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VIDIGAL - Uma dose de Perigo

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Helena Andrade é uma jovem advogada recém-formada, e contra todas as estatísticas, ela conseguiu o impossível: uma vaga em um dos escritórios mais prestigiados do Rio de Janeiro. Sua inteligência afiada e determinação a destacam, mas por trás do blazer elegante e da postura firme, esconde-se uma mulher marcada por cicatrizes profundas.

Filha renegada de uma das famílias mais poderosas da elite carioca, Helena virou as costas para o império empresarial dos pais ainda muito jovem, depois de ter sido deixada à própria sorte no momento mais sombrio da sua vida. Fruto de um estupro brutal, sua filha pequena é a razão de sua luta diária — a lembrança viva de que, mesmo depois do inferno, ainda é possível respirar.

Sozinha, sem apoio familiar, ela construiu sua vida com esforço e dor. E quando finalmente pensa que poderá oferecer um futuro digno à sua filha, o destino a joga novamente na escuridão: Helena é designada para defender um caso indigesto — Murilo “n***o” , um dos nomes mais temidos do tráfico carioca, condenado à prisão perpétua.

Mas o que parece apenas mais um desafio jurídico se transforma rapidamente num pesadelo pessoal. Helena descobre que o caso vai muito além do tribunal: sua filha está sob ameaça. Ou ela consegue a liberdade condicional de Negão... ou perde tudo.

Pressionada, sem poder confiar em ninguém, Helena terá que entrar num jogo sujo, onde a justiça se mistura com a corrupção, e onde a única saída pode ser cruzar as linhas que ela sempre jurou nunca ultrapassar.

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Capítulo 01
HELANA NARRANDO: (3 anos atrás) Eu cresci ouvindo dos meus pais que, para vencer na vida, é preciso ter a ganância de correr atrás do que se quer e a maldade para fazer o que for preciso para alcançar. E talvez por isso eu tenha aprendido cedo que, nesse jogo, não existe espaço para fraqueza. Minha infância foi um desfile de privilégios: colégios caros, viagens internacionais, roupas importadas antes mesmo de chegar às vitrines brasileiras. Cresci cercada por um mundo que girava em torno de cifras, títulos e sobrenomes. E, naquela época, eu acreditava que esse era o único caminho. O que eu não sabia, ou fingia não saber, é que tudo aquilo tinha um preço. E um dia, eu pagaria caro. Era meu último ano na faculdade de Direito. Sábado à noite, e enquanto metade dos meus colegas de turma provavelmente estava em algum bar, boate ou viagem, eu estava no meu quarto, sentada à mesa, com o rosto mergulhado entre códigos e anotações. Quarta-feira eu teria uma das provas mais importantes do semestre e não havia espaço para distrações. A tela do notebook refletia o texto sublinhado no meu caderno, quando o celular vibrou sobre a mesa. Um simples alerta de mensagem poderia passar despercebido, mas, naquela noite, eu estava cansada demais para ignorar. Peguei o aparelho e vi que era uma notificação do grupo da turma no w******p. — Festa hoje na cobertura da Camila! Só último ano, galera! Camila sempre foi a rainha das festas, e não era à toa. Filha de um empresário bilionário, ela tinha uma cobertura em Ipanema com vista de tirar o fôlego. A lista de convidados era sempre seletiva, e naquela noite, aparentemente, apenas os colegas da nossa sala foram chamados. Fazia meses que eu não saía para nada. A rotina de estudos e estágios consumia todo o meu tempo, e minha vida social tinha se resumido a mensagens rápidas e encontros ocasionais. Talvez, por ser um grupo pequeno, eu pudesse me permitir um pouco de distração. Suspirei, fechando o notebook, e comecei a guardar meus cadernos em pilhas organizadas. Uma noite não iria me tirar do foco. Ou pelo menos era o que eu pensava. Me levantei e fui até o banheiro. Liguei o chuveiro e deixei a água quente cair sobre meu corpo, como se pudesse lavar junto o cansaço acumulado. Lavei o cabelo, massageando o couro cabeludo lentamente, e depois o sequei com o secador, deixando ele solto e levemente ondulado. Me sentei diante do espelho da penteadeira e comecei uma maquiagem leve, mas bem-feita: base fina, corretivo nos pontos certos, um esfumado marrom nos olhos e um batom vermelho discreto, só para marcar. Escolhi um vestido preto justo, de tecido liso e elegante, que terminava um pouco acima do joelho, combinando com um salto alto que afinava minhas pernas. Quando saí do quarto, o som distante da noite carioca entrava pela varanda. Na frente da mansão, vi Gael, o motorista que trabalhava para minha família desde que eu era criança, encostado no carro, limpando o capô com um pano. — Boa noite, Gael — cumprimentei, sorrindo. Ele levantou os olhos e, ao me ver pronta, ergueu a sobrancelha, curioso. — Boa noite, dona Helena. Onde vai toda arrumada? — Cobertura da Camila. Está tendo uma festa lá hoje — respondi com educação. Ele abriu a porta traseira para mim. — Entendido. Vamos lá. Assim que o carro entrou na rua, as luzes da cidade começaram a desfilar pelas janelas, refletindo no vidro. No meio do trajeto, Gael olhou pelo retrovisor. — Quer que eu a busque no final da festa? — perguntou. — Não vou ficar muito tempo — garanti. — Em três horas você pode voltar para me pegar. — Certo — ele assentiu, e o silêncio confortável voltou a preencher o carro. Poucos minutos depois, paramos diante do luxuoso condomínio de Camila. O porteiro, de uniforme impecável, já estava de prontidão. — Boa noite, nome, por favor? — pediu, educadamente. — Helena Andrade. Ele consultou uma prancheta e confirmou. — Pode subir, senhorita. Elevador social, cobertura. O elevador subiu rápido, e, quando as portas se abriram, fui recebida por um cenário que nada tinha a ver com a “festa pequena” que eu imaginava. O ambiente estava lotado. Música alta, luzes coloridas refletindo no vidro das janelas, e uma mistura de perfumes caros e álcool no ar. Camila me avistou quase imediatamente e veio até mim, radiante, com um sorriso de quem sabia exatamente como ser o centro das atenções. — Helena! Você veio! — exclamou, me abraçando. Antes mesmo que eu respondesse, ela colocou um copo na minha mão. — Bebe, vai te ajudar a relaxar. Sorri de leve, aceitando. Levei o copo aos lábios enquanto caminhava pela festa, cumprimentando conhecidos com um aceno, trocando palavras rápidas aqui e ali. Mas, conforme os minutos passavam, uma estranha sensação começou a crescer dentro de mim. Primeiro, uma leve tontura. Depois, o som das conversas e da música parecendo mais distante, como se eu estivesse ouvindo tudo debaixo d’água. Respirei fundo, tentando disfarçar. Talvez fosse apenas cansaço, ou o fato de ter bebido rápido demais de estômago vazio. Resolvi me afastar um pouco da multidão. Cruzei o salão e encontrei a cozinha, silenciosa, com a porta de serviço entreaberta. Atrás dela, a saída para a escada de emergência. Empurrei a porta, deixando o ar frio da noite entrar. Apoiei a mão no corrimão, tentando me equilibrar. Foi então que meus olhos começaram a pesar de um jeito incomum, como se meu corpo estivesse desligando contra a minha vontade. O último pensamento que consegui formular foi que havia algo muito errado. E então, tudo ficou escuro.

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