Lorenzo narrando
Estava na minha sala, luz baixa, cortinas fechadas, só a tela do notebook iluminando o espaço. Diante de mim, mapas impressos do Vidigal, anotações espalhadas, registros de informantes. Há dias eu planejava essa invasão. O objetivo era claro: pacificar a área e colocar meu nome mais uma vez no topo. O momento não podia ser mais propício, afinal o Ne.gão já não estava mais no morro.
Eu analisava rotas de acesso, pontos de bloqueio, horários de movimentação dos traficantes, quando o celular vibrou na mesa. Peguei o aparelho sem pressa, mas assim que ouvi a voz do meu contato, um sorriso apareceu no meu rosto.
— Doutor, o desgraçado do Negã.o foi jogado na solitária.
Dei um suspiro de satisfação. Era a notícia que eu queria ouvir.
— Ótimo.
A voz do cara ainda completou
