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2192 Words
Pov. Caroline   Mal dormir depois que Hugo me ligou, o que ele queria comigo? Porque me ligar depois da meia noite? Se ele pensa que sou esse tipo de mulher estar muito enganado, e ele verá amanhã com seus próprios olhos, escutar eu o colocar em seu lugar, como pega o número de uma funcionaria assim da Coopercol, e liga no meia da noite a convidando para sair, isso me soa muito estranho, muito estranho mesmo!   Com meu banho tomado, coloco uma calça de linho bege, um scarpin preto com um salto nada alto, com uma elegância, uma blusa social branca, faço uma trança embutida em meu cabelo, me maquie-o um pouco mais forte, nada escandaloso, apenas pare esconder minhas orelhas da noite m*l dormida, trabalho em uma empresa mundialmente conhecida e muito prestigiada e  ainda trabalho diretamente com o  dono, aparência é fundamental, arrumo minha bolsa com meus livros, para depois ir a faculdade, me preparando psicologicamente, para ouvir  o que sairá da boca daquele homem.   -Bom Dia mamãe, Julieta já foi para o colégio? -Acabou de ir princesa, a perua acabou de leva-la -Tudo bem, estou indo também, qualquer coisa já sabe, ligue para empresa, eles me avisam na hora, lá não posso fazer uso do celular.   Ela me dando um beijo na testa, vou para o ponto de ônibus esperando para seguir para meu dia, como toda manhã, tinha medo que ela se sentisse m*l, mas tinha que trabalhar, só com o salário que o governo paga, a pensão do meu falecido pai, não teria como viver, não ganho muito, mas o suficiente, para quitarmos as dívidas de casa, comer, mas era grata por ter saúde e uma mãe que nos ama acima de qualquer coisa, entro naquele ônibus segurando o ferro, enquanto enfrento o trânsito de São Paulo, aquela correria em plena sete da manhã, o dia corrido como sempre, cheio de planilhas, balancetes, contas e números, graças ao meu curso de administração, consegui um estágio na Coopercol, e sou mais grata ainda ao meu chefe por ele ter me dado a chance, e ter me colocado para trabalhar diretamente com ele, alegando que tinha potencial, o que me deixou muito feliz, imagina uma moça de vinte dois anos conseguir o primeiro emprego, numa empresa muito famosa, trabalhar diretamente com o famoso Raul Bertolazzi, um empresário e economista muito famoso, e receber um elogio dele é o ápice do profissionalismo.   Faltando apenas dez minutos para encerrar meu expediente, corro no banheiro, ajeitando a maquiagem, arrumando minha bolsa, para ir para faculdade, fique tão ocupada com meu trabalho que tinha até me esquecido do bendito Hugo, respirei fundo e indo para a faculdade com a van que me pegava na porta da Coopercol, USP o sonho de muitos, mais poucos conseguiam entrar e aqueles que tem dinheiro o suficiente, brincavam o tempo todo, as aulas passaram a passos de tartaruga, estava na aula de economia agora, com o professor falando mil e umas coisas, mas sinceramente não consegui pegar uma palavra, minhas mãos soavam, meu coração acelerava, faltava menos de dez minutos para o intervalo, e logo Hugo estaria na porta da faculdade, me assustei quando o professor, disse que poderíamos nos retirar, que queria para a próxima aula, uma redação, baseada em um grande economista, seria fácil trabalhava diretamente para um, então, tenho certeza que ele se disponibilizaria a me ajudar como sempre, Raul era um bom chefe não podia reclamar dele, nunca me atrasava, ou me sobrecarregava demais, dizia que o estudo sempre em primeiro lugar, conforme ia andando pelos corredores em direção a porta de entrada, meus saltos fazendo o toc toc no chão, sinto um braço segurando em meu pulso firme, viro para trás dando de cara com André, reviro os olhos, ele é um chato, mas tenho que admitir muito lindo, mas filho de pais podres de rico, e muito play boy para mim, rodeados das mais lindas meninas da faculdade, Porque tem que ficar em cima de mim?   -O que quer André? -Caroline, está muito linda hoje, que tal irmos lanchar na praça de alimentação, sabe que sou afim de você a anos e nunca me deu bola. -André, já disse a você, não me agrada, e tenho outro foco no momento. -Você se acha demais Caroline -Não me acho, simplesmente não estou afim de ficar com alguém no momento, quem sabe um dia. -Jura -Quem sabe André, quem sabe!   