MAYA NARRANDO Búzios recebeu a gente com aquele cheiro de maresia grudando na pele e vento bagunçando cabelo. A pousada era simples mas charmosa: muralhão branco com bougainville lilás escorrendo, piscina azul piscina mesmo, não tanque de criança. A Julinha largou a mochila no chão do quarto dando pulinho de euforia: — Mano, conseguimos despistar geral! Meu irmão perguntou onde eu tava e eu: “sítio em Itaguaí, véi” — gargalhou. — Menti na lata! — Rainha! — eu agradeci, abraçando ela. — Nem polícia acha a gente agora. Ana já abriu a geladeirinha do frigobar: — Tem energético e gin, bora começar? Ninguém pensou duas vezes. Em dez minutos estávamos todas na piscina de biquíni mínimo, fio dental cavado, corpo brilhando de protetor e pecado. O céu cor‑de‑rosa de fim de tarde refletia na á

