O dia D

2004 Words
Ainda com fome, confusa e nos arredores do hospital, do lado de fora, no momento em que se aproximava da viatura, Mariana recebe uma ligação de Bruno. — Magrela, rápido, vem para o Porto, consegui localizar o navio de Containers com todas as obras que o Ladrão de Quinquilharias tem! — COMO ASSIM? — exclamou Mariana. — Anda, sai do hospital e corre pra cá! — Pode deixar! — Suspeito que ele vai usar um desses navios para fugir do país, assim como Carlos disse, precisamos de apoio, com o advento daquela maldita bomba, nem todas as viaturas da Polícia estão de pé, então corra pra cá, precisamos de apoio tático e você é a líder. – disse Bruno. Mariana encheu o peito de vontade. — Chego aí em três minutos no máximo, eu ainda estou equipada! – respondeu Mariana. “Agora ele não me escapa”. — imaginou. Por ser uma das principais Cidades do Mundo e ficar numa região costeira de seu país, o Rio de Janeiro possui ao menos oito portos importantes, vale destacar o Porto do Açu, Porto de Angra dos Reis, o Cais do Valongo, Porto do Forno, Porto de Guaíba, o Porto de Itaguaí, bem como o Porto de Niterói. Mas não há dúvidas de que o mais notável é o Porto do Rio de Janeiro que fica em sua capital. O lugar é compreendido em parte do Centro, Gamboa, Saúde, Santo Cristo e do Caju. Também é denominado de Porto Maravilha ou simplesmente de Zona Portuária. Tudo funciona as mil maravilhas, mas a verdadeira verdade é que a polícia, seja ela Militar, Civil ou Federal, não consegue gerir ou ministrar e administrar uma área tão grande como essa. — Sim, quero todos os homens reforçando os outros Portos, obrigado Senhor. — comentou Carlos. — E então? — perguntou Bruno. — Não há dúvidas de que ele pode estar assustado e que irá fugir, mas precisamos nos manter atentos aos outros portos. — expôs. — Mas ainda assim, como todos os roubos foram na Capital, é muito mais fácil fugir por aqui, afinal de contas, temos bloqueios em todas as estradas e os aeroportos são muito bem vigiados, aqui ainda é a melhor das opções para aquele canalha fugir. — esclareceu Mariana que acabou de chegar. Os três se cumprimentam e seguem para o plano que Carlos traçou. “Você não passa de hoje”. — pensou Mariana. “Que tudo dê certo”. — imaginou Bruno. “Espero que ninguém morra”. — analisou Carlos. Via imagens aéreas, a Polícia Civil sabe que do lado de dentro do Navio, alguns homens armados com AK-47 fazem a segurança de um Container em específico, mas é do lado de fora, pouco distante do píer, que a brincadeira começa, com Carlos interrogando o dono do navio dentro da viatura. Do lado de fora, temos Bruno com sua equipe apaisana, sem muitos armamentos e do outro lado, um pouco mais próximo do navio, está Mariana com sua equipe de Apoio Tático, bem mais equipado e pronto para o que der e vier. No rádio, um dos policiais apaisana que estava numa das máquinas pesadas que carrega containers, alerta. — Bruno, consigo ver do outro lado do píer, saindo de um Jeep, um homem com quatro seguranças, fora o motorista apareceu. — Muito bom 06, este deve ser o manda chuva, o deixaremos entrar. Bruno repassa o que seu subordinado viu para Mariana e Carlos por mensagem de texto. O Manda Chuva que saiu do Jeep, olha um pouco o local. — O Porto Maravilha é lindo, não é mesmo homens? — riu. Ele entra no navio, seguindo em direção ao seu Container muito bem protegido. Um drone tirou fotos do Manda Chuva e enviou para Carlos que logo repassou para o dono do navio. — Conhece esse homem? — questionou Carlos. — É ele! — Ele? — É o Ladrão de Quinquilharias! — Como tem tanta certeza? — Para se exibir, ele mencionou os casos para mim e me mostrou as