Kay tinha saído cedo. Acordei com o colchão ainda quente do lado dele e com o cheiro do perfume preso no travesseiro. No criado-mudo, um bilhete rápido escrito à caneta: "Preciso resolver umas coisas. Se cuida. Feliz aniversário, mãe do meu moleque ou da minha princesa. Te amo."
Sorri sozinha, ainda com os olhos meio inchados de sono. Não tinha bolo, não tinha surpresa, não tinha presente. Só aquela letra apressada dele e, de algum jeito, já era o suficiente pra me fazer começar o dia com o coração menos pesado.
Me arrumei devagar, passei base pra disfarçar as olheiras, prendi o cabelo. Olhei no espelho e, por um segundo, estranhei a própria imagem. Estava mais velha, mais cansada, mas também... mais cheia. Como se algo em mim tivesse sido reorganizado por dentro.
A ONG estava silencios
