— Vai se f***r, Dina. — soltei, sem nem disfarçar o tédio. Ela começou a rir. Baixo. Aquele riso curto, provocante, que parecia lamber a ferida antes de cutucar. — Um dia eu ainda te vejo engolindo essas palavras, chefe. — disse, saindo, os passos batendo no concreto. — Duvido. — rebati, acendendo outro cigarro. — Só engulo o que eu mesmo escolho. A porta subiu o som da tranca, e o serpentário voltou pro silêncio. Fiquei ali, o cheiro de fumaça e terra me lembrando que o mundo lá fora ainda girava mesmo que o meu tivesse parado fazia tempo. O cigarro queimava devagar entre meus dedos quando o celular vibrou no bolso. Uma, duas vezes. Sem nome. Número desconhecido. Peguei. Tela iluminada. Só uma mensagem curta, sem saudação, sem assinatura: > E aí, Lobo… ainda mandando no