obras de arte. Ele queria alugar o navio com tudo por um dinheiro alto, mas eu recusei, logo após, ele ordenou que um de seus homens de confiança me seguisse para cima e pra baixo. — É aquele que prendemos antes de você denunciar? — perguntou. — Sim! É o que vocês prenderam quando me trouxeram para interrogatório, pode confirmar com ele. – respondeu o dono do navio. —Tragam o outro, o segurança desse animal aqui. – ordenou Carlos. Por incrível que pareça, o homem de confiança estava calmo. – Esse aqui que é o chefe de vocês? Esse é o Ladrão de Quinquilharias? – questionou Carlos. Ele olha para a foto do celular, encara o dono do navio e o Carlos. — Eu já vi isso nos filmes, se eu não falar nada, vocês não podem fazer nada. “Maldita Netflix”. — pensou Carlos. — Mas como estou aqui, quero que aliviem minha barra, quero ser fixado por tentativa de assalto e porte ilegal de arma. Tudo bem? – negociou. Carlos não pensou duas vezes para falar que estava tudo bem. “É melhor um desses psicopatas a menos nas ruas”. Vendo que estava protegido, o homem balança a cabeça positivamente. Carlos pega o rádio e fala com Mariana e Bruno ao mesmo tempo. — Temos a confirmação visual do dono do navio e de um dos seus homens de confiança. — O que quer que eu faça? — questionou Mariana. Ela estava salivando de raiva enquanto Carlos engolia a seco. — Bruno, se aproxime com seus homens rapidamente, não deixem as armas a mostra, quero tudo bem rápido. Mariana, mesmo tendo mais armamento, certamente não sairá ilesa, principalmente se eles reagirem. — E eles sempre reagem. — comentou Bruno. — O que faremos? — voltou Mariana a questionar. — Espere que Bruno se aproxime e ao sinal dele... Pode... Pode agir, está tudo certo! Mariana que já havia entrado no navio, esperou o dito e o feito, Bruno então, logo se aproximou do navio com sua equipe. — Hora do Show! — disse no rápido para Mariana. Mariana põe a cara com o apoio tático, chegando de surpresa. — POLÍCIA CIVIL! MÃOS PRA CIMA! — exclamou. Mas é lógico que os bandidos lhe cumprimentam com tiros, mas o apoio reagiu. “Quando foi que anunciar que era da polícia adiantou?” — pensou Mariana enquanto começou a atirar. O Manda Chuva apanha do coldre uma pistola e começa a atirar na direção de Mariana. — Droga, mais essa agora! Ainda bem que em pouco tempo, Bruno já estava ao seu lado com os policiais apaisana, graças a esta surpresa policial, o apoio tático consegue balear alguns dos seguranças. Eles desistem ao ver a superioridade numérica da polícia. O Manda Chuva, ou melhor, O Ladrão de Quinquilharias se ajoelha com as mãos na cabeça. Sabe-se lá como, os helicópteros de jornais e da Polícia Civil surgem no ar. — COMO ESSA OPERAÇÃO VAZOU? — gritou Carlos encarando a situação pela Tv. — p**a QUE PARIU! — esbravejou Bruno. A Cena que iria percorrer as televisões de todo o Brasil é a da jovem Detetive Mariana lendo os direitos do Ladrão enquanto o algema. “Até que enfim?”  O futuro Chefe de Polícia Civil Bruno, abrindo o Container com as obras de arte. “Essa será a minha promoção”. E Carlos, o atual Chefe de Polícia Civil admirando a orquestra sinfônica agindo. “Acabou?” Mas internamente, em seus corações, tudo parecia fácil demais. Aqui acaba a saga do Ladrão de Quinquilharias. Comemoram não tão somente Mariana, Bruno e Carlos, mas como toda a Corporação da Polícia Civil e os Militares que foram desafiados pelo ladrão que conseguiu ser preso numa tentativa de fuga até que cinematográfica! “Mas será que acabou?” — o cérebro de Mariana estava inquieto. Ela só conseguia imaginar o beijo e o toque de seus lábios com o daquele p****e enquanto leva o Ladrão de Quinquilharias