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intro-logo
Blurb

Natsu estava ciente de que aquilo iria acontecer uma hora ou outra, mas ver Lucy entrando em trabalho de parto foi mais do que o suficiente para deixá-lo em pânico. Desde o início, os médicos deixaram claro que a gravidez era de risco. Mesmo assim, a loira quis levá-la até o fim para realizar o sonho de ser mãe.

Agora, tudo o que Natsu podia fazer era pedir aos céus que tudo acabasse bem e que aquela noite de Natal tivesse um final feliz.

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Único - Do sonho ao pesadelo
“Vamos conseguir, não é, Natsu?” Naquele momento, Natsu não soube o que responder. Sua esposa segurava sua mão com tanto carinho e o encarava com tanta paixão que ele acreditou que realmente conseguiriam e aceitou o desafio. Era a melhor notícia de suas vidas, ou era a pior? Ele não sabia, mas naquele exato momento, a resposta de sua amada era a única coisa que sua mente bagunçada consegue perceber. Há oito meses que ele se preparava para aquele resultado. Há quatro meses que ele se preocupava com os riscos. Há quatro meses que ele e Lucy decidiram que aquela era a última chance e que valia a pena tentar. Porém, naquele momento, o que um dia chamaram de milagre estava se esvaindo como farelo diante do homem que se encontrava derrotado naquele piso de cerâmica do Hospital de Fiore. *** Natsu Dragneel era um homem de estatura alta, olhos verdes e cabelos estranhamente róseos, que viu sua vida mudar no dia em que pediu sua namorada em casamento. Sabia que, antes dela, ele era apenas mais um homem dominado pelo padrão de vida normal. Sua rotina como um estudante comum ameaçava seu futuro; provavelmente, ele cairia na mesmice e se tornaria um trabalhador comum. Mas Lucy Heartfilia o permitia sonhar. E, com ela por perto, ele sempre sonhava mais alto. Isso desde o dia em que se conheceram no parque central, quando Natsu ajudou-a a levantar após cair por conta da manobra que fez com os patins para tentar desviar dos pássaros que estavam no passeio. Ela riu da própria queda, e Natsu, apesar de achar tal atitude incomum, se deixou contagiar por ela e sua gargalhada estranhamente adorável. Desde então, ele não conseguia mais ficar sem o sorriso puro de Lucy. A mulher de estatura média, longos cabelos loiros e olhos castanhos, brilhava constantemente no coração apaixonado de seu amor, até o dia em que finalmente se tornaram um. Dizem que o amor acaba ou cai na rotina com o tempo, mas sempre que o deles vacilava, conseguiam, de alguma forma, por mais simples que fosse, mantê-lo de pé. E foi assim desde que a vida sorriu para eles e os fez se encontrarem. Natsu não negaria, casou ainda jovem por medo de a perder, e isso porque, assim que terminou a universidade, uma oportunidade de emprego surgiu e era difícil uma outra oferta ser melhor que aquela no momento. O único problema era ter que morar em outra cidade. Desse jeito, não só deixaria de ser dependente dos pais, como também poderia construir seu próprio lar. Mas, nesse caso, ele também perderia seu coração. Sua mãe nunca o deixou ser livre antes; no entanto, até ela queria que ele aceitasse aquela proposta tentadora. Talvez por ser mais uma tentativa de afastá-lo da Heartfilia, que, de acordo a ela, era uma garota incrível, mas por ser mestiça e não seguir todas as tradições de sua cultura, não era a certa para seu filho. A mais velha só desistiu de tentar afastá-los quando seu filho anunciou todas as decisões tomadas, dentre elas: o pedido de casamento que faria. Agora, Natsu e Lucy Dragneel tinham um lindo casamento de sete anos. Mas a história não acabou por aqui. *** Lucy sempre teve um desejo especial em ser mãe, mas esperou o momento certo, e o homem certo para isso. Com o tempo, conheceu Natsu e agradecia constantemente aos céus por ter entendido que ele era a pessoa certa. Ela preferiu esperar que Natsu estivesse pronto para ajudá-la, sendo o pai de seu futuro filho, principalmente porque seu coração apaixonado não enxergava ninguém além do Dragneel, mesmo com todas as dificuldades que passaram durante a fase do namoro. Felizmente, tudo sempre se resolvia porque os dois estavam imersos naquele sentimento. Ela admitia, que mesmo estando tão apaixonada e sonhando alto, com ele ao lado, não esperava pela proposta de casamento feita por ele. Com seus vinte anos de idade e faculdade inacabada, seus pais afirmavam que era cedo demais para aquele passo; no entanto, ela não queria perdê-lo. Por isso, assumiu os riscos e aceitou acompanhá-lo para o resto da vida. A loira deixou seu desejo de ser mãe de lado até conseguirem estabilizar suas vidas naquela nova cidade. Eram só os dois e, quando o cenário estivesse montado, seriam três, quatro, ou cinco se quisessem. Eles decidiriam juntos quando estivessem prontos. Mas, com quatro anos de casados, uma casa própria, emprego