Helena narrando Voltei para o meu escritório depois de tentar almoçar, mas a verdade é que eu não consegui nem engolir direito. A comida parecia não descer, o estômago estava revirado, e a cabeça, mil quilômetros longe dali. A mesa cheia de papéis, processos e anotações estava diante de mim, mas parecia que as letras todas dançavam, embaralhando na minha frente. Tentei me concentrar, tentei respirar fundo e pegar o ritmo, mas era inútil. Desde que aquela mulher, a mãe do meu cliente, tinha saído da minha sala, eu estava fora do eixo. As palavras dela ainda ecoavam na minha mente, misturadas ao peso de tudo o que vinha acontecendo nesses últimos dias. A sensação era de que o mundo tinha se tornado pesado demais para eu carregar nos ombros, mas eu não tinha escolha. Eu sempre precisei ser

