Monique narrando Eu tava ali, deitada no escuro do quarto, só com a luz fraca do celular iluminando meu rosto. A tela brilhava. A notificação dele piscou. Zangado. Cliquei. O áudio começou e eu já sabia que vinha merda. A voz dele… GROSSA. ÁSPERA. Descontrolada. — MONIQUE, TU TÁ DEBRINCADEIRA COM A MINHA CARA?! — TU TÁ DANDO PRA OUTRO, p***a?! — TU É MINHA, DESGRAÇADA, TU É MINHA! — TU PENSA QUE EU VOU ACEITAR ESSA p*****a?! — EU VOU TE PEGAR, MONIQUE. EU JURO PELO MEU NOME. — TU VAI VER O QUE EU VOU FAZER CONTIGO. — TU VAI VER O QUE EU VOU FAZER COM ELE! — EU VOU MATAR, TU TÁ OUVINDO?! EU VOU MATAR, MONIQUE! A cada palavra que ele soltava, a vontade de rir misturava com um nojo tão profundo, que me deu ânsia. Ciúme doentio. Machismo puro. Dominação disfarçada de “amor”.