fixo e uma vida s****l ativa, os dois decidiram que estava na hora de dar aquele passo. Natsu nunca pensou em tudo aquilo antes; isso era certo, mas a empolgação de sua amada o deixava igualmente empolgado. Sim, ele estava ansioso para ser pai! Contudo, um sonho facilmente se transforma em um pesadelo quando as coisas não saem como planejado. Após dois anos tentando, Lucy não engravidava, e isso a afetava de um jeito que Natsu não imaginava. Ele podia contar nos dedos as vezes que encontrou sua esposa triste por mais um teste negativo, ou as vezes em que chegou em casa e a flagrou chorando. No início, ele pensava que estava fazendo algo errado, por isso ela não o contava o que realmente seu coração inquieto escondia. Bastou uma noite para perceber que, na verdade, a loira era pressionada pelos próprios pais por não os dar netos. Mas não era apenas culpa deles, quem incumbia ideias erradas aos Heartfilia era justamente a mãe do Dragneel, que acreditava ser um absurdo ainda não terem um neto. Ela até questionou se a loira poderia gerar um filho, e isso afetava o estado emocional da mais nova. Na época, o casal brigou por todas as mensagens recebidas e escondidas pela loira, que, infelizmente, caiu no jogo da Dragneel e quis separar-se para não mais fazê-lo m*l. Ser mãe era o seu desejo e, graças a ela, seu marido encontrava-se tão ansioso quanto ela para ser pai. Ou seja, graças a ela, ele sofria. Mas o amor venceu novamente, quando, insistentes como eram, se acalmaram, se consolaram e conversaram. Existiam várias formas deles tornaram-se pais e a adoção foi a forma sugerida pela psicóloga que os dois passaram a consultar. A outra forma era o tratamento que iniciaram com Juvia Fullbuster, que tornou-se médica e amiga do casal. De acordo com a mulher de cabelos azuis, seria muito difícil o casal ter filhos por conta de um problema que Lucy tinha, mas que com o tratamento as chances aumentariam. Natsu não pensou duas vezes antes de apoiar a decisão positiva de sua amada, os dois abraçaram aquela hipótese com toda a força que tinham, e, em oito meses de tratamento, finalmente Lucy estava grávida. Ironicamente, nem ela mesma percebeu por conta dos efeitos dos remédios, mas, quando Natsu se questionou sobre as dores que a esposa sentia nas costas e o volume um pouco visível na barriga dela, eles correram para o hospital. Após alguns testes, a obstetra deu-lhes a boa notícia: Lucy estava com seis semanas de gravidez! Com isso, os dois conseguiram um pouco de paz. Suas famílias não os incomodavam mais, e Lucy estava genuína. Finalmente seu desejo se realizaria e os três seriam uma família feliz. Mesmo com insistências alheias, o casal se recusava a saber o s**o do bebê. Eles queriam que fosse uma surpresa, principalmente porque não importaria o gênero, eles amariam seu bebê de toda a forma. Na verdade, já o amava mesmo antes de concebido, afinal, ele ou ela, era o sonho deles há algum tempo. Juvia era a única que sabia tudo sobre aquele feto em desenvolvimento, principalmente porque tinha que cuidar da saúde dos dois, mãe e filho. Não contava nem mesmo para seu marido, que, coincidentemente, tornou-se amigo do Dragneel. Gray e Juvia Fullbuster, eram casados há dez anos. Os dois eram iguais ao Natsu e a Lucy, contavam tudo um para o outro e eram inseparáveis mesmo com a rotina conturbada causada pelo estresse e pelo trabalho. Mas, ao contrário dos Dragneel que casaram “cedo” e seriam pais de primeira viagem, eles casaram com vinte e cinco anos e teriam o seu terceiro filho. Por serem tão inseparáveis, o moreno sempre esperava por ela na porta do hospital com o objetivo de voltarem para casa juntos. Sua especialidade era a pediatria e, com sorte, conseguiu trabalhar no mesmo hospital que sua mulher. De vez em quando, cruzava com Natsu pelos corredores do hospital enquanto o homem dos cabelos estranhamente róseos esperava sua esposa sair da sala de sua psicóloga e sem perceberem, os dois tornaram-se amigos. Uma amizade que começou com conversas e conselhos sobre crianças e gravidez, nos corredores, tornou-se muito mais firme quando Juvia os apresentou formalmente. Natsu e Lucy estavam felizes, eles realmente teriam uma família feliz como desejavam. Mas a história realmente não acabou por aqui… No início da vigésima semana de gestação, Lucy acordou com os pés e as mãos inchadas, o que fez com que seu marido se desesperasse. Eles correram para o hospital e foi lá que receberam a notícia que os levou até aquele momento. De acordo com a obstetra, a loira tinha uma complicação chamada de pré-eclâmpsia. Juvia explicou que era uma complicação que aparecia durante a gravidez e que poderia ser resultado de pressão arterial elevada ou de concentrações elevadas de proteínas na urina. Nenhum dos dois entendia nada de medicina, por isso esperaram a calma explicação da médica. Os dois estavam cientes dos riscos, mas