Capítulo Um

1211 Words
(4 anos depois. Dezembro de 2014) - Hey você... – Sua colega de quarto fala assim que entra no cômodo. - Hum... Oi. – Sara responde sem muito ânimo. - Você está bem? - Sim. Eu acho.             Sara mais uma vez vai passar o natal sozinha no campus da universidade de Miami. Desde quando saiu de casa há dois anos, não voltou mais. Ela não se sentia parte daquela família. Resolveu que seria melhor ir embora e esquecer o passado. A única coisa que a prendia a Los Angeles era sua irmã caçula, quando completou dezoito anos fez o que queria e foi morar na nova cidade. Elas sempre se falavam, isso a enchia com a esperança de ainda ter alguém para considerar família. Todos os natais ela esperava uma ligação da mãe ou do pai para pedir que ela fosse visitá-los, ou em qualquer feriado, mas a única coisa que eles faziam era perguntar se o dinheiro havia sido depositado, até que resolveu desistir. Vai se formar em direito e a partir dali começaria sua nova vida. Agora sua colega de quarto a estava tendo sua atenção para a mais nova, pois ela percebeu que Sara sempre ficava no campus em feriados. Elas não são amigas, mais por causa da latina descendentes de cubanos pelos avós maternos, que evitava ter qualquer tipo de afeto com outras pessoas. - Vai ficar aqui sozinha de novo? - Sim, Lorena. Você sabe que sim.             O que Sara não sabe é que a morena gosta dela e não é como amiga. - Por que você não vai para onde a sua família? – A morena de olhos verdes, cabelos negros e lisos, pele morena, de vinte e um anos pergunta, preocupada com a garota que gosta. - Porque eu não tenho uma. - Todo mundo tem família, Sara. - Pois é. Eu não tenho. - Então... pode parecer estranho, mas você quer ir para a minha casa? – A mais velha pergunta ao colocar a mão na nuca e passar pelos fios negros, sem jeito pelo convite. - Você está com pena de mim? - Não. Não é isso, por favor. Eu só não gosto de te ver assim. - Assim como? - Triste. - E por quê? Você não me conhece. – Sara está confusa, mas também agindo como sempre faz, na defensiva. - Mas eu quero conhecer. – A voz de Lorena sai como um sussurro. - Olha, eu sei que você é uma pessoa legal. É sério, mas eu não sou. Eu sou destrutiva. - Deixe-me decidir isso, Sara. Eu te quero perto de mim. A morena se aproxima de Sara, ficando na altura da cama da menor que está deitada. - Você... Lorena. - Sai quase como uma súplica para que a mais velha fique longe. - Não se afaste de quem te quer bem. Seja lá o que tenha acontecido com você, ninguém é igual. Então não me afaste. Lorena se aproxima mais enquanto fala e quando está perto suficiente beija os lábios da menor. Sara até pensa em empurrá-la, mas como fazer isso se esse é seu primeiro beijo e carinho que recebe depois de anos? Então apenas se entrega ao momento e aprecia toda a delicadeza dos lábios companheira de quarto, que por sinal é linda. Depois de alguns segundos, Lorena para o movimento e encosta sua testa à da latina. - Eu aceito. – Sara sussurra. - O que? – A mais velha se afasta e encara a outra. - Eu aceito passar o natal com a sua família. – A morena apenas sorri e assente, satisfeita por ter conseguido. - Ótimo, pois eu ia dar um jeito de te convencer.             E assim começou a amizade colorida delas. O quarto do campus nunca mais foi o mesmo depois desse beijo. Os feriados nunca mais foram os mesmo para Sara depois daquele dia. Sua vida nunca mais foi a mesma depois de Lorena Turner entrar nela.  ................................................ (Dois meses depois. Fevereiro de 2015) - Preciso da sua ajuda. – Lorena diz assim que sua amiga atende a chamada. - Palmito, quanto tempo! Também estava com saudade. Quando vem nos visitar? Natália ironiza. A n***a de vinte e um anos e estudante de medicina é amiga de Lorena desde que conseguem se lembrar.  - Pare com isso. É algo sério. - Fale logo. - A mulata revira os olhos. - Vou pedir a Sara em namoro. - Até quem enfim! – A outra que está em seu apartamento diz ao sorrir. - Eu sei. Só ainda não sei como. - Olha, eu posso liberar meu apartamento para vocês no fim de semana. Denise quer visitar os pais, então irei com ela. - Perfeito. Valeu, Natália. - Depois você me paga. Cuide da minha bolinha.             Junto ao romance com Lorena, veio amizades para Sara. Denise, uma linda loira alta de cabelo ondulado, Alisson, outra loira, porém baixinha, Veronica, uma latina também, pele clara, mas cabelo tão n***o quanto o de Lorena, Lays, uma garota magra que tem um corpo maravilhoso, Natalia, a n***a mais linda que Sara já conheceu, Ashley, uma ruiva baixinha, Calvin, o garoto de cabelo encaracolado que é o comediante da turma e David, o rapaz de cabelo castanho que gosta de usar barba grossa. Ela se sente mais viva com isso. Todos a adoram, é impossível não gostar de uma pessoa tão meiga e carismática como Sara López. - Eu farei isso. Eu a amo. - Ouw. Então na sexta à noite deixo uma chave com você. Viajo no sábado bem cedo. - Certo. Valeu e boa viagem, manda um beijo para a Denise.             Elas desligam a ligação. Lorena está feliz, poderá chamar oficialmente Sara de namorada e dizer a todos que se pertenciam. - Lo. – Sara diz ao entrar no quarto delas e ver a outra saindo do banheiro. - Hey, pequena. – Ela dá um selinho na latina, abraçando-a pela cintura, a menor gosta desses carinhos. – Onde você estava? - Na biblioteca. - Ah, sim. E então, conseguiu achar o que procurava? O professor está pegando pesado com a gente, você também ousou ao escolher aquele tema. - Se for para ganhar, que seja com estilo. - Hum... Minha latina quente está se saindo melhor do que a encomenda. – Lorena fala empurrando o corpo da menor para a cama e deitando em cima dela.             Elas se beijam com desejo. A mais velha quer muito dar aquele passo, mas está respeitando os limites e o tempo de Sara. Mas as vezes ela se deixa levar pelo momento, como agora. Sua mão entra na blusa da outra, tocando a pele da barriga, fazendo a menor gemer. - Lo... - Desculpe-me, Sara. Por favor, me desculpa. – Ela levanta ofegante. É difícil manter o controle perto da latina. - Sara se sentia m*l por não conseguir seguir em frente. Sabe que Lorena gosta dela, mas quanto tempo ela ainda esperaria? - Não peça desculpas. Eu... Perdoe-me por ser tão insegura. - Hey, Sara. – Ela abaixa o corpo e abraça a menor na cama. – Está tudo bem. Eu prometi esperar e farei isso, não se preocupe. Eu que me descontrolei.             Elas ficam abraçadas por um tempo, A mais velha faz carinhos no cabelo da outra. Apenas nos braços de Lorena que Sara consegue se sentir segura e protegida, assim como nunca se sentiu antes. 
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