Quando entramos em casa, Kay fez questão de carregar todas as sacolas sozinho, equilibrando no braço como se fossem cofres. — Vai sentar no sofá, mulher. E bebe água. Tá muito quente pra você ficar carregando coisa. — ajeitou o peso das sacolas no quadril, sem me dar chance de argumentar. — É uma sacola de fralda, Kauan. Não é um botijão de gás. — Cruzei os braços, tentando provocar um sorriso. — Pra mim é relíquia. — Ele olhou rápido pra barriga, depois pra mim, como se o argumento fosse suficiente. Suspirei e deixei ele vencer dessa vez. Tirei as sandálias, estiquei as pernas no sofá e fiquei observando. Ele abriu as sacolas no chão da sala com cuidado exagerado, espalhando tudo como quem organiza um altar. Pegou o macacão rosa com bolinhas, segurou no ar por alguns segundos, encaro

