➸ Chapter • 02

1012 Words
• 15 de Julho • 2022 • Londres • — Novata — Amelia disse com certo desdém e Ian se questionou se ela e seus amigos haviam perdido totalmente o medo da morte para irem novamente atrapalhar o seu sono. — Ouvi que ela desmaiou em uma crise nos portões — uma das cópias m*l feitas de Amelia murmurou como se aquilo fosse algum segredo sórdido. — Ouvi que ela é extremamente gostosa — um dos idiotas que parecia uma grande montanha de músculos sem massa encefálica disse alto demais. — Aposto que deve trepar como uma p****************o — outro sugeriu e Ian sentiu seu estômago embrulhar. Eles eram nojentos. Seus olhos forçaram-se a abrir e ele os fuzilou, estavam próximos o suficiente e distantes o suficiente, mas sua audição era boa demais e em momentos como aqueles, ele odiava isso. Sem muita paciência ele levantou e sem ser notado se aproximou da mesa, batendo forte com a palma aberta a ponto de fazer a mesa tremer e um dos babacas sem massa encefálica cair de b***a no chão. — Achei que tinha deixado claro que vocês deviam se manter longe de onde eu durmo. Por acaso vocês são burros demais pra entender isso? Eu deveria desenhar? Amelia engoliu em seco. — Ian... Não seja assim. — Amelia — ele sorriu — eu por acaso estou fodendo com você? Ela o fitou sem entender. — Não... — Então não me chame pelo meu nome — ele disse com um sorriso m*****o — lixos como vocês devem me chamar de senhor Leblanc, ou por acaso se esqueceu do seu lugar? Eu posso destruir completamente a vidinha da sua família e você vai ser transferida, minha querida. Vai ser jogada em um reformatório qualquer, em um lugar sujo e podre. A garota de cabelos castanhos e olhos claros estremeceu, ela não podia ir contra ele. Sabia que as ameaças de Ian não eram apenas ameaças. — Certo... Perdão... — Você não pode... — um dos brutamontes tentou, mas quando os olhos afiados do herdeiro do império Leblanc ergueu o olhar, ele se encolheu. — Diga, Jack, o que eu não posso? — Nada... — murmurou engolindo seu próprio orgulho enquanto fechava a mão em punho. Ian sorriu. — Foi o que eu pensei — suspirou — estou de bom humor, então apenas saiam da minha frente. Ele m*l havia acabado de falar e o grupo de idiotas praticamente correu para longe. Ian se jogou ali, na mesa de pedra que ficava escondida no quase jardim de Villan. Ele estava cansado demais. "A novata certamente está fodida" ele pensou, mas estalou a língua no céu da boca em um sinal de irritação. Ela não era problema seu e ele havia aprendido a sua lição. Não cometeria o mesmo erro duas vezes. Com isso em mente, ele adormeceu - escondendo-se do sol e das vozes na sombra do maior carvalho que existia naquela propriedade. — Bonito — uma voz suave murmurou e os olhos de Ian se abriram lentamente. Eles pesavam e ele sabia que parte da culpa era de toda a bebida que havia ingerido. Era seu corpo pedindo socorro, mas ele não ouviria. — Ah... Desculpe — murmurou a dona da voz que o despertou e Ian que ainda via borrões resmungou. — Tudo bem... Achei que ninguém conhecia viria a esse lugar, era o que ele queria dizer, mas algo o impediu. — Achei que ninguém estaria aqui — ela murmurou e Ian se viu sorrindo, um sorriso preguiçoso. — Os drogados sempre vem até aqui, docinho — murmurou com a voz ainda rouca de sono — você está, certamente, muito enganada. Ele viu o rosto dela corar e então, sua visão que parecia clarear se deparou com uma bela imagem. O céu nublado da Inglaterra, com folhas voando ao fundo como uma pintura e lá, centralizada naquela imagem, estava ela. Cabelos negros, profundos, ondulados com linhas perfeitas e olhos de um cinza tão puro que fez o ar dos pulmões do rapaz, vacilar. Ela era como o contraste perfeito, uma visão divina, a pintura de uma deusa pagã que a muito havia sido esquecida. — Lindo — ele murmurou sem se dar conta e a garota o fitou sem entender, mas Ian tinha que admitir, ele nunca havia visto algo tão lindo. — O quê? — Ela perguntou limpando a garganta. — Seu… cabelo — Ian se apressou em dizer enquanto erguia o corpo e levantava de onde esteve antes deitado. — Tem algo no seu cabelo. A garota se apressou a tatear a própria cabeça. — Onde? — Ah! — ele riu — acho que era um pouco da sua massa encefálica saindo. O rosto da garota se contorceu em uma careta m*l humorada. — Qual o seu problema? — perguntou nitidamente irritada e Ian sorriu, havia conseguido o que queria. — Por onde eu deveria começar? Pelos idiotas nesse lugar que nunca me deixam dormir — ele zombou. A morena o fuzilou com os olhos e sem rodeios, devolveu. — talvez o único i****a aqui, seja você, já pensou nessa possibilidade? Ian ergueu uma das sobrancelhas, ela era esperta e corajosa. Era ela a novata de quem estavam falando? Não... alguém que havia desmaiado nos portões de Villan jamais teria forças para ir contra qualquer um. — Qual seu nome? — Perguntou com curiosidade e a garota bufou. — Por que? Vai me ameaçar? — Ela realmente parecia inteligente, Ian sorriu. — Talvez, ou talvez eu só queria ser amigável. — Você? Amigável? Me poupe. — Você não sabe nada de mim, docinho. Não seja tão dura — ronronou. — Sei o suficiente — ela devolveu, os olhos semicerrados. Ela realmente havia levado para o pessoal, mas algo em Ian havia gostado daquilo. Da sensação. Era como uma nova droga e talvez ele voltasse a se divertir irritando a garota, mas agora ela apenas o havia deixado ali, falando sozinho. Divertido, certamente divertido e havia muito desde que algo tinha sido divertido dentro de Villan. ෴ ♞ ෴
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