12. Julia

1017 Words

Quando cheguei em casa, Jorge foi educado até o fim. Me deixou no portão, disse que tinha gostado da noite, perguntou se podia repetir. Eu sorri, agradeci, balancei a cabeça como quem pensa, e ele não insistiu. Só se despediu com um toque leve no meu braço e foi embora sem tentar nada além. Um homem tranquilo, bom. Real. Mas completamente incapaz de me prender ali. Subi as escadas do prédio com o coração batendo fora de ritmo. Não era por Jorge. Era pelo que eu já sabia que me esperava, pelo que eu sentia antes mesmo de abrir a porta. Ele estava lá. Sentado nos degraus do corredor, como se aquele andar fosse casa dele, como se ocupar o meu caminho fosse um direito natural. Cotovelo apoiado no joelho, cabeça baixa, o boné sombreando o olhar. Não se levantou quando me viu, não disse nad

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