MAYA NARRANDO A madrugada já tava virando manhã e eu ainda tava no gás, com a cara quente de gin, o pé doendo da Havaiana arrebentada, mas com o coração leve — leve e vagabundo como nunca. O bar de frente pra praia fervia. As luzes piscando de leve, o som do DJ tocando um batidão gostoso, e a brisa do mar batendo na pele queimada de sol. Eu já tinha dançado tudo que tinha pra dançar, rido tudo que dava pra rir, me jogado no chão umas três vezes com o copo na mão e o peito saltando do top minúsculo. As meninas estavam todas espalhadas, cada uma no colo de um, rindo, trocando ideia, curtindo, como se o mundo fosse só aquele momento. E eu? Tava ali, encostada no balcão, pedindo outra dose, quando ele chegou. Moreno, alto, cara de malandro do bem, sorriso de canto e uma voz rouca que dava