Vi ele socando o ar em comemoração, rir baixinho e fiquei sorrindo, desde que entrei na faculdade ele fica atrás de mim, já até pensei em ficar com ele, mas acabo que desisto, ele cursa jornalismo, então nos encontramos em algumas aulas que temos em comum, como economia, estudos sociais, saio na porta e vejo Hugo parado em seu carro em pé, olhando fixamente aqui para dentro ele me vê e abre um sorriso, tinha umas meninas babando nele de longe, e rindo, infantis, mas ele só me olhava o que estranhei, desci rapidamente com minha bolsa em minhas costas, o vendo vindo até a mim, quando as meninas viu ele próximo a mim, fez uma cara de decepção, queria gritar” podem ficar à vontade ele não é nada meu”.   -Boa Noite Caroline -Boa noite Hugo, só temos dez minutos então seja breve. -Impossível, o que tenho que conversar com você levará mais tempo, que dez minutos contados. -Então sinto muito, não poderemos conversar. -Não esqueça que sou seu patrão! -Ele falou sendo ríspido, uma raiva me inundou, nunca o vi, e vem me dar ordens, por favor! -Não, o meu patrão é seu Raul Bertolazzi, e mesmo se fosse ele que estivesse aqui, falaria a mesma coisa, meu expediente acabou a três horas atrás, aqui sou só Caroline, não funcionária da Coopercol, então me poupe de seu argumento tosco.   Ele me olhou surpreso e deu um sorriso de lado, e levantando os braços em rendição.   -Contudo, minha próxima aula, não precisa ser necessariamente ser assistida, e escuto o queres falar comigo, mas porque eu quero, não por que tentou impor sua vontade -Ok Caroline, onde quer ir? -Onde tenha comida, estou faminta.   Ele riu, indo em direção ao seu carro, o acompanhei seja o que Deus quiser, entrei em sua ranger rover, e saindo dali ele parou em um MC Donald, o olhei, até surpresa por sinal, não esperaria ele me trazer para comer um simples lanche, nada muito luxuoso e extravagante.   -Estou com vontade de comer lanche, se importa? -Não, também gosto-Entramos sentamos em uma mesa perto da janela, ele pedindo para ele um X-Bacon, e um Milk shake o acompanhei no mesmo pedido.   -Então Caroline não sou homem de enrolações, vou direto ao ponto, case-se comigo?   Estava comendo uma batata, engasguei na hora, olhei para ele e cai na gargalhada, só que ele estava sério mostrando que não estava brincado.   -Como?  Você acabou de pedir em casamento? Por acaso usa drogas? Nem lhe conheço, e acho que para pessoas se casarem, existe algo chamado namoro, noivado, então assim chegar ao altar. -Falo sério, preciso de uma noiva para ontem, então, acho que você se encaixa ao estilo de esposa que preciso no momento. -Hugo isso não tem graça, é claro que é não. -Eu pago bem- Na hora o olhei, me senti suja e imunda, como ele se atrevia falar algo desse tipo para mim, não estou a venda, ele podia ter a mulher que quisesse, para que fazer uma falta de respeito dessa. -Você enlouqueceu? Como assim paga bem? Pensa que sou uma p****************o? Você é pior do que pensei, com licença vou embora. -Fica Caroline e me escuta, só escute. -Esse absurdo, podemos ficar a noite toda aqui, minha resposta ainda será não. -Esse casamento seria por contrato, você teria seus benefícios, e eu os meus, o meu pai quer que me case, ou me deserda, e eu preciso de uma noiva que o conceito dele aprove, e você seria apropriada para isso.   Continuava pasma, casamento, e por contrato? Definitivamente isso é o fim do mundo, onde está o romantismo?   -Te daria uma empresa, quando chegasse o fim de nosso casamento, passaria para seu nome, e ...   Aquilo já estava indo longe demais, não queria ouvir mais uma palavra que saia daquele ser desprezível.   -E achou que poderia me iludir com riqueza?  Sinto muito Hugo, essa não sou eu, não ligo a mínima para dinheiro. - E vai sobreviver como? - Ele perguntou com ar de superioridade. -Como milhares de brasileiros, trabalhando e ganhando seu pão. -Ganhando o quê, mil e pouco por mês, é isso que quer? -Sim, é o suficiente para ter o arroz e feijão no prato, para quer querer mais? E só por curiosidade, esse casamento seria por quanto tempo? -Tempo indeterminado-Ele disse sério, me olhando, só tive vontade de rir.    