Monique Narrando
O volante tremia nas minhas mãos.
Não por medo. Não por nervosismo.
Era ódio.
Ódio puro, denso, sufocante.
O tipo de raiva que faz tua mão coçar pra puxar o gatilho e acabar com tudo. O tipo de sentimento que cega, que pulsa na veia feito veneno. E eu tava mergulhada até o pescoço nessa p***a.
Dirigia igual uma possessa, a rua passando rápido pelos vidros, e o motor do carro da Amanda roncando como se sentisse meu descontrole.
A minha cara no espelho retrovisor tava feia.
Cabelos bagunçados, rosto suado, o boné jogado no banco de trás, a Glock ainda quente na cintura. E aquele gosto amargo de humilhação entalado na garganta.
A imagem dela dançando pra ele, naquele quarto… a risada dele, a cama bagunçada, a cueca abaixada. Tudo aquilo queimava por dentro. E eu me
