Anne e Ester passaram para o resto da manhã ali, até que Samanta entrou na sala.
- Recebe uma ligação, uma mãe diz que sua filha desapareceu há três dias, pelas descrições combinadas com a última vítima.
- Vamos dar uma olhada. _ Ester olha para Anne que apenas assente.
- Vou ficar aqui, ainda falta três, não se preocupe.
- Está bem.
Então Ester pega sua arma e coloca na cintura, depois vai até a legista e beija seu cabelo loiro no topo da cabeça.
- Voltamos com novidades.
Uma loira diz e vai sair, Samanta analisa a situação, queria que ela se despedisse da forma de mulher, mas que tinha calma, por isso sai sem dizer nada. Anne respira fundo e volta a analisar os papéis, ela pode aterrorizar vendo como imagens daquelas mulheres. Os casos de 2013 eram anteriores, já que as mulheres eram torturadas, mas o corte na barriga e as marcas de dedos eram iguais.
- Eu vou pegar você, eu juro que vou!
Ela continua analisando todos os documentos e fotos, então na segunda vítima atual, percebe algo, coisa que não deveria ter acontecido no passado. Antes de pensar em uma descoberta, quando uma porta é aberta e como duas mulheres entram, éster fica sentado ao seu lado e Samanta vai até o outro lado pegar um copo com água.
- Alarme falso, uma filha há dez anos e estava na casa de praia de um cara que estava transando.
- Jovens! _ A ruiva fala.
- Eu encontrei algo. _ Como duas mulheres prestam atenção na loira. - Olhem isso. _ Ela entrega uma foto para as duas que analisam.
- O que tem? Essa é a segunda vítima atual. _ Ester questiona.
- Sim, mas olhem para como roupas. _ Como duas voltam a olhar.
- p**a merda, como eu não vi isso antes? _ Éster se xingava.
- Está sujo de sangue, por isso não dava para o direito.
- Certo, então vamos ligar para uma loja. _ Sam fala e Anne concorda.
- Mas eu penso em outra coisa. Vamos lá, essas mulheres estavam mortas em algum lugar, sem serem sinalizadas de tortura e sem recuperação de pessoas desaparecidas, com suspeitas de serem consideradas indevidamente, talvez outra cidade ou até outro Estado, mas ainda assim, saberiam algo.
- Qual a sua teoria? _ Samanta pergunta, de modo sério, dando lugar ao profissional.
- Moradoras de rua. _ As duas mulheres arregalam os olhos.
Pensem. Todas as três pessoas estavam vestindo roupas novas, roupas que com certeza acabaram de ser compradas, essa etiqueta é uma prova disso. _ Ela aponta para uma foto, uma das calcinhas das ameaças ainda estava com etiqueta. - Pode ser prostituta também, mas até isso é sistematizado pelos cafés em Miami, se as mulheres estiveram com sono, elas estão se deteriorando atrás, sabemos que em todo lugar tem pessoas que lidam com esse tipo de pessoa, depois se desfazem dessa maneira, só nos resta como moradoras de ruas.
- Faz sentido. _ Ester se manifesta.
- Vamos por partes. _ Samanta estava ali como um agente treinado. - Se sua teoria estiver certa, é fácil descobrir, existem alguns abrigos próximos de onde os corpos foram encontrados.
- Vocês deveriam investigar, sabemos que são pessoas, mas sem familiares, que vivem à margem de qualquer lei, é um alvo perfeito. _ A legista fala.
- Certo, vamos fazer isso. _ Samanta disse. – Ester, pode investigar quantos abrigos tem em uma margem de vinte quilômetros de onde os corpos foram encontrados?
- Sim, volto já. _ Então sai, deixando as duas sozinhas.
- Você sempre é perfeita.
- Obrigada, eu... Eu vou para minha sala.
- Anne, espera. _ A ruiva segura seu braço antes de sair da sala. – Podemos.... Podemos nos ver hoje?
- Sam, não vamos fazer isso, eu já disse.
- Ei, eu só quero conversar, colocar o papo em dia, saber como vocês está. _ A loira analisa os olhos verdes da ruiva que sorria, e p**a merda, aquilo era golpe baixo.
- Estarei no bar de sempre.
E sai, deixando a agente contente com a resposta, mas ao mesmo tempo preocupada, bar, mulheres, apetite s****l, do mesmo jeito que aquela noite pode acabar bem, pode ser um baita desastre.
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Samanta entra no local, estava deserto, era um grande salão com vários colchões no chão. Ela chama, logo uma senhora aparece com um sorriso no rosto.
- Olá, em que posso ajudar?
- Boa tarde, senhora, sou a agente Hamilton, gostaria de fazer umas perguntas. _ A ruiva diz mostrando o distintivo.
- Oh, claro, vem, vamos sentar ali. Estou preparando o jantar, daqui a pouco todos eles chegam e isso aqui vira uma zona. Me chamo Marta, cuido desse lugar há vinte anos, sente-se, sente-se.
Elas logo estão na cozinha, a senhora já de cabelo grisalho usava um vestido florido e por cima um avental, de fato preparava a comida.
- Em que posso ajudá-la, agente?
- Gostaria de saber se você conhece essas mulheres.
Samanta coloca as três fotos em cima da mesa. A senhora enxuga suas mãos no pano que estava em seu ombro e analisa as imagens.
- Não, mas, oh, meu Deus, elas estão mortas?
- Sim, na verdade foram assassinadas. Olhe bem, senhora, tem certeza que elas nunca vieram aqui? _ A ruiva insiste.
- Desculpe, agente, eu não posso dizer com certeza, aqui vem muitas pessoas, algumas já são frequentes, vem todos os dias, comem e dormem, outras só por uma noite ou uma semana, elas poderiam sim ter vindo, mas não que eu me recorde.
- Certo, entendo.
- Desculpe não poder ajudar muito. _ A idosa diz desapontada.
- Tudo bem, você cuida desse lugar sozinha?
- Sim e não, tem meu sobrinho, ele costuma me ajudar durante o dia, tem também o Brad, ele é um morador de rua que sempre vem aqui, deve estar aparecendo por aí.
- Entendo, Marta, eu poderia vir aqui pela noite para fazer algumas perguntas a eles?
- Claro, eu não falo por eles, agente, apenas os ajudo.
Samanta sorriu e depois se despediu. Até então só poderia dizer que a mulher pareceu sincera, mas sempre desconfiaria de tudo, é uma lição da vida policial. Depois de sair e entrar no carro, recebe a ligação de Ester, a investigadora também não teve sorte, porém ainda teriam dois abrigos para irem no dia seguinte, agora a ruiva só conseguia pensar em uma coisa, ou melhor, uma pessoa, Anne Simons.