já haviam passado por muito, então, mesmo com a dúvida constante, ele viveu os meses seguintes acreditando na determinação de sua amada e cuidando dela. Lucy continuou suas consultas e medicações, foram poucas vezes que ela se alterou ou fez esforços desnecessários, e tudo porque a saúde de seu bebê era o mais importante para ela, e a saúde dos dois, era o mais importante para o Dragneel. E era por isso que Natsu não soube como reagir naquela linda noite de natal. A probabilidade de seu filho nascer uma semana após o Ano Novo era alta. Por isso, seus pais estavam a caminho para passar as semanas seguintes com eles. Mesmo com os pedidos frequentes do casal, seus pais queriam aproveitar a véspera de Natal e Ano Novo como desculpas para acompanhar tudo de perto, mas a nevasca impediu o avião de decolar na hora certa, então não sabiam que horas chegariam, ou se chegariam mesmo no dia. Estava tudo bem antes daquela notícia, principalmente porque o homem dos cabelos róseos não queria que sua mãe afetasse a loira com as mesmas chantagens emocionais que o prenderam e oprimiram por tantos anos, mas sem que nenhum deles esperasse, Lucy entrou em trabalho de parto. Sim, eles já esperavam aquele momento, e Natsu teve tempo mais que suficiente para se preparar para aquele cenário, mas a reação não foi a que tanto planejavam. O bebê estava vindo, duas ou três semanas antes do esperado, e mesmo com a presença dos amigos, ele entrou em pânico, principalmente quando a loira alertou que não conseguia mais respirar ou enxergar nada. Felizmente, Gray e Juvia agiram rapidamente e agora tentavam acalmar o Dragneel, tudo o que conseguiram foi erguê-lo do chão após o médico alertar que a situação em que sua amada se encontrava era delicada. Natsu teria que escolher. E ele somente poderia escolher um dos dois, ele poderia escolher entre salvar Lucy, o amor de sua vida, ou salvar o seu bebê, que era o sonho e o milagre dos dois. E tudo em plena véspera de natal. Por um momento, quis encontrar os culpados de toda aquela confusão, pois em sua cabeça, toda a pressão que receberam dos pais para terem um filho fizera com que sua amada passasse m*l, mas de nada adiantaria. Seus sentimentos pelos dois sempre foram os mais puros e sinceros, então não os mancharia nem mesmo por conta da dor. Lucy e seu filho mereciam somente o amor e, por isso, manteria a fé neles. Manteria a fé até mesmo nos médicos e enfermeiros que cuidavam dos dois durante a cesariana que agora acontecia com o monitoramento de Juvia. E manteria a fé na oração que Gray fazia com ele. Uma hora se passou, e Natsu não tinha notícias dos dois. Duas horas se passaram e ele ainda suplicava aos céus que tudo terminasse bem naquela noite de Natal. Mais dois minutos se passaram, e junto as badaladas dos relógios anunciando a meia noite, Natsu sentiu suas lágrimas caírem. Não conseguia entender o porquê delas caírem, mas sentia que todo o medo que ocultou em seu interior desde o momento que soube que a gestação de sua esposa poderia terminar em uma tragédia, estava sumindo com elas. Talvez por ser pai de primeira viagem, ou talvez porque implorou que salvassem os dois, mas ele sentia que se perdesse um deles, uma parte sua também se perderia. Por isso, e por todo medo de perdê-los, ele chorou, e chorou copiosamente, como nunca antes. Ele tremeu, da cabeça aos pés, e não parava de tremer. Ele até mesmo parou de respirar por longos segundos, porque todos os medos que teve durante aqueles meses, nunca se comparariam ao pânico que agora sentia. A porta da sala de cirurgia abriu-se e de lá saiu uma Juvia exausta e com uma expressão triste. Gray levantou de imediato para avisar que iria atrás de um calmante para o amigo que provavelmente passaria muito m*l aquela madrugada, mas Juvia pediu que ele aguardasse. Com a enorme barriga de seis meses, sentou-se ao lado do Dragneel que nada além de suas próprias orações ouvia. Dia vinte e cinco de dezembro, meia noite e seis minutos da madrugada. “Eles estão bem…” Era tudo o que Natsu precisava ouvir para abraçar seus amigos com toda a força do mundo e agradecer mais uma vez aos céus. Dia vinte e cinco de Dezembro, as badaladas dos relógios anunciaram meia noite, a hora em que nasceu Nashi Dragneel. Dia vinte e cinco de Dezembro, meia noite e três minutos, a hora em que nasceu Lucky Dragneel. Dia vinte e cinco de Dezembro, meia noite e dez minutos, a hora em que Natsu conheceu seus filhos gêmeos. Dia vinte e cinco de Dezembro, doze horas e trinta e cinco minutos. Finalmente, Natsu e Lucy tinham a família que tanto desejavam. Lucy finalmente era mãe, e Natsu podia vê-la genuinamente feliz, sem preocupações ou pressões, e devia isso a quem os apoiou naquela difícil fase. Ele ainda agradecia aos céus, por seus milagres de natal, embora eles realmente merecessem tamanha felicidade.

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