para a viatura. O caminho até a delegacia sede, foi uma tortura, tanto para o cérebro, quanto para o corpo e o emocional. Jornais e repórteres rodearam e preenchiam todos os espaços que a viatura andou. Carlos, macaco velho no assunto, colocou cinco viaturas para seguir à sedes diferentes e duas para mesma, uma por trás e outra pela frente. “Eu também assisto aos filmes da Netflix”. — pensou. A Polícia certamente foi ovacionada, os jornais só falam deles, os rostos dos três estão começando a ser estampados nos jornais impressos e suas vozes e vidas ganham forma nos noticiários da Tv. Carlos, como de costume não aceita dar nenhuma entrevista. — Mas eu queria que pelo menos o Bruno e a Mariana aceitem dar uma palavrinha ou cinco, ok? — ordenou o Relações Públicas da Polícia Civil ao rápido para os três. — Que saco! — respondeu Mariana. — Por quê? — respondeu Bruno. — Faz bem para a moral e a autoestima da Polícia. Em meio a todo o frenesi, comemorações e histeria, fui claro? — finalizou. — Sim Senhor. — responderam Mariana e Bruno. Aos trancos e barrancos, empurrões em jornalistas, gritos e vaias dos sensacionalistas, Mariana e Bruno finalmente conseguem entrar com o Ladrão na Delegacia. Mais uma vez, são aplaudidos pelos policiais que estavam presentes. Todo mundo queria elogiar e tirar foto, ali era o lugar e este era momento certo para aparecer. — Leve-o a sala, precisamos de muitas outras informações, muita coisa está sendo vazada e ainda tem o problema com as invasões, às falhas na segurança e o seu vizinho. — sussurrou Bruno. — Pode deixar, vou desmascarar esse ladrão de uma vez por todas. — sussurrou Mariana de volta. Após muito tumulto, Mariana finalmente conseguiu se sentar com Ladrão para o interrogatório. Ela disse aos companheiros que estão na outra sala assistindo. Assim que entra na sala, ela lança sobre a mesa um formulário pra ele assinar. Com a mão direita ele apanha a caneta e preenche o formulário com o nome de Flávio Trindad. — Trindad? — questionou. — Sou espanhol, residente do Rio de Janeiro a pouco mais de alguns meses. — E fala tão bem nossa língua? — Não tenho culpa se para ser policial, você não estudou, para ser um ladrão, tive de dar ‘meus pulos’. — riu. Insatisfeita com o deboche, Mariana torna a perguntar. — Porque os bilhetes eram assinados com LQ se o seu nome tem FT? — Isso é realmente necessário? Me poupe. — respondeu. Mariana cerra os dentes e o punho, estava visivelmente irritada. — Anda, vai? Vocês já me prenderam, quero usar o direito de não usar advogado e apenas ser preso em paz. Não quero tumulto, tudo o que foi preso era o que eu tinha, iria para o Suriname e viveria bem. — Sério? — Você não está gravando tudo? Então! Não tenho mais nada a declarar. — Mas e a bolsa que você levou com as réplicas na noite ao assalto ao museu? — insistiu. Flávio deu o silêncio como resposta. — Qual é a sua relação com o Fernando? Flávio continuou em silêncio. Aliás, o silêncio foi à resposta para muitos questionamentos que Mariana tinha. Mariana então sacando sua pequena nove milímetro que chama de 'bebê' e a arremessa para ele que a encara incrédulo. — Quer fugir? Eu sei que você não é o ladrão, vá, faça-me de refém e saia daqui. — Qual é o plano? Quer me fazer de i****a? — Não é você, isso tudo está fácil demais, aposto que o seu chefe está tentando fugir ou reorganizar as peças de arte num lugar mais discreto ou até mesmo bem embaixo de nosso nariz enquanto estamos aqui com todo esse cirto. Flávio começa a rir. — O que tem de tão engraçado? Hem? Flávio fica em silêncio. — anda! Faça-me de refém e saia daqui!
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