A manhã nasceu devagar, tingindo o céu com tons de dourado e lilás. A casa de vidro permanecia envolta em uma paz silenciosa, como se o universo inteiro houvesse parado para contemplar o momento que Sophia e Alexander haviam criado na noite anterior. Ela ainda dormia, aninhada em seus braços, a cabeça repousando sobre o peito dele. Alexander, desperto há alguns minutos, observava-a em silêncio, sentindo o peso do que viviam — não só nos corpos entrelaçados, mas nas emoções que os ligavam de forma inegável. Mas havia algo que o incomodava. Um pressentimento. Como se a calmaria fosse apenas a superfície de um mar prestes a explodir em ondas violentas. Ele afastou-se lentamente, tentando não acordá-la. Vestiu-se em silêncio e caminhou até o painel de segurança da casa. Desde que descobrira

