as suas atitudes mostram que ele ama, e quem ama proteje o outro certo?...

...

Chegada a noite fomos até o salão de reuniões das bruxas.

E logo fitei os olhos na mãe de meu noivo, até o nome dela me dava arrepios, Jane tinha um corpo robusto e muitas cicatrizes em seus braços cabelos brancos e um olhar ameaçador.

Nadja sentou em seu lugar na mesa de reuniões.

- Então estamos aqui, vamos direto ao assunto. - Disse Nadja com um belo sorriso e sua doce voz...

Jane se levantou bruscamente, bateu com as duas mãos na mesa, começou a andar em volta de todos e prosseguiu com seu discurso.

- Eu convoquei está reunião para fazer-lhes uma denúncia ...

Caçadores rondam nosso vilarejo a procura de híbridos, porém exterminamos todos que aqui viviam, mas, eles afirmam que ainda existe um entre nós, uma traidora nessa mesa.

Antes que qualquer pessoa se pronunciasse Jane apontou para Nadja que ainda estampava um sorriso ....

- Jane querida você não tem como provar que eu escondo um híbrido em minha casa, pós até onde sabemos os híbridos são homens, e moramos apenas eu e minha filha... - falou Nadja

Jane sorriu .

-você acha mesmo que eu sou assim tão tola, a menina é uma híbrida.

Um tumulto tomou conta de toda a sala, as bruxas começaram a gritar, então Nadja tomou a frente .

- Torno a dizer Jane você não tem provas.

Nadja se espantou quando viu Jane começar a tirar de uma bolsa um tipo de porção que revelará quem você realmente é, e jogou em mim, por um estante fiquei da mesma forma, mas depois comecei a me transformar em um lobisomem e logo após em uma bruxa com a áurea branca.

Todos na sala ficaram surpresos, e Jane sorria com a vitória, as bruxas castigariam Nadja..

como se isso não bastasse Mat fitou os olhos em mim e parecia não acreditar no que estava vendo, chegou perto de mim e falou...

- Como você pode esconder isso de mim? Eu cheguei... cheguei a amar você ... Mas como o monstro que és não ligaste para meus sentimentos . Por favor faça de conta que eu estou morto.

Ele fala como se não me magoasse, ele fala como se eu não tivesse sentimentos... Suas palavras me mataram por dentro...

Mesmo com tudo que tenho sendo dilacerado, Eu via a preocupação no olhos de Nadja, o que aconteceria com a gente? Minha mente entrava em conflito..

Logo as bruxas começaram a se reunir em uma sala branca, para decidir o que fariam conosco.

Nadja me abraçou forte, e chorou por alguns momentos como se soubesse da sentença, eu n sabia se chorava, ou se tinha raiva de quem eu era, afinal por que a natureza fizera isso comigo? Eu não pedi para nascer assim... Por que ela fez de mim um monstro? Que muitos não aguentam nem olhar... Do que adianta ser tão linda por fora, e as pessoas olharem para o que você guarda dentro de você.

Apos alguns minutos as bruxas se aproximaram de nos para trazer nossa sentença, Adelina A mais antiga das bruxas tinha poucas rugas em sua face, vestia-se sempre de branco ou lilás, seus cabelos longos e cinzas, seus olhos azuis apagados, ela se pôs a nossa frente e começou a se pronunciar ...

- Nadja, nos chegamos a um acordo, nada te acontecerá, porém você tem duas opções, ou entrega a garota aos Virdroks, ou deixe que ela siga seu próprio caminho longe de nós.

Nadja respirou fundo, assentiu, pegou em meu braço e voltamos para casa, ela entrou em meu quarto e começou a chorar preparando minhas malas, eu estava na sala escutando seus soluços, como doía ver a Nadja daquele jeito.

Logo ela saiu e me disse...

- Preparei suas coisas para você partir! ... não quebre seu vínculo com a natureza ela te protegerá dos Virdrok!

Apareceu- me a pergunta..

- Nadja , por que eles nos caçam ?

Ela fitando seus olhos com ar de preocupação disse...

- Alguns dizem que um híbrido matou um m****o de sua família,mas a verdadeira história não sabemos ao certo, mas logo você vai descobrir, siga seu caminho e chegarás ao teu destino, quando chegares lá você terá a respostas das suas perguntas.

Ela foi até a cozinha e retirou da geladeira algumas bolsas de sangue para mim, pois apenas me alimentará com aquilo, e nos duas sabíamos que não duraria muito, ele colocou com carinho em uma mochila com algumas roupas, ainda chorando pediu que eu fosse me arrumar, sai dali e fui tomar um banho, pentear os cabelos, vesti uma calça preta e uma jaqueta cinza, com botas em vinho, arrumei meus cabelos um tanto rebeldes em um r**o de cavalo, e voltei para a cozinha onde Nadja estava apenas me esperando, ela me deu um abraço, e chorando rogou a natureza..

- Por favor a proteja, não deixe que nada de m*l lhe aconteça ...

Era chegada a hora da despedida, Nadja chorava por achar que eu ainda não estava pronta para seguir minha jornada sozinha, bom, nem eu sabia se realmente estava pronta, sai pelas portas dos fundos entrando na floresta, e Nadja ficou na porta me vendo partir, escutava suas lágrimas caírem a cada passo q eu dava, o medo tomou conta de mim, pra onde ir? O que fazer? O que vai ser de mim agora? Tantas perguntas, e o silêncio como resposta, sentia estar cada vez mais longe da magia daquele lugar, sentia estar mais perto dos outros seres, como era difícil não ter com quem conversar. Ninguém para dizer como me sinto, a solidão tomava conta de cada célula minha..

...

As noites eu passava nas raízes expostas das árvores, e o medo do que eu encontraria em frente só aumentava.. Eu tinha poucas bolsas de sangue, não sabia até quando durariam, então pela manhã tomava meia bolsa de sangue para render mais dias, meus passos eram sempre pesados, as vezes eu arrastava os meus pés no chão, minha cabeça parecia não querer nem olhar para frente, eu andava sem destino, apenas minha consciência falava comigo, e ela só dizia que ia morrer, sera mesmo verdade?

Em uma certa tarde eu caminhava tranquila, bom, é claro que eu estava tranquila, não tinha nenhum lugar para ir, e não tinha ninguém me esperando, para que me apressar, só estava adiando o inevitável, que era minha morte, quando de repente escuto passos rápidos vindo em minha direção mas não sabia de que lado vinha, e ficavam mais fortes a cada segundo quando senti algo batendo em mim com toda a força, parecia que um elefante tinha me atropelado, cai no chão e senti minha cabeça chacoalhar por dentro, fiquei um tempo com os olhos fechados, eu sabia que havia alguém ao meu lado, abri meus olhos pesados, e vi um rapaz se levantar, e desmaiei...