Lorenzo narrando Saí da casa da doutora cuspindo fogo. Eu queria entender como uma mulher como ela, criada no luxo, filha de um dos homens mais ricos e influentes desse país, podia escolher justamente defender quem não merece nem ar. Traficantes fudid.os, que cedo ou tarde vão parar atrás das grades ou morrer com o estômago furado de bala. Era um desperdício. Eu andava apressado pela calçada, tentando respirar fundo, mas não dava. Cada passo era uma onda de raiva subindo. Eu não tinha ido lá por mim, mas porque o favor que o pai dela me pediu tinha um peso enorme. O senhor Andrade não era qualquer um. E falhar com ele era mexer com uma bomba-relógio. Peguei o celular no bolso do paletó e disquei o número dele. Demorou só dois toques para atender. — Lorenzo — a voz grave do homem ench