Não me contive e rir, peguei minha bolsa, abrindo minha carteira joguei uma nota de cinquenta reais em cima da mesa   -Boa Noite Bertolazzi, tenha um bom apetite- Saí daquele lugar horrorizada, peguei um ônibus que passava naquele momento, indo para minha casa, sabia que minha mãe estranharia chegar mais cedo do que de costume, mas depois dessa, não teria como voltar para a faculdade, estava soltando fogo pelos olhos, ele não tinha direito de falar isso comigo, queria dar soco nele, até ele perder a consciência, eu não estou a venda. (...) Acordei no outro dia, ainda com raiva, tomei um banho frio, mesmo com a temperatura ambiente não estando agradável, trabalhei de cara fechada, se ele se atrevesse aparecer aqui seria capaz de perder meu emprego, mas que o dava um tapa eu daria, garoto atrevido, fui para faculdade, aulas normais, como sempre, ao sair as dez, André estava conversando comigo enquanto minha van não chegava, quando olhei para a frente, congelei, ele estava ali, encostado em seu carro, de braços cruzados , uma jaqueta de couro, calça clara, e tênis vermelhos, cabelos loiros, em um topete, seus olhos azuis, procurando algo entre os alunos, provavelmente a mim, quando ele olhou em minha direção, virei meu rosto fingindo que não o vi, e tomei uma atitude inesperada, que nunca pensei que faria algum dia.   -André me beija- Ele me olhou assustado -Como Carol? -Me beija, anda, me beija.   Sem esperar ele laçou minha cintura, tomando meus lábios para si, em um beijo calmo, senti sua mão adentar meus cabelos, apertei minha mão em seu quadril, nervosa, com medo que mesmo assim Hugo chegasse para interromper, o beijo tinha ganhando mais urgência, terminando com selinhos, André colocou sua testa contra minha.   -Como esperei por esse dia, e foi melhor do que imaginava Caroline. Comecei a me sentir m*l, o usei para livrar de um, que não adiantou bosta nenhuma, ele ainda estava me olhando fixamente, dei um sorriso sem vida para André.   -Preciso ir André minha van acabou de chegar. Me surpreendi com outro beijo - Me deixe te levar, assim ficamos mais um pouco. -Outro dia ok Ele assentiu me dando um outro beijo, corri para minha van, Hugo me olhou dentro olhos, lhe dei um olhar mortal, ele não se atreveu a chegar perto de mim.   Pov. Hugo Bertolazzi   Caroline realmente tinha uma índole intocável, vi o tanto que aquilo a irritou e a deixou chocada, mas não iria desistir, era dela que precisava, só assim meu pai, não me ligaria centenas de vezes ao dia insistindo nessa loucura, fui para casa ainda pensativo como fazer ela aceitar ser minha esposa, tomei minha decisão, voltaria a faculdade amanhã, tentaria conversar com ela.   (...)   O dia passou devidamente rápido, não sei se é porque queria logo ver a Caroline, mas quando me assustei já se passava das nove, tomei um banho rápido, entrei em meu carro, chegando em sua faculdade, vendo alguns alunos, como adorava essa época, tinhas umas meninas se cutucando me mostrando, era bom saber que por onde passava atraia atenção, mas meu foco era laçar uma garota difícil demais, teria que pensar com a cabeça de cima, em vez da de baixo, pelo menos por enquanto, varria aquele local com meus olhos, atrás dela, e a vi conversando com um rapaz, se não me engano era André filho dos Campos, importantíssimos advogados, na minha classe social, conhecia os grandes, aquele garoto era um cismado a gotoso, nossos olhares se encontraram por segundos, ela virou rapidamente, fingindo que não tinha me notado, sabia muito bem identificar isso em uma mulher, ela falou algo com aquele rapaz, e logo estava o beijando, me surpreendo, não n**o, apesar de ter só vinte e três anos, tinha experiência, sempre vivi com mulheres, sei a atitude de cada uma, e esse comportamento de Caroline , era auto defesa, achou que usando o bobo do André, me afastaria, nem me importo, ela é solteira, ela veio marchando em minha direção, me jogando um olhar bravo, o que comprovava minha teoria, ela só queria me afastar, deixei ela ir, ela irá se arrepender de ter tentado me fazer de bobo, não queria fazer isso ,mas ela que pediu, que arque com as consequências. Amanhã Caroline, você não perde por esperar.  
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