Helena Narrando
O sol bateu direto no meu rosto, me arrancando daquele sono leve. Ainda faltavam vinte minutos para o celular despertar, mas não consegui fechar os olhos de novo. Estendi a mão, peguei o aparelho no carregador ao lado da cama e suspirei fundo. Hoje ia ser um daqueles dias longos, intensos, cheios de nervosismo. O tipo de dia em que cada detalhe poderia mudar o rumo de tudo.
Eu sabia que precisaria de paciência. Afinal, não é qualquer caso: vou até a penitenciária tentar a soltura do Negã.o. Só de pensar já sentia o estômago embrulhar. Os guardas iam chiar, claro. A sociedade também. A imprensa, então, nem se fala. Demoraram tanto tempo para prendê-lo, conseguiram condenação, e agora eu apareço com um alvará de soltura. Ninguém vai ficar feliz com isso.
Levantei e fui di
