Ainda abraçada a ele, afundei o rosto no peito quente e úmido da pele de Kay. O coração dele batia firme, compassado, como se nada pudesse abalar. E, pela primeira vez em dias, o meu também não corria. Se alinhava ao dele, encontrando paz onde só havia caos. — Fica aqui hoje — pedi, a voz mais baixa do que eu queria. — Nem se você mandasse eu ir, eu ia embora. — O sorriso torto no canto da boca dele me arrancou um suspiro. Nos deitamos. Eu de frente, ele por trás, o braço pesado sobre mim, a mão espalmada na minha barriga ainda discreta. Pra mim, quase invisível. Pra ele, já era tudo. — Você já pensou se é menino ou menina? — ele perguntou, com os lábios roçando na minha nuca. — Já. — E sorri. — E você? — Também. Mas não consigo imaginar. Só consigo pensar: "vem alguém que vai virar

