Dias atuais.
Acordo já é dia, depois desses anos o meu organismo já se acostumou a levantar na hora certa não que eu precise já que o meu mundo é esse mar de escuridão tiro a manta, mas sinto que tem alguém aqui.
— quem está aí.
Sinto a pessoa respirar, mas não ouço resposta sinto apenas um empurrão e caio de novo na cama sei quem está aqui o meu mordomo, mas ele não é uma pessoa boa nenhum empregado é, no começo quando fiquei sozinho eles ainda me tratavam bem e me ajudavam,mas depois que a minha família deixou de aparecer apenas mandando dinheiro, Robert Downey passou a atormentar-me e os cuidados pararam,apenas a comida era colocada no quarto o mais básico que existia tive que aprender sozinho a locomover-me pela casa ou ficaria trancado nesse quarto para sempre.
Tento levantar novamente, mas uma mão pegou o meu braço e arrastou-me para mesa ele era mais forte que eu,fez-me sentar na cadeira.
— Assine o documento.
Não sei do que se trata, mas todo o mês ele vem e obriga-me a assinar algo ele leva a minha mão até onde eu tenho que assinar.
— vamos Julian não tenho o dia todo assine esse papel agora ou você irá se arrepender, você é um imprestável que não serve para nada ninguém dará falta.
Respiro fundo fingindo não ligar para nada do que ele falou, mas isso é uma grande mentira ele aperta o meu braço e eu mordo os lábios para não emitir nenhum som, encaro de onde o som vem e sei que ele está-me olhando assino sem responder nada a ele.
— Isso mesmo bom rapaz.
Não sei o que é pior o seu desprezo ou essa forma que ele fala comigo ele aproxima-se e passa a mão na minha cabeça, mas eu afasto-me.
— fica longe de mim, já fiz o que você queria.
Ele dá uma risada e sai,respiro-me resignado a essa vida, o meu braço lateja imagino que tenha uma contusão, mas quem iria ver, vou até o casa de banho e tranco a porta tomei um banho rápido a minha toalha está ali, pendurada coloquei em volta da cintura peguei umas roupas tateando nas gavetas cada uma era de uma coisa bermudas a primeira cuecas a do meio e camisetas a última vesti-me
Ouvi um tilintar de talheres e sei que o meu café está na mesa vou até lá e encontro o mesmo mingau de diariamente e uma maçã.
sento-me e mexo com a colher até que sei que está frio coloco uma colher na boca, mas a fome foi embora com esse primeiro gosto, tento-me forçar a comer mais algumas colheradas, mas meu estômago protesta, deixo o prato de lado e pego a maçã comendo ela toda.
Se eu pudesse fugiria daqui, mas para onde eu iria, quem iria-me ajudar, abro a porta são dez passos até a escada descobri do pior modo caindo dela uma vez, são 15 degraus desço-me segurando no corrimão, chego ao pé da escada são mais 20 passos até a varanda da frente,abro a porta de Madeira e sento num banco, sinto a brisa e os raios do sol no meu rosto e sei que estou vivo.
Sei que eles me observam além de Robert, temos mais dois criados, mas não falam comigo apenas me deixam comida e vigiam-me não sei se por medo de eu fugir se eu pudesse...